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domingo

Você daria dinheiro para uma escola pública?



Veja, caro leitor, que campanha interessante lançada neste fim de semana pelo "The New York Times". Mas duvido que pegasse no Brasil, onde não temos uma cultura de filantropia --e onde a educação pública está longe de ser uma prioridade nacional.

A prisão de alunos que cabulavam aula, em São Paulo, é apenas mais uma daquelas notícias recorrente sobre a qualidade de nossas escolas públicas.

Um dos mais importantes jornais do mundo, o "NYT" está pedindo doação em dinheiro aos americanos. Motivo: quer entregar de graça jornais para escolas públicas de todo os Estados Unidos.

A ideia central é a seguinte: a leitura de um jornal de qualidade ajudaria a educação dos estudantes. É um negócio, óbvio, para o jornal, que vai cativar leitores e aumentar suas vendas. Mas também é um bom negócio ao país. E custa quase nada para quem faz a doação. Portanto, é também uma boa para quem quer ajudar alguém e não tem muito dinheiro.
Fico imaginando quantas críticas mesquinhas seriam feitas, no Brasil, contra uma campanha contra desse tipo. Ainda temos muito a aprender sobre a importância da responsabilidade individual diante de problemas coletivos.

Em essência, nós, brasileiros, falamos muito em direitos e pouco em deveres. Sou dos que acham que deveríamos ensinar, desde a escola, que trabalho comunitário não é favor, mas obrigação.

Todos deveríamos, pelo menos, ajudar a escola pública no bairro.

Por: Gilberto Dimenstein, integra o Conselho Editorial da Folha de São Paulo.
E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Você tem feito sua parte??? reflita sobre isso...

quinta-feira

Patriotismo, em tempos de 15 de Novembro…



Era muito jovem quando aprendi que o cidadão deveria devotar especial sentimento, tanto à sua pátria quanto à bandeira e ao hino, como forma de adicionar seus interesses aos das outras pessoas, estabelecendo “um estado forte”, onde todos, ao viverem sob a influência das mesmas leis, as respeitassem, com um ânimo maior do que quem somente defende seus interesses, ambições e desejos particulares.
Em minha “meninice”, também assimilei que os reais amantes da pátria teriam condições de unirem-se entre si, e, juntos, influenciarem, para que os “tesouros realmente públicos não viessem a se tornar patrimônio de particulares”. Entendia ser este um sentimento que, ao lado das leis, deveria sustentar a democracia, fortalecendo meu Estado e minha Nação.
Ao adquirir a maturidade, oferecida pelos anos de vida, verifiquei que, em nosso país, essas verdades não possuíam sustentação sólida. A bandeira só é desfraldada em dias de jogos da seleção de futebol. “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas” é uma canção cuja letra poucos declamam e a “pátria” só é respeitada quando se está “de chuteiras”, sem falar na permanente confusão “entre o público com o privado”, uma prática que o brasileiro, principalmente os que possuem poder de mando, dominam com desenvoltura tão exuberante, não encontrando competidor em quase nenhum lugar do mundo.
Aos quinze anos, tive a oportunidade de concluir o curso secundário no “Colégio La Serna”, em Los Angeles. Viviam os descendentes do “Tio Sam” os estertores da guerra do Vietnã. Ainda hoje não consigo esquecer que, nove em cada dez americanos, usavam, em seu pulso, um bracelete, onde estava escrito o nome de um soldado e, ao lado, a sigla, “pow” (prisioneiro de guerra) ou “mia”(morto em ação). Era, aquela, uma forma de demonstrar ao mundo o “orgulho” pelos que ofereceram a vida e liberdade à sua pátria.
Dias atrás, estive em Nova York, no dia 11 de setembro, dez anos após o atentado às torres gêmeas. O país inteiro chorava as vítimas daquela chacina. A frase “never forget” (nunca esquecerei) estava estampada em todos os quadrantes da cidade enquanto bandeiras americanas enfeitavam carros, lojas, edifícios, ruas, postes e calçadas. Os que morreram naquela ocasião deixaram de pertencer às suas famílias e passaram a ser “orgulho e heróis da nação”.
Enquanto isto, no Brasil, onde as flâmulas do Vasco e Flamengo tremulam mais do que o pendão verde e amarelo, onde “Neymar”, “Bruna Surfistinha” e “um monte de aloprados fichas sujas” são mais venerados do que “cientistas e pessoas do bem”, ações repugnantes prevalecem, retratando o país que se corrompe e enfraquece.
Nunca é tarde, porém, para recordar, o que Rui Barbosa um dia declarou: “A pátria não é ninguém, são todos. O patriotismo se apura e se cultiva pela prática das virtudes sãs e sólidas que formam os povos fortes e viris”.
Sobre o autor:
Alberto Rostand Lanverly
Professor da Ufal e membro da AML e do IHGAL

quarta-feira

O papel marcante do professor em nossas vidas



O saber humano é imensurável e não cabe em uma biblioteca, em uma rede virtual, muito menos na cabeça de uma pessoa. Somos seres que apreendem o que precisam, mas alguns vão um pouco além e especializam-se em uma ínfima parte de um saber, tornando-se especialistas de uma área ignorada pela maioria.
Uma instituição de ensino, mesmo que conte com doutores, pós doutores, mestres e especialistas, jamais conseguirá contemplar todos os interesses, todas as subjetividades, todos os pendores e todos os sonhos das pessoas que abriga.

Um professor portanto, estando à frente de uma classe só conseguirá atingir seus alunos, ou alguns alunos, pelo seu modo de ser, pelo jeito com que instiga a curiosidade, pelas marcas humanas que imprime nas tantas aulas que ministra. O conteúdo científico sempre será pequeno, sempre estará aquém do que os alunos devem receber. O que fica de seus esforços é o que será levado para a vida, o que poderá servir de empurrão, ou de desalento.

Um professor deve contar com a curiosidade da classe, sem o que pouco ou nada poderá fazer e o que é digno de ser aprendido será desperdiçado por conta da falta de interesse. Esse é o ponto em que estamos nos perdendo, na falta de interesse dos alunos, na falta de interesse do professor que tem a sensação de estar jogando pérolas aos porcos e pela instituição de ensino, que é onde tudo respinga, tanto o que é bom, quanto o que é ruim e que, ao invés de cumprir seu papel de gestora de boas práticas didáticas, de produtora de arte e de beleza, passa a se preocupar com disciplina, com ausências de professores, com evasão de alunos, com desempenho medíocre da comunidade acadêmica e escolar.

O privilégio de ter um professor marcante é a salvação de tantas e tantas pessoas, que, motivadas, procuram aprender mais, pesquisam, perguntam, animam-se com as próprias conquistas, não dependendo só da Universidade ou da escola onde estudam para realizar suas aspirações acadêmicas. Esses foram marcados por uma figura de primeira categoria, que conseguiu tocar suas almas e comunicou sua humanidade de uma forma grandiosa e essencial.

É para esses professores e professoras que a sociedade deve muito, pois espíritos universais proporcionam a possibilidade de seus educandos darem uma olhada no todo, dão as ferramentas para que dêem um passeio abrangente pelo conhecimento humano e, a partir daí, de forma livre, fazerem suas escolhas.

Sejam sempre felizes Professor e Professora, heróis que carregamos com muito carinho pela vida afora.

Sueli Gehlen Frosi.