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sábado

O ponto

 

A relação do aprendizado produtivo e da habilidade de fazer ainda não é possível através de passes de mágica ou pela introdução do conhecimento através de processo cirúrgico.

Afinal, o que é mais importante, a informação ou conhecimento? Talvez, antes de responder esta pergunta, seria oportuno fazer mais perguntas. A informação por si só pode alterar o nosso perfil de habilidades e nos levar a um novo patamar profissional? E o conhecimento?

Há diferenças entre informação e conhecimento? Qual a relação da informação e do conhecimento com a ação do fazer? E como chegamos ao ato de fazer com qualidade, será que precisamos testar aquilo que entendemos que sabemos fazer?

Pois bem, o fato de estarmos vivendo novas formas de ler e escrever oportunizados pelas tecnologias digitais de celulares, tabletes, laptops ou desktops, precisam ser visto como novos jeitos de elaborarmos ou executarmos trabalhos, tanto em nível doméstico, empresarial, como dentro das escolas e universidades. Isto já é uma realidade.

 E dentro desta realidade, creio na urgente necessidade de revisarmos os currículos das escolas e universidades com a inclusão de disciplinas que capacitem os alunos e professores para o uso adequado dessas novas ferramentas.

Por outro lado, ilude-se quem pensa que somente o acesso às novas tecnologias nos remeterá para novos aprendizados produtivos e reconhecidos pela comunidade empresarial ou científica.

Antes ou durante o processo dessa nova relação, é imprescindível, ainda, que passemos pelo aprendizado formal da língua mãe e das demais disciplinas que constam dos currículos das escolas de formação básica e das universidades.

A relação do aprendizado produtivo e da habilidade de fazer ainda não é possível através de passes de mágica ou pela introdução do conhecimento através de processo cirúrgico. É necessário sim, antes que entremos em cálculos mais complexos que saibamos, como pré-requisito, as “quatro operações” de matemática.

Você até pode usar uma calculadora para resolver operações de soma ou divisão, mas isto não o dispensará de fazer o algoritmo lógico (consciente ou inconsciente), que o levará à execução da operação matemática.

Existe uma forma bem simples de testar se temos apenas informação ou informação e conhecimento e mais, se temos a habilidade de realizar alguma coisa. Tudo começa com uma pergunta bem simples: o que você sabe fazer?

Saber fazer tem a sua complexidade intrínseca e, portanto, dependendo daquilo que queremos fazer, precisamos investir tempo, paciência, informação, conhecimento e muita transpiração exercitando o ato de repetir para reter.

Ilude-se, pois, aqueles que acham que somente o fato de “viajarem na internet”, participar de redes sociais ou assistir à televisão lhes habilitará a fazer alguma coisa de útil e produtiva.

E a sabedoria? Bem, esse é um outro ponto.

sexta-feira

O efeito dominó na educação


Alguns acham exagero que, no meu tempo, a alfabetização se dava na primeira série, assim como o aprendizado básico de matemática

Vejo a surpresa nos olhos de meus sobrinhos quando falo que não fiz o "primeiro grau", mas o "primário". Depois disto, veio a "evolução" que desestruturou o nosso ensino básico, capitaneado por técnicos da educação que resolveram tornar mais elásticas as relações entre educador e educando e, até, a forma de cobrança do seu rendimento.

Infelizmente, isto levou a não ser surpresa que, hoje, se afirme que uma criança pode ser alfabetizada até a terceira série, defendida por quem não vê problema que se utilize três anos de educação para, praticamente, nada, pois a não alfabetização respinga na capacidade de aprendizado de todas as demais áreas.

Alguns acham exagero que, no meu tempo, a alfabetização se dava na primeira série, assim como o aprendizado básico de matemática. E se rodava, isto é, quando não se alcançava os índices necessários, repetia-se o ano. Por mais que se pense ao contrário, ninguém ficou traumatizado porque saiu de um primeiro ano reforçado ou, se repetiu, criou bases suficientes para enfrentar a continuidade do aprendizado.

Recentemente, uma educadora infantil de Caxias do Sul, aposentada, expressou a minha indignação: disse que não conseguia entender como se flexibilizava algo que é básico e necessário, subtraindo uma base fundamental para que o processo de aprendizado possa se estruturar. Até então, pensei, mas não me posicionei. Agora, é hora de repormos no lugar as mazelas que estamos enfrentando porque, desestruturado o básico, nossos problemas vão se avolumando como naquela brincadeira com pedras de dominó que, ao derrubar uma, o efeito cascata faz uma sequência de quedas que não pode ser evitada!

Comecei a conversar a respeito e do baú das lembranças foram sendo resgatadas muitas formas de se solidificar o processo: meu pai nos cobrava a tabuada enquanto trabalhava em seu armazém e não tínhamos folga enquanto as continhas não estavam na ponta da língua; uma professora usava da disputa natural entre meninas e meninos para fazer gincanas ao final de cada aula, com recompensas que iam de pequenos presentes ao prazer de superar o sexo oposto! Hoje, ao invés de incentivarmos a criatividade dos professores em sala de aula temos "técnicos" com fórmulas indiscutivelmente bem traçadas e dignas de serem apresentadas em simpósios internacionais, mas com os resultados pífios que vemos para a educação.