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terça-feira

Mais computadores, mais energia elétrica

O Centro Brasil de Informação e Eficiência Energética (Procel) lançou em seu site um artigo que alerta para um processo em franco crescimento: o aumento do consumo de energia elétrica no mundo em razão do uso de computadores. O órgão recorre a dados apontados pelo MIT Energy Initiative, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Os computadores e servidores instalados em todo o planeta são responsáveis hoje por mais de 2,5% de toda a energia consumida.
Portanto, ao mesmo tempo em que o avanço da Tecnologia da Informação (TI) traz vários benefícios às pessoas e às empresas, passa a criar novos desafios à humanidade. E como até 2020 projeta-se que o número de equipamentos conectados à internet seja de cinco vezes a população humana total, esse percentual tende a crescer em ritmo acelerado e gerar um problema cada vez mais real ao mundo e para o uso dos recursos naturais.
Para responder a esse desafio, a indústria de TI, em especial a de microprocessadores, tem feito investimentos nas últimas décadas, com o intuito de garantir a redução no consumo de energia. Desde os anos 70 estima-se que a cada ano dobrou a eficiência energética computacional, ou seja, o número de operações que podem ser realizadas por quilowatt-hora de eletricidade utilizada.
Relatório do MIT Techology Review aponta que a energia necessária para executar uma tarefa com um número fixo de computadores caiu pela metade a cada 1,5 ano. Isso aconteceu pelo fato de, a cada dois anos, ter dobrado o número de transistores em um mesmo processador, reduzindo assim a distância que a eletricidade tem para percorrer. Consequentemente, com uma redução do total de energia usada para garantir a performance computacional.
O problema, no entanto, é que esse ritmo de melhoria na eficiência energética tem diminuído ao longo da última década e exigido novas abordagens por parte da indústria de microprocessadores, que vão além do aumento do número de transistores por CPU. O caminho da eficiência energética passa por novos modelos, como o caso dos processadores acelerados (Apus). Estes reúnem em um mesmo chip o processador e a placa gráfica.
Essa combinação resulta em uma economia de energia ao eliminar as conexões entre chips diferentes, ao mesmo tempo em que permite balancear cargas de trabalho entre a CPU e a GPU, otimizando o consumo energético.
A indústria de processadores tem, portanto, esse importante desafio. Garantir que a TI seja cada vez mais eficiente e gere cada vez menos impacto ambiental. E contribuir para que a indústria de tecnologia reduza o consumo energético global.

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sábado

Síndrome de Potsdam

É inegável o grande sucesso da Psicanálise entre as ciências humanas, especialmente no último século. Nesse sentido, homenageio essa ciência utilizando o termo “síndrome” num contexto meramente do imaginário, quem sabe até de forma antropofágica como em alusão a Literatura Modernista do Brasil. 

Dessa maneira, tanto o termo síndrome, quanto o termo Potsdam são meros referenciais de empréstimo subjetivo e genérico ao título desse artigo. O termo “Potsdam” refere-se à cidade alemã vizinha de Berlin, tendo aqui uma funcionalidade similar do termo síndrome, ou seja, dentro de um contexto poético. Cabe salientar que, em Potsdam, houve uma conferência entre dezessete de julho e dois de agosto de 1945 que definiu os novos rumos da Alemanha da Segunda Guerra Mundial e onde se juntaram os aliados para decidir como administrar aquele país, que estava sob rendição. Os objetivos da conferência incluíram igualmente o estabelecimento da nova ordem mundial no pós-guerra.

 Nessa data, nascia a bipolaridade política entre simpatizantes do bloco capitalista americano-europeu versus o socialismo da união soviética. Após essa apresentação do conceito, temos um ponto de partida operacional para o conceito fictício que denomino “Síndrome de Potsdam”. E esse conceito analógico, funcionará como “sintoma-efeito” de um imaginário político que surgiu da necessidade artística, em outros termos, a Síndrome de Potsdam, “sintomaticamente” emanaria na história da literatura, luz ao ideário político. Já na poética de Carlos Drummond de Andrade, “sob análise”, sugere temáticas de poemas imersos no Getulismo, Nazi-fascismo e na proto-guerra fria.


 Tais traços vestigiais estão nas antologias Sentimento do Mundo e Rosa do Povo que são análogas às transformações no mundo daquela época e cujo transbordamento de lirismo, flui para além daquele tempo e percorre um dialogo longevo e polissêmico até a atualidade. Por outro lado, a recorrência em seus versos de termos como: dia, camaradas e amanhecer, poderiam dentro de uma análise do discurso caracterizar monofonismo léxico, em prol de uma voz que beira a um humanismo socialista limítrofe em termos poéticos.
Porém, a imersão Drummondiana numa cultura humanística que busque mobilizar os leitores, protege o seu trabalho contra uma resenha panfletária e desprovida de historicidade. Assim, como sua contínua reflexão que se baseia em documentos de época, mas encarados de forma monumental, embora haja o perigo da crítica especializada, a quem tenha os sintomas desta Síndrome sem se preocupar em cair no canto popularesco. Este é o poeta Thiago de Mello, que, em “A canção o amor armado”, dispõe da poesia mais transparente e militante do Brasil. Assim como uma clara oposição ao golpe militar de 64. Esse poeta é, sem dúvida, o detentor do verso mais “sintomático” e insurgente no Brasil. O termo “sintomático” aqui faz analogia à maneira genérica da qual o psicanalista Jaques Lacan empregava, ou seja, “O homem parlante é um ser doente e não tem acesso direto a realidade, pois sofre do intermédio dessa pela linguagem”.

Da mesma maneira, o poeta e ativista Ferreira Gullar, sob a análise de “Potsdam” responderia aos sintomas da "síndrome". Num primeiro momento, com a poesia Agosto 1964 e, posteriormente, com uma poesia mais polissêmica, longeva e menos datada. Moral da história, enquanto considerarmos a poética pelos olhos de um imanentismo arbitrário e aquém a experiências na realidade imaginária, seu sentido se limitará a um artefato extramundo.

Nessas circunstâncias, as insurgências poéticas engajadas, ainda serão consideradas anômalas e seu status poético será reduzido enquanto houver tais pré-conceitos estéticos. Além de um déficit em multivalência analítica que impetra contra esta poética uma sacralização dogmática, um puritanismo dialético e uma cristalização que a inviabiliza de adentrar no rol de prestígio da Poética. Aliás, reconhecimento que a narrativa alcançou flertando por um grande tempo com o “Realismo”.

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sexta-feira

Menos cérebro e mais silicone

O Brasil, conforme pesquisa atual, é o 2º país em realização de cirurgias plásticas. O segundo? Será que tal estatística não está equivocada? Confesso que fiquei amolado. Isto porque eu pensava que nesta matéria nós fôssemos também campeões. Mas, vá lá o vice lugar também é honroso, até porque a diferença não foi grandes números.
Dentro do meu encabulamento pus-me a pensar no que leva uma pessoa a trocar ou implantar tantas partes, órgãos, peças ou substâncias no corpo. Alguém  aí, algum leitor ou leitora já teve idêntica preocupação? Aliás, faço esta pergunta  mais para elas, as mulheres, que são as campeãs em tais procedimentos. Mulheres de todo o Brasil, socorrei-me! Dizei-me vós se forem capazes e seguras de suas alegações. O porquê de tantas próteses, tantos botox, tantos silicones, tantas aparas disso e daquilo em vossos corpos. Aliás, até corrijo-me, não só preenchimento, mas esvaziamentos de barriga, de culotes, de braços, de papadas.
Mas, já que vossas senhorias  não me convencem vão aqui algumas hipóteses. Poucas, mas não menos verossímeis. A primeira vem da tese de que somos produtos do criacionismo de Deus. Somos um corpo , arte e um sistema orgânico feitos à imagem e semelhança do arquiteto-mor, o criador do universo e suas milhares de forma de vida. Então mais que de repetente as pessoas (mais as mulheres) começaram a ficar insatisfeitas com o acabamento. E tudo isto se iniciou com a descoberta do espelho. Digo isto com muita obstinação e pertinácia porque antes do espelho não se têm notícias de tais procedimentos(plásticas e silicones).
E aqui nesta mea-culpa da espelhologia entra também a prática das tatuagens. Atenção, eu disse espelho(speculu)logia, porque na espeleologia , vocês já estariam no buraco, ou melhor, na caverna.  Todavia, é bom que se faça justiça com os precursores da tatuagem. Uma arte, hoje, de emporcalhar o corpo.  Os taitianos já faziam suas pinturas e desenhos corporais antes do invento do espelho, mas só até nos segmentos corporais que alcançasse a visão, braços e pernas por exemplo. Nunca no rosto, dorso ou partes mais pudendas. Esse povo tinha critérios e comedimento em tatuar o corpo. Hoje a pessoa, de tanta tatuagem, fica sem saber qual era a cor primitiva da pele. Diziam alguns tabloides que Michel Jackson conseguiu mudar a cor do corpo inteiro através das tatuagens. De fato antes ele era negro, aí endoidou a mudar de cor que ficou branco. Isto é o que se pode considerar um racismo autólogo ou autopreconceito.
Então o invento do espelho tem sim, muita culpa e participação na invenção e prática das cirurgias plásticas e procedimentos estéticos. Dentro da espelhologia temos que destacar os subprodutos destes instrumentos de se autoexaminar. É de simples explicação, antes havia apenas o espelho plano. Então vieram os espelhos curvos, os de corpo inteiro, os de aumento. Nestes de aumento, justiça e mérito sejam feitos às lupas e lentes de aumento. Nesse estágio então foram que as coisas desandaram. A mulherada, e alguns homens também,  passaram a considerar algumas imperfeições. É uma atrofia aqui outra protuberância nesses e outros lugares, e todos recorrem a alguma recauchutagem para sair melhor na foto .
Algumas cirurgias essencialmente estéticas, de mudanças de aspectos e contornos corporais deveriam ser pecado. Mas, como não está escrito nos mandamentos bíblicos, tudo passa batido. Eu não duvido que se novas edições das escrituras sagradas fossem feitas pelos primeiros evangelistas, lá estariam algumas cirurgias estéticas como pecado. E refletindo bem estariam cobertos de razão os escribas da Bíblia. Afinal é a criatura, adulterando, falsificando uma arte original de Deus. Faz todo sentido. Seria um pecado de  falsidade ideológica ou estelionato nessa atitude de alterar tantos órgãos e aparências. Pecado inafiançável !
A outra razão do incremento das plásticas advém de outro pecado. Como assim? Da gula ou glutonaria. Explico: a pessoa (mais a mulherada) além do pecado de tanto comer, tem outro pecadinho da modernidade, a preguiça. Glutonaria ou gula  mais sedentarismo resultam em um biótipo obeso e disforme. Excesso de gordura na barriga, na cintura e atrofia de coxas e glúteos. Solução prática o sem esforços? Lipoaspiração e implantes de silicone. Os riscos são uma infecção hospitalar e/ou um espichamento de canela. De quando em vez a imprensa noticia alguém que foi fazer uma lipo e acabou abotoando a blusa ou o paletó. Riscos da vaidade.
Por fim, uma explicação sui generis para tantos preenchimentos quem as me deu foi um neurologista. Ei-la em resumo e finalizo: O corpo humano precisa de um contínuo equilíbrio. Vale para loiras e morenas e alguns homens. O que ocorre nesta que agora se denomina hipermodernidade? Um cérebro pouco exigido e pouco exercitado ou que o exercite , mas com excessos de futilidade, tem a propensão de atrofiar com a redução do córtex  e da massa cinzenta (as mais pensantes e de raciocínio lógico). Para esses grupos de pessoas, explicou-me o neurologista, necessário se faz buscar um equilíbrio corporal. Daí que resulta então a busca frenética e não pensada implantação de substâncias no corpo  para compensar a anatomia e restabelecer o equilíbrio ponderal. Perde-se a massa pensante cerebral  mas ganha-se mais em massa erotizante como bumbum, lábios e seios à la Fafá de Belém!  Para quem demorou a me dar respostas estão aí as razões de tanta cirurgia plástica ou estética, tenham elas ou não algum senso dialético, escalafobético ou  ético. 

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quinta-feira

Velha senhora

Ao comentar recentes manifestações populares, disse a presidente Dilma Rousseff: “A corrupção não só é uma senhora bastante idosa neste país, assim como ela não poupa ninguém.” Como sempre acontece, nossa insigne presidente expressou-se de modo peculiar: na primeira parte de sua frase, conseguiu ser inteligível; na segunda, nem tanto.
Com efeito: dizer que a corrupção é “uma senhora bastante idosa neste país” remete à certeza de que esse “malfeito” (no jargão dilmista) está presente noBrasil desde tempos remotos – o que não é novidade, porquanto ela é inerente à natureza humana, em todo o tempo e lugar. O que não invalida o fato de que falcatruas e roubalheiras tenham sido insistentemente combatidas, e muitas vezes vencidas.
O que se questiona é a sugestão, nas entrelinhas, de que se aceite essa “senhora idosa” como algo perene e natural.
Talvez a expressão represente um ato falho da presidente, revelando que é assim, de fato, que ela a considere. Veja- se a segunda parte da fala presidencial: “assim como ela (a corrupção) não poupa ninguém”. O verbo “poupar” tem muitos significados; no contexto, seria esquivar-se, subtrair-se, eximir-se. Ou seja: ninguém se exime ou escapa da corrupção. Além de rejeitar o cacófato (como ela = moela), há que questionar: será verdade que todos somos passíveis de ser corrompidos? Ou – pela sua universalidade – deveremos simplesmente aceitar a corrupção? Se ninguém é “poupado” – como não o é pela morte – teremos de nos conformar com ela, como algo imperativo?
Tem-se dito, com freqüência, que a corrupção estaria no DNA dos brasileiros e que nossa terra foi povoada por degredados e condenados, o que é certamente um exagero. Os colonos portugueses, em maioria, eram pessoas pobres em busca de aventura e fortuna, tal como acontece ainda hoje nas regiões de fronteira; muitos deles, fugiam de perseguições por motivos de consciência, como os cristãos novos ou judeus convertidos. Lembre-se que, de igual modo, para os Estados Unidos também vieram, além dos puritanos “pais fundadores”, levas de sentenciados da Justiça, com a emigração forçada esvaziando-se as prisões londrinas.
Na história brasileira, há iniciativas recorrentes de combate à corrupção e aos maus costumes – tal como o fez o governador e capitão general, D. Luis Vahia de Abreu, que escreveu ao rei de Portugal: “Nesta cidade, todos roubam, só eu não roubo.” Declarou guerra ao crime, prendeu meliantes e conseguiu impor alguma segurança à mui heróica (e turbulenta) cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, na segunda metade do século 18.
Malandros, criminosos e vivaldinos dele se vingaram, dando- lhe a alcunha de “Onça”; o período em que governou passou a ser “o tempo do Onça”, algo antiquado e ultrapassado. Vale dizer: ser honesto estava fora de moda!
Ao longo do tempo, políticos, religiosos, prosadores e poetas clamaram contra a corrupção. Um dos mais famosos sermões do Padre Antônio Vieira – o “do Bom Ladrão” – foi proferido na Igreja da Misericórdia de Lisboa. Nele, o jesuíta condena vigorosamente aqueles que se valem da máquina pública para enriquecer – e os combate perante o próprio D. João IV e sua corte, inclusive ministros, administradores e altos funcionários do Reino.
Gregório de Matos Guerra, poeta irreverente e temido, apontava corruptos e corruptores em Salvador da Bahia, nos anos setecentos, e perguntava: “Que falta nesta cidade?
Verdade./ Que mais para sua desonra? Honra./ Falta mais que se lhe ponha? Vergonha!”.
Em Goiás, roubos e descaminhos da Fazenda Real estão presentes desde os primeiros tempos de ocupação do território – na “anarquia dos começos”, como os definiu Palacín. Há casos incríveis: para agradar o governador em visita a novas minas, os mineiros lhe ofereciam um banquete, quando o presenteavam com uma tigela cheia de canjica – na verdade, ouro em pó! Sucederam-se inquéritos e devassas … mas essa é uma longa história.
Em tempo mais recente, lembre-se o poema-discurso de Rui Barbosa que, em 1914, proclamava: dadas as mazelas dos governos republicanos, o cidadão brasileiro via-se compelido a “ter vergonha de ser honesto”.
Na medida em que, com o passar do tempo, melhora o nível de educação e aperfeiçoa-se o exercício da cidadania, a população passa a exigir mais transparência e eficiência no exercício do governo e da administração pública. Se o passado nos mostra a presença de corrupção, dele também nos vem a certeza de que sempre houve quem lutasse contra ela.
O que não se pode aceitar é simplesmente vê-la como inevitável e inarredável. Isso de defini-la como uma velha senhora sempre presente é um tipo de conformismo que nos causa repúdio, a nós, cidadãos honestos e conscientes.

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terça-feira

Funeral de rei inglês acontece com atraso de 530 anos


Uma cerimônia de cinco dias, que começou domingo (22/03), atrai turistas e ingleses. É o funeral de Ricardo III, rei da Inglaterra entre 1452 e 1485. Sua morte aconteceu na Batalha de Bosworth Field, dando fim à Guerra das Rosas. Seu corpo foi enterrado às pressas em uma igreja e só foi reencontrado em 2012 por historiadores.
A ossada do monarca estava localizada em um atual estacionamento de carros. A escoliose na coluna vertebral levantou suspeitas, já que Ricardo III era corcunda. A identidade foi confirmada a partir do DNA de um descendente da família real.

Os escritos de Shakespeare relatam o rei como um tirano corcunda e sua imagem é associada a um golpista. Entretanto, desde o achado dos restos mortais, a população inglesa tem mudado sua imagem negativa.

domingo

Sustentabilidade e ciência

A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), ocorrida na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), levou ao conhecimento do público mais de 330 projetos científicos construídos por 746 estudantes pré-universitários de todo o país.

Engana-se quem pensa que os projetos não tiveram qualquer caráter prático, de intervenção na realidade. Muitas das propostas apresentam soluções e alternativas para problemas da sociedade, como a cadeira de rodas com um sistema eletromecânico que eleva o assento, permitindo ao cadeirante alcançar prateleiras mais altas em um supermercado. Mais: uma pulseira com dispositivo capaz de evitar o sequestro de crianças na saída das escolas.
Na edição deste ano, os trabalhos também apresentaram soluções para economizar água e energia. Ao todo, 39 projetos abordaram o tema de melhor aproveitamento dos recursos naturais. Seis estudantes do Ensino Médio do Colégio 12 de Outubro, de São Paulo, desenvolveram o Eco Laundry, sistema que reaproveita a água da máquina de lavar roupas.
 "Basicamente é um filtro com calcário, areia e carvão ativo. Ele reutiliza a água da máquina que você acabou de usar na lavagem. A água passa pelo filtro e vai para o reservatório. Você pode fazer esse ciclo de cinco a seis vezes, até que a água não esteja pura o suficiente para fazer mais uma lavagem", explicou à Agência Estado Vitor Pirolla, de 16 anos, um dos criadores do projeto.
Outro projeto que também estimula a economia de água, e desde 2011 é aplicado na Escola Professor Mansueto Boff, em Concórdia, Santa Catarina, é o que capta água de chuva para uso nas descargas de vasos sanitários. O trabalho foi desenvolvido pelas estudantes da própria escola Gabriele Ângela Pimentel e Ketlin Luane de Oliveira.
"Nossa escola é composta por um prédio escolar e um ginásio, que é todo cercado por calhas. Essas calhas são responsáveis pela captação da água da chuva, que passa por uma caixa de mil litros, onde ficam as primeiras impurezas como galhos e folhas. Essa água vai então para um reservatório de madeira", explicou Gabriele. De lá, a água vai para outra caixa, que fica abaixo de uma quadra aberta na escola.
Para que a água chegasse até a parte superior da escola, onde existe outra caixa captadora, seria necessário o uso de energia elétrica. Então, para tornar o projeto sustentável, a solução encontrada pelas alunas foi usar uma célula fotovoltaica. "Ela capta a energia solar, transforma em energia elétrica, manda para a bomba que tem abaixo da quadra aberta, acionando as boias que vão impulsionar a água para subir para os prédios superiores da escola, espalhando-se pelos 27 vasos sanitários", disse Ketlin.
Desde que foi implantado, o sistema trouxe para a escola uma economia mensal de até 55% na conta de água. Sem considerar a célula fotovoltaica, que foi doada à escola, o projeto custou cerca de R$ 7 mil, disseram as estudantes.
Em suma, dá para nutrir esperança. Os jovens, muitos deles, estão verdadeiramente preocupados com o futuro. E querem mudá-lo. Que a Educação no Brasil seja estímulo a eles, não fonte de frustração e acomodação.

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sexta-feira

Consumo consciente: como ensinar as crianças

Como você está educando seu filho em relação ao dinheiro? Observo o crescimento de crianças consumistas, diante de tantas oportunidades e publicidades. As ferramentas comerciais fazem com que as crianças fiquem "hipnotizadas" e acabem querendo ter tudo o que veem pela frente, isso sem contar a influência de amigos.
Mas, como saber quando uma criança realmente está se tornando consumista? É normal que elas sintam desejos pelas coisas, mas é importante que se tenha em mente que grande parte dessas vontades é imediata, ou seja, passageira.
A situação começa a ficar complicada quando o filho acha que tem a necessidade de tudo o que vê na televisão ou em vitrines e, quando não consegue, faz birra. Outro ponto que demonstra consumismo é quando as crianças recebem mesada e não conseguem passar o mês com o que ganham, passando a pedir mais dinheiro toda vez.
Outra situação que exemplifica uma criança consumista é quando elas ganham um presente e logo deixam de lado, quebram ou esquecem em algum lugar. Se isto está ocorrendo, já é a hora de os pais repensarem a educação financeira de seus filhos.
O primeiro passo é encontrar a causa do problema. A maioria já irá rapidamente falar que a culpa é da TV ou do marketing publicitário, mas isso é um grande erro, pois, por mais que isso tenha uma parcela de culpa, os maiores responsáveis pelo comportamento dos filhos são os pais.
Então, é preciso combater o consumo não consciente, educando financeiramente primeiro a si mesmo e depois aos filhos. Sem dúvida, nós, adultos, temos que buscar pelo conhecimento do letramento financeiro. Além disso, é importante que os pais vejam com as escolas das crianças para inserirem em suas grades curriculares esse conteúdo (podendo ser na educação infantil, no Ensino Fundamental e/ou no Ensino Médio).
Felizmente, o número de instituições com essa preocupação já chega a 1.500 em todo o país, que utilizam a Coleção Dsop de educação financeira (didática) ou as coleções O menino do dinheiro e O menino e o dinheiro (paradidáticas). Os pais também têm importância nas influências externas, nesse caso, devem limitar ou controlar o acesso das crianças às mensagens publicitárias e conversar com elas sobre os temas e desejos.
Se os hábitos e costumes da família forem positivos em relação ao uso do dinheiro, eles tendem a prevalecer na vida das crianças. Isso, certamente, evitará que elas façam parte de um grupo de pessoas endividadas na fase adulta.

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quinta-feira

Educação e tecnologia: o grande desafio dos educadores

Em meio a tantas tecnologias do mundo atual, surge em consequência um grande desafio para escolas e professores: aliar educação e tecnologia. Foi o tempo em que a escola era o principal meio de aprendizagem. Hoje com a internet, vivemos uma revolução do conhecimento. Tudo está na rede, e recorrer a ela na hora da dúvida já faz parte do nosso cotidiano.
Este cenário vem cada vez mais se refletindo nas escolas. Com certeza você já se deparou com uma criança de dois ou três anos brincando com um celular. Esta mesma criança, quando chega a idade escolar, tem experiências que crianças de 15 ou 20 anos atrás não tinham. Assim, alunos tornam-se mais exigentes, e esperam da escola e de seu professor a mesma agilidade de resposta proporcionada pelos sites de buscas. Chega a ser desmotivador para o aluno frequentar uma escola em que a tecnologia não é bem-vinda ou bem utilizada.
E é aí que está o grande desafio: aliar tecnologia ao aprendizado, colaborando com uma educação eficiente e atraente. Isso é positivo, desde quando usada com um propósito. Hoje é inimaginável um mundo sem as inovações tecnológicas. Porém, é importante lembrar que usar a tecnologia pela tecnologia apenas, não potencializa o processo de ensino e de aprendizagem. É preciso foco no que se busca: maquiar uma velha metodologia de ensino com uma nova tecnologia não qualifica a aprendizagem. O crescimento e a popularização da educação a distância (EAD) são a prova de que o processo de ensino e aprendizagem mediado por tecnologias, pode ocorrer com qualidade, ainda que os principais personagens envolvidos, professor e aluno, não estejam próximos.
Em relação a adaptação das escolas, esta, por sua vez, acaba sendo um lento processo. Muitos educadores ainda sentem-se inseguros e despreparados frente às tecnologias, porém, é preciso que ocorra uma mudança de consciência, e admitir que o mundo mudou e não tem mais volta. Buscar formação e atualização que garantam uma melhor atuação frente à educação é fundamental. Por outro lado, tem os professores que já perceberam o potencial das novas ferramentas, levando novidades e interação para a sala de aula.
Andressa Schiavone Aquaron, professora de educação infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola particular de Maringá/PR, está entre os professores que já perceberam a importância de utilizar recursos tecnológicos em sala de aula, tornando o aprendizado inovador e atrativo. “Como educadora, posso aproveitar a desenvoltura dos meus alunos ao utilizar as tecnologias e ensiná-los a explorar e aprimorar seus conhecimentos. Esta intervenção é fundamental para que se alcance os objetivos propostos”, afirma a professora.
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quarta-feira

Lula o protagonista escondido

Milhões de pessoas foram às ruas gritando "Fora Dilma" e "Fora PT". É só impressão, ou ficou faltando alguém no foco central da irritação popular e na defesa da presidente e do partido? Onde o ex-presidente Lula se encaixa nisso tudo?
Dilma Rousseff, economista, técnica em energia e militante histórica do PDT brizolista, nunca tinha sido eleita para coisa nenhuma, nem vereadora de interior, até virar presidente da República. Só se candidatou a tanto e foi vitoriosa por causa de... Lula. Sem ele, ela jamais teria chegado nem perto dos palácios do Planalto e da Alvorada.
E o PT? Chegou no fundo do poço por sua conta e risco? Afinal das contas, tanto o mensalão quanto o escândalo da Petrobras começaram já no início do primeiro mandato de Lula.
Se Dilma tem culpa pela bagunça na economia, Lula tem responsabilidade por tê-la colocado na Presidência e pela herança de mensalões e petrolões. No mínimo, as responsabilidades têm de ser divididas, porque nada disso teria acontecido e perto de dois milhões de pessoas não teriam saído do aconchego do seu lar para despejar irritação nas ruas se não fosse por Lula.
Mas ele, que deixou a Presidência com o recorde de 80% de popularidade e é o maior líder popular vivo do país, sabe como ninguém tanto se beneficiar das grandes ondas a favor quanto se preservar nas horas de adversidade, como agora. Lula não entra em bola dividida, só vai na boa.
Ninguém viu nem ouviu o grande líder do PT nem o patrono da presidente Dilma nem nos atos pró-governo na sexta-feira, dia 13, nem nas maiores manifestações de protesto desde as "Diretas, já", no domingo, dia 15. E todos continuaram sem ver e sem ouvir um pio de Lula.
Se o escândalo bilionário da Petrobras não tivesse sido estourado e se Dilma tivesse sido minimamente competente na política e na economia ao longo do primeiro mandato, Lula não se contentaria hoje apenas em saborear os jantares no Alvorada. Estaria agora ao lado dela - talvez até à frente... - nas fotos, nas comemorações, nas manifestações populares.
Como ocorreu exatamente o contrário, a economia esfarelou, a política desandou, Lula sumiu e largou a pupila e sucessora à sua própria sorte, sustentada por um Miguel Rossetto extemporaneamente agindo como líder estudantil, um onipresente José Eduardo Cardozo requentando promessas vãs e um Aloizio Mercadante que apanha mais do próprio PT do que das oposições.
Sempre que pode, Dilma "vaza" para a mídia que está "irritada" com isso e com aquilo. Pois agora, sempre que se encontra com ela, Lula "vaza" que discordou, que criticou, até que gritou. Soa como uma tentativa de se descolar da desgraça, tal como ele fez no mensalão e faz agora no petrolão. A culpa é sempre de alguém, dos outros, de Dilma...
Não se pode nunca esquecer, porém, que Dilma é Lula, o PT é Lula. Ao empurrar sua ministra de Minas e Energia para a Casa Civil e catapultá-la à condição de presidente da República, Lula assumiu um casamento indissolúvel com Dilma.
Se Lula acha que a fragilidade de Dilma pode fortalecê-lo em 2018, pode estar redondamente enganado, principalmente porque a Lava Jato já estrangulou a bancada do PP e agora se fecha sobre o PT, com os milhões de reais, de dólares e de euros do tesoureiro João Vaccari Neto e do operador Renato Duque.
Não é só Dilma que deve estar perdendo o sono. Lula também. Tanto ou até mais do que ela.
Quem diria? Depois de o PT, seus "blogueiros independentes" e seus "robôs" azucrinarem todo mundo durante anos pelas redes sociais e e-mails, documento do Planalto obtido pelo Estado mostra que o feitiço virou contra o feiticeiro. É o governo do PT quem agora reclama da guerra na internet...

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terça-feira

O impasse em preservar nosso “Capital Natural”.

A crise ecológica que enfrenta a humanidade, com riscos claros de uma iminente ruptura do equilíbrio dinâmico e de incapacidade de reorganizar-se de forma a permitir uma sobrevivência da maioria das espécies animais e vegetais, inclusive a sobrevivência do homem, tem, entre suas causas, como a maior responsável, a má utilização da economia. A visão reducionista e a hiperespecialização desta ciência vem provocando um descompasso em outra ciência: a ecologia.
O "economicismo" predominante em nossas políticas públicas, mais de governo do que de estado, tem ampliado o abismo que separa as conquistas do "capital criado" sobre as tentativas, muitas vezes frustradas, de preservar o "capital natural".
O capital natural, finito por essência, de difícil recuperação em curto prazo, perdendo espaço para os avanços desenvolvimentistas, termina por comprometer toda e qualquer sustentabilidade, inclusive a econômica.
O assédio sobre o ambiente ainda preservado, por conta de uma tendência de se facilitar as conquistas (?) de curto prazo, lamentavelmente atraentes para uma população carente de tudo que o mundo moderno oferece em tecnologia, condena o futuro a uma pobreza de alternativas e a uma irreversível incapacidade de usufruir destas mesmas tecnologias ou, o que é pior, dependência destas conquistas tecnológicas que deveriam estar na esteira da satisfação pessoal e de uma qualidade de vida de alto nível.
Por conta desta realidade, devemos reunir esforços para amparar todo o nosso suporte de vida com qualidade e dentro de parâmetros e modelos que assegurem possibilidades reais de opções propositivas na construção de políticas públicas de estado com sustentabilidade socioambiental real, não como mero termo usado demagogicamente, mas como conquista resultante de debates e argumentações cientificamente colocadas e amparadas pela experiência de vida de todos os interessados em um futuro digno.
O Planeta Terra, nossa casa, não suporta mais o reducionismo da "politiquês", da "esperteza" dos que colocam crescimento como sinônimo de desenvolvimento, dos que querem transformar nossa realidade em um tempo sem alternativas, a não ser as que levam a bretes com destino marcado: o dos puros interesses econômicos.

Realidade e sustentabilidade são palavras irmanadas pela garantia de futuro a ser conquistado, pois, considerando que "realidade é um dos casos da possibilidade", deve ser nossa decisão de que futuro queremos, mas uma decisão que não passe por visões retrógradas de que a economia é quem decidirá as novas realidades, isto é , o futuro.
Ninguém melhor do que Edgar Morin para concluir: "..."A economia que é a ciência social matematicamente mais avançada, é também a ciência social e humanamente mais atrasada, já que se abstraiu das condições sociais, históricas, políticas, psicológicas, ecológicas inseparáveis das atividades econômicas".

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domingo

A arte no educar

O que seria a arte?
“É criar uma mágica sugestiva, contendo a um só tempo o objeto e o sujeito, o mundo exterior ao artista e o próprio artista.”
Charles Baudelaire
Charles-Pierre Baudelaire foi um poeta e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do Simbolismo e reconhecido como o fundador da tradição moderna em poesia. Viveu intensamente e de forma conturbada, entretanto sua percepção do belo e do real norteou criações futuras que trariam imbuídas no seu contexto à sensibilidade.

Isto se deve ao fato de que através da percepção do real, chegava sempre a um correlato objetivo para o sentimento que desejasse expressar. Na verdade, utilizava-se de palavras que mostram a mútua dependência de duas ou mais frases. “Desta forma, sua poesia tendeu para a expressão de imagens cotidianas, o “visto pelo autor”, tendo o poeta sido quem melhor, em sua época, intuiu a mudança radical provocada pela metrópole sobre a sensibilidade”.

Baudelaire era como os modernistas que vieram após ele, um realista que detestava o entorpecimento da reprodução do mundo em poemas e pinturas e que tinha, ao mesmo tempo, aversão pela subjetividade exagerada. Em suas próprias palavras, o belo tem o sentido da busca da felicidade.

Como tenho procurado fazer dessa coluna semanal, um espaço de reflexão acerca da centralidade da educação em nosso cotidiano resolvi abordar um tema em especial, a importância de problematizar o belo e sua relação com o ato educativo.
Minha compreensão, acerca do papel das artes na escola, é o de garantir que essa riqueza seja cultivada, não só o contato com a vasta gama de manifestações culturais, mas, sobretudo o cultivo da necessidade de apreciar, de fruir esteticamente os objetos criados pela humanidade.

Ao lidar com o ensino, as questões do belo necessariamente insistem em aparecer, principalmente porque durante séculos, a arte era concebida como a habilidade de representar o belo, a perfeição. Felizmente, o paradigma moderno de beleza, de estética, vem sendo contestado e vários profissionais já conseguiram derrubá-lo em suas produções, fazendo da arte um instrumento para denunciar as mazelas e as injustiças da vida.

Ainda é possível encontrar educadores que ficam perplexos diante da tarefa de educar esteticamente seus alunos e acabam perpetuando as mesmas práticas equivocadas que tiveram durante sua vida escolar. É também verdade que uma parcela generosa desses mesmos educadores envida grandes esforços na tentativa de construir uma prática educativa mais crítica e emancipadora.

Uma educação calcada no belo como a busca da felicidade não é partidária de contemplações irreais, nem tampouco se dedica à formação de indivíduos que vivem sonhando com um ideal de perfeição. Ao contrário, resgatar o belo na educação requer o enfrentamento de muitos desafios, o maior deles é o de resgatar a beleza da própria vida em todas as suas dimensões.

Fazer do belo algo intrínseco à própria educação, é o sonho possível de cada educador. Viabilizar a permanência do belo nas relações sociais fará do mundo um lugar melhor, visto que a beleza perpassa pelo amor e respeito a todas as formas de vida.
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quinta-feira

Automatização e integração dos processos de RH

Folgas remuneradas ou programas de licença são parte importante do pacote de benefícios oferecido pelas empresas. Elas são reguladas por lei, são objetos de acordos coletivos de trabalho e aumentam significativamente os custos operacionais. Além disso, tais programas, sejam automatizados ou não, requerem gestão e aprovações que geram custos secundários e impactos na eficiência das corporações.
Este artigo foi escrito com base na realidade dos Estados Unidos, mas na essência, serve para nos estimular e ver como lidamos com a integração de sistemas, trazendo maior eficiência aos processos de RH das empresas.
Quando os departamentos de RH, Financeiro e TI são encarregados de implantar e gerenciar um sistema de folgas remuneradas, há um grande número de opções a serem avaliadas. Partes do processo de negócio de RH podem ser terceirizadas para um fornecedor de folha de pagamentos, de um sistema baseado na nuvem ou, também, outro sistema on premise pode ser adotado para esta finalidade.
Ao longo deste artigo, quando utilizado o termo “sistema”, este estará sendo referido ao sistema automatizado utilizado para controlar os processos envolvendo as folgas remuneradas e programas de licença. Quando empregado o termo “programa”, a referência pretendida é o conjunto de regras, políticas e procedimentos que compõem a governança do projeto.
Ao se avaliar o sistema de licenças utilizado, é importante ponderar se o mesmo suporta as características de seu programa de licença atual ou desejado, se permite o acesso fácil aos usuários necessários e se possui as proteções de segurança exigidas pela indústria e contexto regulatório.
Quando os analistas de negócios estão avaliando seu programa de licenças para determinar como é possível automatizá-lo, há alguns fatores-chave do programa que precisam ser entendidos:
Tradicional vs. Banco de horas. O seu programa de licenças será baseado em uma abordagem tradicional de horas pagas, na qual, férias, faltas por doença e por motivos pessoais serão creditados e monitorados separadamente, ou em uma abordagem de “banco de horas”, na qual essas são contabilizadas juntas. Atualmente, ambas as abordagens são comumente empregadas, entretanto, o modelo de banco de horas vem crescendo de forma constante nos últimos 15 anos.
Algumas indústrias, como as de Saúde, utilizam amplamente a abordagem de banco de horas, enquanto que a abordagem tradicional tende a ser a favorita em grandes empresas.
Tipos de Folgas. Os tipos mais comuns de folga são as férias, feriados, motivada por doença ou por motivos pessoais. A maioria das empresas tende a ter regras específicas para luto, reunião de pais na escola dos filhos e participação em júri, mesmo quando o modelo de banco de horas é empregado. Licenças sabáticas são relativamente incomuns.
Acúmulo versus Crédito. De acordo com a World at Work, cerca de 85% dos empregados acumulam tempo de folga ao invés de creditá-los em blocos anuais.
Transferências. Examine as políticas de transferência de horas. Qual é a quantidade máxima de horas que pode ser acumulada em cada categoria? Qual a quantidade de horas não utilizadas que podem ser transferidas?
Pagamentos para banco de horas não utilizado. A maioria das políticas reserva esse direito para funcionários em processo de rescisão, demissão ou aposentadoria. Se pagamentos por bancos de horas são permitidos para funcionários atuais, quais regras governam tal política?
Deficiências. Políticas especiais para funcionários que possuam deficiências de longo ou curto prazo precisam também ser consideradas.
Procedimentos de banco de horas. Procedimentos de solicitação e apresentação de relatórios envolvem notificações e processos de aprovação. Quando solicitações e aprovações não estão dentro das diretrizes da política, algumas consequências deverão ser reportadas e monitoradas.
Período de adaptação. Funcionários recém-contratados que estão em período de adaptação podem estar sujeitos às políticas de banco de horas especiais. Por exemplo, quatro faltas durante o período de adaptação podem levar à demissão em muitas organizações.
Um sistema de folgas remuneradas vai, comumente, alimentar soluções conhecidas como ESS (Employee Self-Service), podendo ser automatizado em um portal de funcionários ou em um aplicativo móvel. Já que tais sistemas ESS são projetados, as questões citadas acima deverão ser bem compreendidas pelo analista de negócios. Soma-se a isso a necessidade de integração entre os sistemas especializados de banco de horas e os sistemas ERP ou de folha de pagamentos. Mesmo quando o banco de horas é gerenciado por um terceiro ou por um site baseado na nuvem, a integração ainda se mostra necessária.
Um analista de negócios bem preparado que tenha examinado todos os requisitos do sistema será capaz de fazer funcionar os requisitos, tanto do sistema tradicional de pagamento de horas, quanto do método de banco de horas, ajudando a trazer soluções efetivas para empregados, empregadores e gestores.


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quarta-feira

Valorização dos professores

O Ministério da Educação (MEC) anunciou um reajuste de 13% no piso salarial dos professores, elevando, desde janeiro, o valor de R$ 1.697 para R$ 1.917,78. O piso é relativo à jornada de 40 horas semanais para professores de escola pública com formação de nível médio.
O cálculo do aumento do piso docente é feito de acordo com as regras da Lei do Piso, aprovada em 2008. O reajuste é baseado na variação do valor anual mínimo pago por aluno matriculado nos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas urbanas. Esta quantia é definida pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
É fato que o aumento salarial cumpriu a lei, mas é necessário ir além. Em um tempo em que nós, a sociedade como um todo e as autoridades educacionais buscamos uma escola que atenda mais e melhor à população que dela faz uso, é preciso fortalecer uma política de valorização de educadores, com melhores condições de trabalho, salário e formação continuada, para que a pátria seja, de fato, educadora. Sabemos das dificuldades do país, mas é preciso acelerar o processo, antes que seja tarde demais.
Esse incentivo precisa vir lá do começo. É preciso que os jovens sejam motivados a serem professores e encontrem incentivo e sentido no magistério. Só assim eles serão empenhados e acreditarão no seu potencial, de forma a fazer diferença em seu trabalho. Valorizar o magistério é essencial para que os professores possam realizar suas tarefas com dignidade.
É evidente que apenas oferecer um salário maior não irá comprometer nem qualificar o corpo docente, visto que possibilidades culturais e de lazer são também fundamentais; é essencial haver políticas de ampliação das remunerações. Isso, aliado a políticas de avaliação externa de docentes, discentes e administradores que indiquem intervenções técnicas de nossos gestores públicos, a fim de dar saltos na qualidade da escola pública.

O investimento na formação e valorização dos professores trará melhores perspectivas para o futuro da educação, já que a intervenção pedagógica adequada dos educadores faz quase toda a diferença na escola. Todos defendem a ideia de que a atividade docente se torna cada vez mais complexa e exigente; no entanto, também é consensual a ideia de que a carreira docente, com um estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa, não atrai à profissão os estudantes mais qualificados, nem anima os melhores profissionais a se manterem nas escolas públicas.
Acredito que, em educação, não há uma solução milagrosa para tudo; então, é preciso combinar diferentes alternativas e esforços. Pensando de um modo mais amplo, há quatro caminhos para melhorar a situação da educação brasileira: qualificar continuamente o professor, continuar a melhoria da distribuição de renda, investir na educação infantil e alfabetização para que as crianças sejam incluídas em nossa sociedade letrada e escolher materiais didáticos melhores, que deem chance ao aluno de ter acesso a conteúdos de qualidade.
Para alcançar esse objetivo, é necessário que todos trabalhem unidos. Sem a cooperação do Poder Público - gerando políticas eficazes -, da iniciativa privada - produzindo conteúdos de qualidade para alunos de todas as classes sociais - e das associações de classe - auxiliando na formação continuada -, não será possível melhorar de fato a qualidade da educação do nosso país.


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