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quarta-feira

Quem deve ser reprovado: o aluno, o professor ou o colégio?



A palavra reprovação escolar está vinculada à ideia de condenação, incapacidade e insucesso. Trata-se de uma questão que aflige os estudantes, os pais e os educadores, além de trazer no seu bojo um conjunto de mitos que necessitam ser esclarecidos, principalmente aos pais.

A reprovação não deveria existir no ensino fundamental, pois, tratando-se de escolaridade obrigatória, é esperado que todos obtenham sucesso - compreendido na maior pluralidade possível - no percurso escolar que lhes é imposto por força da lei. Melhor dizendo, meninos e meninas não escolheram estudar, mas são obrigados a frequentar a escola porque a sociedade assim decidiu.

Ora, se a sociedade decidiu pela escolaridade obrigatória entre os 6 e os 14 anos de idade, então que se mobilize para que ela seja eficaz. Isso porque todos são capazes de aprender, desde que sejam respeitados seus sentidos, ritmos, cultura e condições cognitivas.

Partindo desse pressuposto, podemos nos perguntar: por que, então, existe a reprovação? A reprovação existe porque não sabemos fazer uma escola que trabalhe com as diferenças. Nosso olhar "educador-míope" concebe um aluno-padrão e elabora práticas pedagógicas com base nele. Assim, quem não se enquadra no padrão - não por ser pior, mas por ser diferente - acaba sendo reprovado.

Outra hipocrisia da pedagogia da reprovação localiza-se no fato de se reprovar apenas o aluno, desconsiderando-se questões fundamentais do complexo processo escolar. O aluno, aquele que deveria ser resguardado, acaba sendo o culpado pelo seu próprio não-saber. Ora, mas o professor e a escola não existem para ensinar? O aluno não vai à escola para aprender? Caso ele não aprenda, quem deve ser reprovado: ele, o professor ou a escola?

Contudo, se o indivíduo ainda vive esse problema, pode-se tirar dele um pequeno potencial pedagógico. É preciso reconstruir o termo, já que reprovar é um verbo cujo significado pode ser "provar de novo", como o refazer significa, também, "fazer de novo".

Não acredito muito nisso, mas, para acalentar pais angustiados, talvez eles possam dizer aos filhos que, se tivermos que provar um saber num determinado momento e não conseguirmos, resta-nos uma segunda chance. Então, poderemos provar de novo aquilo que sabemos, só que em outro tempo. É importante saber ensaiar o discurso para dizer a nossos filhos que reprovar pode ser um novo momento de provar e que, para isso, é preciso revisitar alguns saberes. Seria um jogo de palavras? Penso que sim, mas vale tudo para recuperar a esperança e a autoestima de quem é o sujeito do existir escolar.

Por: A palavra reprovação escolar está vinculada à ideia de condenação, incapacidade e insucesso. Trata-se de uma questão que aflige os estudantes, os pais e os educadores, além de trazer no seu bojo um conjunto de mitos que necessitam ser esclarecidos, principalmente aos pais.

A reprovação não deveria existir no ensino fundamental, pois, tratando-se de escolaridade obrigatória, é esperado que todos obtenham sucesso - compreendido na maior pluralidade possível - no percurso escolar que lhes é imposto por força da lei. Melhor dizendo, meninos e meninas não escolheram estudar, mas são obrigados a frequentar a escola porque a sociedade assim decidiu.

Ora, se a sociedade decidiu pela escolaridade obrigatória entre os 6 e os 14 anos de idade, então que se mobilize para que ela seja eficaz. Isso porque todos são capazes de aprender, desde que sejam respeitados seus sentidos, ritmos, cultura e condições cognitivas.

Partindo desse pressuposto, podemos nos perguntar: por que, então, existe a reprovação? A reprovação existe porque não sabemos fazer uma escola que trabalhe com as diferenças. Nosso olhar "educador-míope" concebe um aluno-padrão e elabora práticas pedagógicas com base nele. Assim, quem não se enquadra no padrão - não por ser pior, mas por ser diferente - acaba sendo reprovado.

Outra hipocrisia da pedagogia da reprovação localiza-se no fato de se reprovar apenas o aluno, desconsiderando-se questões fundamentais do complexo processo escolar. O aluno, aquele que deveria ser resguardado, acaba sendo o culpado pelo seu próprio não-saber. Ora, mas o professor e a escola não existem para ensinar? O aluno não vai à escola para aprender? Caso ele não aprenda, quem deve ser reprovado: ele, o professor ou a escola?

Contudo, se o indivíduo ainda vive esse problema, pode-se tirar dele um pequeno potencial pedagógico. É preciso reconstruir o termo, já que reprovar é um verbo cujo significado pode ser "provar de novo", como o refazer significa, também, "fazer de novo".

Não acredito muito nisso, mas, para acalentar pais angustiados, talvez eles possam dizer aos filhos que, se tivermos que provar um saber num determinado momento e não conseguirmos, resta-nos uma segunda chance. Então, poderemos provar de novo aquilo que sabemos, só que em outro tempo. É importante saber ensaiar o discurso para dizer a nossos filhos que reprovar pode ser um novo momento de provar e que, para isso, é preciso revisitar alguns saberes. Seria um jogo de palavras? Penso que sim, mas vale tudo para recuperar a esperança e a autoestima de quem é o sujeito do existir escolar.

Por: Franciscan Romana Giacometti Paris. Pedagoga; mestre em educação.

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