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sexta-feira

A inversão na sala de aula: uma nova forma de aprender

Se há alguns anos precisávamos sair para fazer compras, hoje basta um clique para você ter qualquer coisa na porta da sua casa. De uma simples pizza, até eletrodomésticos, a conveniência das compras on-line nos permite adquirir (quase) tudo. O último Black Friday está aí para comprovar como estamos nos habituando à comodidade Web. Uma pesquisa feita pela Criteo, empresa de publicidade digital, aponta que as vendas de e-commerce nesta data cresceram 196% na Black Friday.
Já na educação, a transformação é ainda maior. Acredito que esse é o setor que tende a sofrer as maiores mudanças nos próximos anos em decorrência da evolução tecnológica. Muitas escolas têm se questionado sobre os métodos de estudo utilizados no dia a dia. Afinal, como prender a atenção de estudantes em uma sala de aula através do uso da lousa e do caderno, com alunos cada vez mais adaptados à interação on-line?
O perfil dos alunos do ensino fundamental de hoje é com certeza muito diferente de como era na minha época, há uns 20 anos. Eles não só encontram o material didático na internet, como também têm a disposição diferentes fontes e pontos de vista que se contrapõem ao que é ensinado em sala de aula. Sabe aquela história de já chegar ao médico com um pré-diagnóstico encontrado no Google? O mesmo vem acontecendo em sala de aula. Além disso, o conteúdo on-line é tão amplo, que alguns alunos aprendem por conta própria o que lhes interessa a partir de tutoriais, vídeos, apostilas, enfim, todo o conteúdo disponível facilmente na internet.
O que fazer então para aliar aprendizado e comodidade a alunos que querem aprender, sem sair de casa, a partir dos novos recursos e estrutura de comunicação que estamos desenvolvendo? Penso que a “sala de aula invertida” se popularizará nos próximos anos.
Trata-se do ensino à distância aliado a um contato mais próximo com o professor para sanar dúvidas e ir às aulas uma vez por semana, por exemplo. O seu diferencial é que na verdade, ele não é tão distante quanto os tradicionais cursos on-line.
A diferença é que a “sala de aula invertida” oferece um estudo mais consciente, onde o aluno tem mais contato com os professores e realiza trabalhos mais periódicos de avaliação, a maioria deles, inclusive, presenciais. Embora haja cursos à distância, que são realmente bons, algumas pessoas ainda têm receios quanto a sua efetividade. Até mesmo porque nem todas conseguem manter a disciplina de estudar sozinhas e complementarem os estudos com acompanhamento esporádico.
É por isso que algumas escolas estão adotando a “sala de aula invertida”, principalmente devido a maior procura de estudantes que não têm mais tempo de ir às escolas, mas querem uma educação de qualidade. Além disso, durante o decorrer das aulas, os alunos precisam desenvolver projetos práticos, para mostrar que realmente estão absorvendo o conteúdo didático enviado. Outro fator importante é o contato com outros alunos, que abre espaço para fazer network e se inspirar a partir dos outros projetos elaborados.
Seja pelo horário de trabalho, pela vida caótica nas cidades ou simplesmente por não querer ir e voltar por longos trajetos frequentemente, as pessoas estão aproveitando as facilidades da mobilidade e do crescimento do conteúdo on-line para estudarem e se profissionalizarem.
Neste contexto, nada melhor do que as escolas se adaptarem e desenvolverem materiais cada vez mais completos e instrutivos, que facilitem os estudos assim como os tutoriais encontrados na internet. É importante que esse conteúdo seja desenvolvido pensando no novo perfil de estudante, que é mais dinâmico, objetivo e questionador. Então, é fundamental que os professores que criam e estabelecem esse contato com os alunos também tenham um perfil mais receptivo, que compreenda que o estudante está se tornando cada vez mais protagonista do próprio aprendizado.
É claro que o formato das escolas que conhecemos hoje ainda deve permanecer por alguns anos. Na verdade, acredito que as aulas presenciais, principalmente nos primeiros estágios da vida do estudante, não devem cessar. Elas são fundamentais por uma série de motivos. Entretanto, as escolas devem e precisam se atentar a essas transformações.
Essa é uma das muitas mudanças que a nossa geração ainda presenciará. Como a educação é um processo essencial a todos, penso que ela merece especial atenção e transformação nos próximos anos. Temos jovens cada vez mais interessados em recursos mobile e em programação e, para aumentar o leque de opções no mercado de trabalho, esse tipo de conteúdo terá que ser inserido em suas formações muito em breve.
Nessa última semana o CEO da Netflix, Reed Hastings, afirmou que a era da TV acaba em 2030. É de se imaginar que isso gerou uma grande polêmica, mas sinceramente não acho que isso está muito longe da nossa realidade. Temos que aceitar que as mudanças estão sempre acontecendo e se ajustar a elas.

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domingo

Boa parte da teoria é feita por quem está fora da sala de aula’, diz educador


Quando foi lançado há cinco anos nos Estados Unidos, o livro do educador Doug Lemov foi recebido com um misto de entusiasmo e crítica. Diretor de uma rede de escolas privadas que atendem alunos pobres com recursos públicos, Lemov observou e filmou por cinco anos a atuação de bons professores em sala de aula. 

Desse trabalho surgiu “Teach Like a Champion”, traduzido no Brasil pela Fundação Lemann como “Aula Nota Dez”. Num mercado repleto de publicações sobre teorias pedagógicas, mas com quase nada sobre práticas de sala de aula, o livro virou rapidamente um best-seller.

Até hoje, no entanto, há quem o critique por dar ênfase demasiada à prática e desprezar teorias. Lemov responde afirmando que seu livro não tem a pretensão de ser o único a ser usado em escolas. O problema, afirma, é que boa parte das teorias pedagógicas é feita por profissionais que estão fora de sala de aula. 

Para ele, o professor não pode ser tratado só como alguém que executará a teoria de outros. Precisa ser respeitado também como alguém que tem soluções a dar para os problemas que ele mesmo vivencia na prática.

Lemov está lançando nos Estados Unidos uma segunda versão de seu livro. E terá seu trabalho avaliado no Brasil. Além da tradução de “Aula Nota Dez”, a Fundação Lemann elaborou um programa de gestão de sala de aula para formação de professores e coordenadores pedagógicos, baseado nas 49 técnicas descritas pelo educador americano. O programa será implementado em escolas estaduais cearenses, que serão avaliadas pelo Banco Mundial.

O Globo – O senhor continuou estudando técnicas de bons professores após seu primeiro livro?

Doug Lemov - Sim. O livro lista 49 técnicas de grandes professores. Percebi que várias vezes me perguntavam sobre quais delas seriam as mais importantes. Isso me levou a reorganizar o livro em torno de quatro ideias principais e incluir técnicas que não constavam do primeiro.
O Globo – Quais seriam essas ideias principais?

Lemov – Uma das mais importantes é a que eu chamo de “checar pelo aprendizado.” A marca de um grande professor é entender a diferença entre “eu ensinei” e “eles aprenderam”. Esses profissionais estão constantemente querendo entender não apenas o que os estudantes sabem, mas principalmente aquilo que não sabem. Numa das técnicas, que descrevo como a “cultura do erro”, fizemos um vídeo de um professor que circula pela sala de aula e percebe que muitos alunos estão cometendo erros comuns. Um deles mostra ao professor seu erro, e o professor diz “que bom que você cometeu esse erro, pois isso me permitirá ajudá-lo melhor. Vamos aprender a partir disso”. Parece algo óbvio, mas o importante aqui é o professor passar a mensagem aos alunos de que é normal estar errado, e que errar é parte importante do caminho para o aprendizado.

Também reforço a ideia, já presente no primeiro livro, de que é preciso ter altas expectativas acadêmicas a respeito de todos os alunos. A terceira ideia é a de que é preciso estruturar a aula de modo que todos os alunos tenham tempo para desenvolver atividades cognitivas, em vez de ficar apenas assistindo ao professor. Um dos capítulos do meu novo livro que julgo mais importantes é o que fala da importância da escrita.

O Globo – O senhor pode dar um exemplo?
Lemov -Escrever é um dos atos mais rigorosos que um estudante pode fazer. Requer que você entenda uma ideia e saiba descrevê-la de forma exata em suas próprias palavras. Se você fizer isso bem, é porque entendeu. Quando você fala, pode usar gestos ou ser menos preciso. Quando escreve, são só suas palavras. Além disso, ao exigir que todos escrevam, o professor estimula todos a trabalhar, e não apenas alguns.

O Globo – E qual seria a quarta ideia?
Lemov – Ajudar o professor a criar uma cultura positiva de comportamento nos estudantes. Quando lancei meu primeiro livro, uma parcela significativa, tanto dos que gostaram quanto dos que não gostaram, entendeu, equivocadamente, que ele se resumia a dar dicas de como controlar e disciplinar os estudantes. O importante aqui, que eu procurei deixar claro agora nessa segunda versão, é que as técnicas para melhorar o ambiente de sala de aula existem para permitir que os alunos aprendam mais. Esse é o foco.

O Globo – O Banco Mundial avaliará o uso de algumas de suas técnicas em sala de aula. Qual sua expectativa?
Lemov – Espero que as pessoas usem as técnicas para assegurar que as crianças estejam aprendendo. Parece óbvio, mas vi nos Estados Unidos algumas redes que diziam ter adotado meu livro mas que, na verdade, estavam se preocupando apenas com as técnicas mais básicas, de comportamento.

O Globo – Uma parte dos educadores criticou seu livro por dar uma ênfase exagerada à prática, como se ela fosse mais importante do que a teoria.
Lemov – Não existe apenas um livro no mundo. É muito importante ter publicações que falem sobre a prática docente. Não significa que não se deva estudar teoria, mas o que acontecia, ao menos nos Estados Unidos, era que praticamente só havia livros teóricos, e muitos profissionais chegavam à sala de aula sem saber como resolver problemas cotidianos. Também acho que é importante aprender a partir da experiência de professores.

 Muitas teorias são escritas por gente que não está em sala de aula, que não trabalha nela todo dia. Não sei como é no Brasil, mas nos Estados Unidos temos um problema grave de baixo status da carreira docente. É importante respeitar os professores. Eles não podem ser tratados apenas como pessoas que vão executar teorias de outros. As soluções de problemas de sala de aula precisam ser pensadas principalmente pelos professores.

Fonte: O Globo


sexta-feira

Gastos de brasileiros no exterior batem recorde

Mesmo com o dólar em alta, gastos em viagens internacionais cresceram 2,48% em 2014

Os gastos de brasileiros no exterior passaram de US$ 24,987 bilhões, em 2013, para US$ 25,608 bilhões, em 2014, crescimento de 2,48%. O valor voltou a ser recorde, mesmo com o dólar em alta. A conta de viagens internacionais apresentou déficit de US$ 18,695 bilhões no ano passado, cifra também recorde. Os dados foram divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC).

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a tendência é uma redução no ritmo de crescimento das viagens dos brasileiros ao exterior. Para ele, o principal fator de influência é a valorização do dólar.


“É natural que, em um determinado momento, isso [gastos recorde de brasileiros em viagens ao exterior] mostrasse uma acomodação. A tendência é ter, em 2015, comportamento semelhante ao de 2014”, disse Maciel. Em 2014, ano de Copa do Mundo, os gastos de estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 6,914, crescendo 3,13%, na comparação com o ano anterior.

As receitas ficaram aquém do que era esperado pelo BC. “Chegamos a fazer uma estimativa do impacto da Copa, que ficou próxima de US$ 1 bilhão”, disse  Maciel. Segundo ele, fatores externos podem ter influenciado. “Há uma correspondência do ritmo de crescimento da atividade global com receitas de viagens previstas no país”, destacou, clarou, em entrevista para comentar o resultado das contas externas em 2014.

Quanto ao déficit recorde de US$ 90,9 bilhões das transações correntes do país no ano passado, Maciel atribuiu o resultado principalmente à balança comercial. Para ele, a balança tende a se recuperar este ano, em função da taxa de câmbio – já que o dólar valorizado favorece exportações -, do aumento no volume de comércio internacional e da perspectiva de melhora da conta-petróleo brasileira.

Agência Brasil


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segunda-feira

Você também pode se reciclar

Está pensando em como fazer de 2015 um ano verdadeiramente especial? Pois a palavra de ordem é: reciclar. Reciclar é transformar o velho em novo. No caso dos comportamentos, esse processo leva você a um modo diferente de funcionar.

Existem duas reciclagens fundamentais que auxiliam nessa mudança, elas são ferramentas poderosas do autoconhecimento. Uma se refere ao estado emocional e a outra à parte prática do novo comportamento. Uma muda o estado de espírito e a outra atua direto na parte prática do novo comportamento.

Quando você deseja apenas mudar as emoções precisa buscar mecanismos que ativem outras áreas do seu cérebro e ajudem a tirar foco do seu problema. Em vez de ficar remoendo uma mágoa durante todo o seu dia, comece por fazer algo simples e de que você gosta. O quê? Não se espante, as dicas são simples: ouvir uma música (claro, não vá escutar a que deixa você mais deprimido!), ler um livro, assistir a um vídeo ou filme, fazer atividade física ou mesmo cantar, por exemplo.

Há uma riqueza muito grande nesta simplicidade. Você precisa, de fato, acionar outra área do seu cérebro, pois não funciona apenas repetir para si: "não vou me torturar", "não irei mais me aborrecer", "não falarei mais sobre isso"... O que acha que seu cérebro está fazendo neste momento? De nada adianta colocar o "não" na frase, porque seu cérebro está registrando as palavras "tortura", "aborrecer", "falar sobre isso" e ativará conexões neurais que têm ligação direta com elas.


Mudar estado emocional leva você a alterar sentimentos, entretanto, não necessariamente muda comportamentos. Para isso, você precisará de exercício prático, treino e treino. Pode ser, inicialmente, um pequeno passo, mas no qual você faça realmente algo diferente, e que prossiga continuamente até dar passos mais largos e internalizar um novo hábito.

Sim, nada acontecerá se você não se dedicar. Aqui a mudança só acontece com a ação. Você vai começar a fazer ginástica todo dia de manhã? Pegue-se pelo seu colarinho e vá! É uma reciclagem, está colocando outro hábito em vez de ficar dormindo ou ficar na depressão, por exemplo. Ou, então, comece treinando a imaginação: visualize-se por um tempo fazendo esta atividade, durante uns dez dias: veja o relógio despertar, você está acordando, num determinado momento abre a janela e vai se exercitar.

Subconscientemente, está contribuindo com informações emocionais no seu cérebro, isso ajuda a iniciar a mudança, mas não adianta ficar só por aí. Parta para a ação e seja feliz!

Tem algo de diferente que você gostaria de fazer e está protelando? Pegue sua lista de pendências, escolha a mais fácil de ser resolvida e proponha-se a realizá-la de hoje até uma semana. Se é algo que demanda tempo maior, comprometa-se a realizar o primeiro passo e a demarcar todas as próximas ações. Em uma semana! Sem enrolação!

E a cada passo que der, do fácil ao mais difícil recompense-se! É isso mesmo! É fundamental que você se abasteça de motivação se deseja mudanças em sua vida. Afinal, a felicidade não está no objetivo final, ela está no decorrer do caminho que percorre para alcançá-lo. Então, presenteie-se com o que lhe dá prazer, seja uma massagem, assistir a um filme, viajar ou mesmo procurar pela simplicidade de uma xícara de chocolate quente. O importante é descobrir o que faz você feliz no aqui e agora! Vá em frente



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quinta-feira

Governo vai aumentar impostos para aumentar receita

Medidas irão incidir em tributos sobre combustíveis, cosméticos e bens importados.

O governo está pronto para anunciar medidas que podem aumentar a arrecadação deste ano em quase R$ 9 bilhões.

Uma dessas medidas é a elevação da alíquota da Cide, imposto que incide sobre a comercialização de combustíveis. A Cide voltará para a alíquota que vigorou até ser zerada em julho de 2012.

Além da Cide, uma fonte qualificada do Palácio do Planalto afirmou que a presidente Dilma Rousseff também bateu o martelo para criar a PIS/Cofins sobre a distribuição de cosméticos e elevar a alíquota desses tributos sobre bens importados, como forma de estimular a indústria nacional. A decisão foi tomada após reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na terça-feira (13).

No caso específico da Cide, estima-se uma arrecadação de R$ 3,7 bilhões neste ano, já que a contribuição voltaria a vigorar somente em abril. Seguindo o princípio da anterioridade tributária, uma elevação de imposto ou contribuição começa apenas 90 dias após o anúncio.

Além das medidas de aumento de receitas, o governo avalia medidas de controle das despesas. O corte no Orçamento da União será conhecido somente quando a lei for aprovada pelo Congresso Nacional. Mas o Ministério da Fazenda pode se antecipar no lado dos gastos com uma elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) cobrada pelo BNDES.

Hoje, a taxa está em 5,5% ao ano, enquanto a taxa básica de juros (Selic) está em 11,75% ao ano. Quanto maior a diferença, mais elevados são os gastos do governo com a "equalização de juros", isto é, a manutenção desse subsídio. O governo gasta cerca de R$ 30 bilhões por ano para manter a TJLP no atual nível

O governo pode elevar a TJLP a 6% ao ano no fim de março, mas também não está descartada a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e o Banco Central Com isso, avalia-se, o governo poderia poupar até R$ 4 bilhões em gastos com a equalização de juros.

Dentro da tesourada nas despesas federais previstas no Orçamento 2015, que deve somar entre R$ 65 bilhões e R$ 70 bilhões em toda a máquina federal, serão incluídos os cortes sobre os repasses do Tesouro ao setor elétrico. No Orçamento, estavam previstos R$ 9 bilhões para esse subsídio.

Ordem presidencial
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou que um "saco de maldades" esteja sendo preparado pelo governo. A declaração está em linha com a orientação da presidente Dilma Rousseff à equipe econômica. A ordem no governo é alcançar a meta fiscal deste ano mais pelo lado dos cortes de gastos do que com o aumento de tributos.

O que deve facilitar o trabalho da nova equipe, principalmente do novo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, são as receitas de decisões tomadas pela gestão anterior da Fazenda. Uma delas é a cessão onerosa de campos do pré-sal para a Petrobrás. A estatal deve pagar R$ 4 bilhões ao governo, neste ano, por causa disso. Além disso, o ex-ministro Guido Mantega iniciou discussões para leiloar a folha de pagamentos da União, além da gestão dos fundos de participação dos Estados (FPE) e dos municípios (FPM). Se Levy mantiver os planos, o governo pode embolsar até R$ 8 bilhões com isso.

Além disso, há o pacote de aperto na concessão de benefícios previdenciários, como pensão por morte e auxílio doença, e trabalhistas, como seguro-desemprego e abono salarial. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que, pelas contas do governo, esse arrocho nas regras pode render uma economia de R$ 18 bilhões aos cofres públicos neste ano.

O governo tem diante de si a necessidade de cumprir a meta de poupar R$ 66,3 bilhões para o pagamento dos juros da dívida pública. Esse expediente, chamado de superávit primário, é uma das razões para a perda de credibilidade do governo Dilma. Nos últimos três anos, o governo entregou um superávit primário inferior ao prometido. No caso de 2014, a meta fiscal pode ter fechado com um inédito déficit.

Diante dessa necessidade, qualquer recurso extra é relevante. O aumento da tarifa de energia, que por um lado vai piorar os índices de inflação, deve elevar a arrecadação com o PIS/Cofins. Esses tributos incidem sobre o faturamento das empresas. No caso das distribuidoras de energia, o faturamento deve aumentar por causa da conta de luz mais elevada e, com isso, elas também devem pagar mais PIS/Cofins. 

DP.


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quarta-feira

Ídolos da juventude

Em qualquer gênero de atividade, aquele que se destaca por competência torna-se alguém singular e, como tal, exemplo para um grupo ou para milhões de pessoas, como acontece, por exemplo, no futebol, no qual Pelé, Maradona, Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Zico, D’Alessandro e tantos outros foram eleitos, pelo talento que demonstraram tanto nos gramados, como em pistas, piscinas e quadras, assim como no vôlei, basquete, natação, futebol de salão, ciclismo, atletismo, automobilismo etc.

Isso é, sem dúvida, altamente sadio, especialmente para as crianças e jovens que, em grande parte procuram se espelhar nos atletas, tanto assim que até se pode notar um “orgulho oculto” entre os jovens que usam camisetas com nome e números dos atletas escolhidos como ídolos.

Lamentavelmente, muitos dos eleitos pela juventude, embora possuindo capacidade técnica, não estão preparados moralmente para subir ao pedestal da fama e tornarem-se exemplos de vida que, queiram ou não, passam a ser. A vida privada de Maradona, assim como a de outros consagrados atletas que foram e continuam sendo flagrados por uso de substâncias ilegais, que exemplo pode oferecer aos jovens? Certamente que o espelho será, sempre, negativo.

Nos parece, salvo melhor juízo, que caberia ao Ministério dos Esportes e Federações estaduais a elaboração de campanhas junto aos clubes brasileiros para o desenvolvimento de um trabalho junto aos respectivos plantéis, na conscientização dos atletas quanto à posição que ocupam na sociedade, onde as ações da vida privada refletem diretamente sobre aqueles que os tornaram ídolos.

Recentemente foi detectada substância ilícita no organismo de um lutador de UFC, durante o período de treinamento e, todos sabemos, esse esporte conta com milhões de adeptos em todo o mundo. Qual o exemplo que esse atleta está passando?

Outro fato muito comum, principalmente no Brasil, quando de jogos interestaduais, a execução do hino Nacional e do Estado que está sediando o encontro, poucos são os atletas que sabem a letra dos hinos. Lamentável.

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terça-feira

Mentira de verdade

Ano sim, ano não, depois da alegria das festas de Natal e Ano-novo, as pessoas assistem a posse dos executivos eleitos. Este ano foi da presidenta e dos 27 governadores. Seria uma cena deprimente, não estivesse o brasileiro se acostumado com tantas promessas vazias e realizações zero.

Em cada posse se elege um tema da moda. Como o governo federal modificou uma lei para camuflar que gastou milhões acima do que arrecadou, a ladainha foi corte de gastos. Agora, vai! Todo mundo vai gastar pouco, refazer contratos.

A maioria ou está se reelegendo ou já ocuparam o posto por anos a fio. De concreto, só o governador de Mato Grosso do Sul já cortou o salário pela metade.

Há dezoito meses consecutivos o crime aumenta em São Paulo. Geraldo Alckmin está no posto pela quarta vez. E a cada posse repete que vai enfrentar a criminalidade. Serão oito anos consecutivos. A justificativa do governador para o aumento da violência é que agora se faz boletim de ocorrência pela internet. Mesmo que fosse verdade, que não é, não importa para ele que os crimes já existiam de fato e apenas não eram comunicados porque a população não dispunha de meios.

Os chamados “analistas políticos” se deslumbram em apontar a sinalização desse ou daquele governador. Dilma sinaliza... Os governadores do Nordeste sinalizam... Pimentel sinaliza... É uma embromação de cumplicidade duvidosa que já transbordou a paciência do brasileiro.

Com a sua sinceridade de sempre, Dilma Rousseff disse que não retiraria direitos do trabalhador nem que a vaca tossisse. Antes mesmo da posse, os direitos, se não foram retirados totalmente, foram dificultados ao máximo. O que se adquiria num mês foi para vários meses à frente. E encerrou o discurso de posse dizendo que no seu governo os brasileiros só ganhariam mais, mais e mais direitos.


Costumo definir como cinismo administrativo brasileiro. Não existe exemplo maior do que a presidenta dizer que vai melhorar a educação e segurança escolhendo como ministro Cid Gomes e Jaques Wagner, que deixou a Bahia como um dos estados com maior índice de criminalidade do Brasil. E fecha com um ministro assumidamente ignorante para a pasta dos esportes, com uma olimpíada a ser realizada no próximo ano. Com exceção das pastas ligadas à economia, os demais ministérios não têm a menor relevância que sejam ocupados por qualquer um. Quem escolhes três ministros como esses não quer gestão nenhuma.

Outro mote absolutamente novo nas posses é que agora todos vão investir para valer na educação. Agora, vai! Não precisa pesquisa porque dá para lembrar que foi assim em todas as posses recentes. E a juventude está concluindo o ensino médio nas chamadas escolas públicas sem saber quais são as letras vogais e consoantes. Constato pessoalmente essa situação todo ano. Não sabem isso dentro de um contexto de conhecimento. De verdade, eles não sabem nada.

No Brasil, os índices de violência são tão altos, tão altos, que deveria sofrer uma estagnação natural. Não teriam mais como subir. Mas, seguindo os índices atuais, com a maioria sendo os mesmos que estão governando ou já governaram, daqui a quatro anos, mais de 200 mil brasileiros terão sido assassinados, com apuração e punição de 1% dos casos; e mais outros 200 mil terão morrido nas estradas. As crianças ainda terminarão o ensino médio sem saber o nome de um estado e de uma capital de qualquer região brasileira.

Caso voltemos às ruas como em Junho de 2013, aí a coisa pode mudar. Se continuarmos exercendo a cidadania apenas na internet e culpando os outros sem fazer nada, assim como foi em 2010, 2002, os governos nem precisarão mudar o discurso. E confirma que o dia 1º de janeiro é o dia da mentira oficial.



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domingo

Veja o novo jeito de usar o carro

O aluguel de bicicletas para a população se deslocar entre os bairros - sistema, diga-se, que muitas cidades ainda não oferecem, mas já é comum a várias cidades brasileiras - migra agora para uma nova fase. Começou a funcionar em Recife, no mês de dezembro, o primeiro sistema de compartilhamento de veículos elétricos do país (car sharing).

Implantado nos Estados Unidos e na Europa, o modelo permite ao usuário pegar o carro em vagas ou garagens espalhadas pela cidade e devolvê-lo, depois, em um período determinado. Em 2015 a novidade deve entrar em funcionamento também no Rio de Janeiro, que já lançou chamada pública de viabilidade do projeto. Em São Paulo o serviço existe desde 2010, mas a empresa responsável oferece apenas carros movidos a combustível.

O novo sistema de Recife tem vagas fixas em três estações e é sugerido a quem precisa de um carro para curtas distâncias. A escolha pelo compartilhamento de elétricos, de acordo com a gerente do projeto, Cidinha Gouveia, deve-se ao fato de a mobilidade no centro da cidade estar muito complicada. "Nos horários de pico é impossível se deslocar de um ponto a outro e as pessoas podem esperar até 40 minutos por uma vaga", disse ela.

Os usuários poderão aderir a um plano mensal de R$ 30,00 e arcar com uma taxa extra de R$ 20,00 por uso, com a possibilidade desse valor ser dividido, se for concedida carona. O sistema identifica as pessoas que pretendem fazer o mesmo trajeto.

Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Leonardo Meira, ouvido pela Agência Brasil, o compartilhamento tem grande potencial. O modelo surgiu na Europa na década de 1980 e complementa o transporte público, incluindo as bicicletas. Além de reduzir a poluição e o trânsito nas cidades, Meira destaca que incentiva a racionalização do uso do carro. Segundo ele, pesquisas mostram que o compartilhamento tira das ruas até sete carros particulares, na Alemanha e na Suíça, onde é muito forte.

O Rio de Janeiro também gostou da ideia. Ao vislumbrar o sucesso das bicicletas compartilhadas, a cidade lançou chamada pública para colher propostas para o sistema. A ideia é que o compartilhamento seja usado para curtas e longas distâncias, a partir de 2015, utilizando vagas especiais, que já estão sendo separadas.

A partir desse ano começa a funcionar em Porto Alegre, em fase de testes, o compartilhamento de carros elétricos, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Criado por estudantes da pós-graduação, que montaram a startup MVM Technologies, o sistema interligará todos os campi, antes de chegar a toda a capital gaúcha.



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sexta-feira

Roubos e furtos de veículos no Brasil



Entre 229 mil (Fórum Brasileiro deSegurança Pública - ano 2013) e meio milhão de veículos (ver Antonio Penteado Mendonça, Estadão 20/1/14) são furtados ou roubados por ano no Brasil. Outros países já contaram com números expressivos, bastante parecidos. Grã-Bretanha, por exemplo (consoante informação do articulista citado), que já reduziu sensivelmente seus escandalosos números.

 É baixa, hoje, a taxa de criminalidade nesse país (como em praticamente toda a Europa, que viveu a fase áurea do estado de bem-estar social nas décadas de 60/80).

O que foi feito? Mais do que boas intenções. Criaram-se eficazes programas de treinamento, inteligência, prevenção, investigação e atuação rápida das forças policiais. Ou seja: incrementou-se a certeza do castigo mais justo possível (antecedido da localização e apreensão de uma enorme quantidade de veículo furtado ou roubado). Serviço público de qualidade (caro, mas de qualidade). Isso não existe no setor público brasileiro, ressalvadas pouquíssimas áreas (vacinação, por exemplo).

Eis uma área (localização e apreensão de roubo e furtos de veículos) que talvez fosse o caso de se privatizar. Articulando-se um grande programa de Parceria Público-Privada (sobretudo com as seguradoras). O que o legislador brasileiro tem feito (também) nesse setor da criminalidade? Edição de novas leis penais mais duras ou obstaculizadoras.

 É o que ele pode fazer (diante de sua incapacidade para resolver problemas sociais).

Não podendo cuidar da certeza do castigo mais justo possível (que é um princípio de solução), o legislador atende os reclamos da população que demanda em todo momento mais aumento da pena. 

Em 1996, pela Lei 9.426, foi criado um novo parágrafo no art. 155 do CP (§ 5º), com a seguinte redação: "A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior". 

O governo do Estado de São Paulo promulgou uma lei que regulamenta a operação dos desmanches de veículos. Nenhuma delas mudou a realidade brutalmente criminógena. Aliás, nenhuma lei faz isso, enquanto não dotada da certeza da sua aplicação (da forma mais justa possível). Em matéria de prevenção da criminalidade sempre estamos no caminho errado.

O Estado brasileiro (pluto-clepto-genocidiocrata) não foi desenhado para a prevenção de crimes. E quem faz o errado o tempo todo não pode esperar que um dia dê certo.

Nem todos os veículos são levados para o desmanche. Que atende a reposição de peças dos carros mais velhos. Quem tem carros mais novos (garantia de até três anos, normalmente) sempre vai preferir a reposição com peças originais. Poucos carros são recuperados no nosso país. Quando recuperados, muitos são depenados nas próprias dependências estatais (expressão da cleptocracia, que significa o Estado cogovernado por ladrões). Por detrás dos furtos e roubos de veículos existem muitos crimes organizados.

Vários deles com a participação de agentes de segurança. À malícia e ganância dos criminosos, soma-se a desonestidade do servidor público. Um livro do século XVII (A arte de furtar) já dizia que os piores e grandes ladrões são os servidores encarregados de nos livrar dos pequenos ladrões. Muitos veículos são adulterados e revendidos no mercado interno. 

Grande quantidade deles vai para o exterior (lá são vendidos ou trocados por drogas ou armas). As fronteiras são transpostas com a mesma facilidade com que se rouba ou furta. Muitos agentes públicos também participam dessa operação criminosa (todos enlaçados por grandes organizações criminosas).

O Estado brasileiro fracassou na sua tarefa de fazer imperar a lei (assim como o constitucionalismo de direitos e deveres). As leis editadas não são acompanhadas de efetiva fiscalização. As leis não mudam a realidade quando não são fiscalizadas e aplicadas. Os números indicam o aumento constante dos roubos e furtos de veículos. Não existe coordenação das ações de enfrentamento do crime. Não há unificação de planejamento. São muitas as polícias e pouca política de integração. Pensar que essa forma de atuação possa dar resultados positivos é uma ilusão. As leis só configuram obstáculo sério quando imperam. Lei que não impera tem a mesma esterilidade de um monge virtuoso.

A criminalidade no Brasil tende a aumentar severamente porque não fazemos as coisas certas. Beccaria já alertava sobre isso em 1764 (Dos delitos e das penas). Propunha duas coisas: (a) certeza do castigo, ainda que moderado e (b) reformas socioeconômicas e educativas. Quem pega o bonde errado, mesmo que veloz, jamais atingirá o destino pretendido.