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domingo

Educação dos filhos


“O que se dá é que geralmente se imagina que o ser bom, justo e verdadeiro; o ser probo, sincero e amorável, não requer aprendizagem.” Pedro de Camargo - O Mestre na Educação, p. 21. Esse autor (cap. 33 dessa obra) conta que Licurgo – célebre orador e legislador de Esparta –, aceitou falar sobre Educação, mas pediu três meses de prazo.
Por que um sábio pedir tanto tempo para compor simples exposição de idéias?
Exigência aceita, prazo cumprido, ei-lo frente à multidão ávida de ouvir-lhe os conceitos. Trazia dois cães e duas lebres. Soltou um cão e uma lebre. Em instantes o cão dilacerou a lebre.
Libertou a seguir os outros dois animais. O público estremeceu, antevendo nova cena de sangue. Para surpresa geral, o cão aproximou-se da lebre e brincou com ela. Esta correspondeu, sem nenhum temor, às suas iniciativas.
“Eis aí o que é a educação. Os cães, da mesma raça, têm a mesma idade. Foram tratados e alimentados em idênticas condições. A diferença entre eles, é que um foi educado, e o outro não.”
Em Carta aos Pais, Thereza de Brito, Espírito – médium J. Raul Teixeira – pede-nos: “(...) não deponha sobre os ombros da companheira-mãe a responsabilidade de, sozinha, conduzir o lar, educar a prole, acompanhar os passos dos pequenos (...) fazendo-se presente onde se torne preciso. Você pode e necessita (...) conduzir ao Criador as almas que lhe foram (...)” confiadas.
E sugere ainda:
Olhar os filhos nos olhos; sentir-lhes o íntimo, nas ‘janelas da alma’;
Renunciar a lazer pessoal, para estar com eles;
Acompanhá-los nos compromissos escolares: sentem-se seguros, apoiados;
Dialogar; conversar sem gritar; orientar sem impor-se; corrigir, sem agressão, para que adquiram o senso de equilíbrio; ouvir-lhes as histórias do dia-a-dia; as opiniões sobre a vida; as pessoas; os fatos; esclarecendo-os e auxiliando-os a discernir;
Conhecer e visitar os ambientes que frequentam; com quem estão; o que fazem. Chamar-lhes a atenção com carinho e energia, desviando-os de caminhos obscuros, de falsos líderes;
Não trocar por presentes materiais a afeição que lhes deve (“Não se conquista simpatia real com presentes, truques e fingimentos, mas, sim, com sentimentos verdadeiros, amizade e autoridade fraterna.”);
Ofertar-se a eles; conviver com bondade e bom humor; sorrir, ajudá-los em pequenos serviços. Viver, exemplificando, os ensinos que lhes ministrar.
Isso ficará, não só neles mas nas almas dos filhos que lhes forem confiados.
Quanto à educação moral e espiritual, o templo religioso e os professores têm sua parte; mas a responsabilidade maior é dos próprios pais.
Não lhes cabe apenas alimentá-los e vesti-los; propiciar-lhes a cultura do intelecto, mas ensiná-los na aquisição de virtudes.
Corrigir-lhes as más tendências, sem sermões: poucas palavras, com amor.
Que compreendam as lições, eis que aquele que compreende age corretamente na presença ou na ausência de superiores.
Ensiná-los a conquistar o hábito da bondade: “Aquele que é bom para os outros é melhor para si mesmo.”
Para formar-lhes o caráter; tenham vida digna e um porvir espiritual seguro, evangelizá-los; apresentar-lhes os ensinos de Jesus, no estudo do Evangelho em família, na vivência e nos exemplos, pelos pais, desses ensinos. Esse o dever primeiro dos pais. A paternidade é a mais bela missão confiada por Deus ao homem. E, no dizer de Platão (428-384? a.C.): “Não deveria gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los.”


Gebaldo José de Sousa é escritor.