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terça-feira


RANCHO MENSAL: PERDA DE TEMPO E DINHEIRO

Ainda é bastante comum que as pessoas ao receber o salário no
início do mês, imediatamente vão ao supermercado fazer o "rancho". Observam-se pessoas de todas as classes sociais, desde as mais simples até aquelas que têm maior poder aquisitivo, enchendo carrinhos com mantimentos para o mês inteiro. Tais atitudes somente se justificam em duas situações: proteger o poder aquisitivo do dinheiro da alta inflação ou prenúncios de escassez de alimentos, em casos de crises de abastecimento ou guerras.
Graças a Deus, não estamos vivendo nenhuma dessas situações. No nosso caso, esse comportamento de massa é um legado cultural trazido dos amargos tempos da década de 1980, quando o Brasil era campeão mundial de inflação.
Cada Presidente dea República deixa um legado. Apesar da inflação ter cescido a partir do final dos anos 1970, foi durante o governo de José Sarney que seus índices bateram recordes. Foi depois de um plano econômico implantado com forte apelo populista (quem não lembra dos "fiscais" do Sarney) ou da apreenção de bois em fazendas pelo ex-ministro da fazenda Dílson Funaro, e que foi politicamente mal conduzido, pois a principal preocupação era a eleição de 1986
(governadores, deputados estaduais e principalmente para a Assenbléia Nacional Constituinte).
A inflação somente em um mês chegou a 86%, ou seja, uma desvalorização da moeda de quase 3% ao dia. Em uma situação de inflação tão elevada, a mais importante estratégia para os milões de assalariados de nosso país, que ganham o salário mínimo, era pegar o dinheiro e imediatamente fazer o rancho mensal. Imagine-se, que com uma inflação tão elevada, em uma semana, o salário poderia ter uma perda de até 20% de seu poder aquisitivo.
Sabe-se que a classe mais sacrificada, em tempos de inflação, é a classe trabalhadora que vê seu salário sendo corroído diariamente, já que os ricos têm mecanismos de proteção ao seu dinheiro e o sistema financeiro lucra. As despensas das casas naquela época, ganhou um eletrodoméstico quase obrigatório, independente da classe social: o freezer. Tornou-se comum adquirir carne de um boi inteiro e dividir com os vizinhos e assim garantir alimento mais barato para o mês inteiro ou mais.
Pois, felizmente, esses tempos de alta inflação acabaram em 1994, quando, depois de muitos fracassos nos mais diversos planos econômicos lançados pelos diversos governos, o Plano Real deu certo. Já são 14 anos de controle da inflação no Brasil, desde os governos Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e agora, Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, a cultura do povo ainda é a cultura do medo da inflação. Mas o que me chama a atenção, é ver que também os jovens, que não conheceram as dificuldades impostas pelos tempos de inflação, fazem o rancho no início do mês. Tenho observado mensalmente o custo da cesta básica em minha cidade, em diferentes mercados (grandes, médios e pequenos mercados),
até trabalho com meus alunos sobre esse asunto, pois muitos moram em diferentes bairros da cidade e colaboram com nossas pesquisas.
O que é mais saliente nessas observações é que em diferentes semanas do mês, que mostram seus preços são mais elevados no início do mês, entre os dias 10 e 15. Pelo dia dia 25 de cada mês, começam as ofertas. Quando se aproxima o final do mês, quando os funcionários públicos começam a receber seus salários, as ofertas desaparecem.
Portanto, quando tanto se fala e se escreve sobre o poder aquisitivo do salário mínimo, esses fatores deveriam ser considerados, sem dúvida, as vantagens proporcionadas ao cidadão nos períodos de baixos índices inflacionários, é comprar o necessário no início do mês. Verificar semanalmente os preços, mercado por mercado e adquirir em cada um deles apenas aquilo que está mais barato, e não se manter fiel a apenas um supermercado.
Bem, e o freezer??? aquele sonho de consumo da década de 1980. Pode ser desligado para poupar energia elétrica, pois é muito mais barato comprar carne semanalmente (e fresca) e também a cerveja geladinha. Certamente será mais econômico e com maior qualidade.

Um comentário:

Rodrigo Rosa disse...

tens razão,o plano real deu certo,pelo menos até agora,e se passar por esse período de crise acho que ele vai longe,dificilmente precisaremos de um outro plano econômico,só que não podemos dizer que não há inflação,pois existem aumentos e não são cobertos pelo dissídio q o trabalhador recebe todo ano
Gostei do email da índia,abrçs prof...