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terça-feira

Corpo Extenso

O automóvel é a extensão de teu corpo. Foi o que disse meu instrutor de direção na primeira aula, contrariando minhas lições de Ciências: “O corpo é formado de tronco, cabeça e membros”. A qualidade da parte extensa depende da índole do sujeito possuidor do principal. Tenho verificado, nestes catorze anos de motorista, a verdade do aforismo. Para alguns o carro é extensão de seu ódio, para outros de sua gentileza. Com essa extensão do corpo (e da alma) andamos por aí matando ou salvando. Mais matando que salvando.
O automóvel tornou-se mais importante que a casa. Há muitos com carro de luxo e morando de aluguel. Não é fácil levar a casa para as festas, para o trabalho, para um encontro de amigos. Difícil ostentar suas torneiras de ouro, os azulejos importados, ou o mármore italiano da pia da cozinha.
 Demonstrar para amigos e garotas que somos poderosos, ricos, bem sucedidos e um sucesso, é uma necessidade de vida ou morte. Colegas se impressionam mais com um carro de alto padrão do que com nossa felicidade no amor. Garotas, em geral, são atraídas preponderantemente por uma BMW que por nossa futura capacidade de ser um bom pai de seus filhos.
 Para quem duvida, proponho um teste: saia para as baladas com um Fiat 147, vestido modicamente, e leve consigo um projeto escrito de como você pretende na vida ser um sujeito ético e decente. Depois repita a balada, em modelitos fashion, sem projeto nenhum, mas alugue uma BMW e diga que é sua. Feita a experiência, avalie o resultado e me contrarie com provas.
Por essas e outras, a iniciativa do Vaticano em publicar os dez mandamentos do motorista é oportuna. Antes tarde do que nunca. Neste mundo de automóveis fáceis, exercer o amor ao próximo no volante é maior imperativo. Mais atual que não pecar contra a castidade, honrar pai e mãe, ou não furtar. Está praticamente impossível ser casto numa sociedade sexualizada e é tempo de pais e mães de escassa honra. Deixar de afanar nestes tempos - quando, em qualquer um dos poderes do Estado, encontram-se representantes dispostos a transformar Ali Babá e seus comparsas em Franciscos de Assis – tornou-se conduta altamente suspeita.
O documento católico tem razão. Muitas pessoas aguçam o instinto de domínio, prepotência e poder quando dirigem, e o automóvel é usado como objeto de ostentação para ofuscar os demais e suscitar invejas. O texto também denuncia comportamentos pecaminosos em muitos motoristas, como a falta de cortesia, gestos ofensivos, discussões, blasfêmias, perdas do senso de responsabilidade e violação deliberada do código de circulação. Relembra que no século XX cerca de 35 milhões de pessoas morreram em acidentes de trânsito. Os feridos totalizaram 1,5 bilhão. Pelo que vemos nos noticiarios, o século XXI será muito pior. Além de extensão de nosso corpo, o automóvel é, sobretudo, extensão da nossa consciência.

Pablo Morenno.

 

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sábado

Impeachment volta à pauta

Se Dilma Rousseff soubesse o que a conquista do segundo mandato acarretaria, talvez pensasse duas vezes antes de concorrer à reeleição. O momento brasileiro, capitaneado pela instabilidade política e econômica, é turbulento como há muito não se via em nosso País. Dessa maneira, opositores – e apoiadores – vão à mídia questionar se o governo, nos atuais moldes, tem condição de suturar suas feridas. Será o impeachment de Dilma uma solução?  
A oposição ao PT, oficialmente liderada pelos correligionários do PSDB, é cautelosa sobre o tema. Em palestra na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o senador José Serra afirmou que “impeachment não é programa de governo de ninguém”. O discurso do parlamentar, entretanto, atribuiu a responsabilidade pela crise à presidente. “Não dá para fazer de conta que o Brasil está sem problemas", disse.
Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso opinou de forma semelhante, descartando a hipótese do afastamento de Dilma. FHC declarou que ainda faltariam aspectos jurídicos para uma decisão dessa magnitude.   
O senador Aécio Neves, por sua vez, mudou de postura em relação a entrevistas concedidas em março. Caso se comprove o envolvimento de Dilma no uso de dinheiro de bancos públicos para reduzir o déficit do governo em 2013 e 2014 – a mais nova denúncia contra o atual governo – Aécio determinou que o partido vai protocolar pedido de impeachment. Os depoimentos dos líderes do PSDB, portanto, demonstram divergência sobre o próximo passo a ser tomado.  
A bem da verdade, a oposição anda discreta nesses primeiros meses do ano. E há motivos para o zelo, afinal, o governo tem feito todo o serviço sozinho. A incapacidade em tapar furos de administração somada às denúncias de corrupção contribui à aniquilação da imagem do PT e da própria Dilma. Difícil é ser situação nesse Brasil instável. Os tucanos, como na natureza, aguardam o momento certo para dar o bote. Não que isso vá reverter o resultado das urnas em 2014, mas ao menos um rival histórico cairia.  
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mostrou-se irredutível sobre a possibilidade do impeachment. "Vou analisar sob a ótica dos argumentos, dos fatos. É preciso um pouco de cautela. Tenho de agir de acordo com o que prevê a Constituição", declarou a jornalistas no Congresso. Esta posição é administrativa ou política? Pergunto: o PMDB deseja assumir o poder agora ou prefere ver Dilma sangrar ainda mais?
Convenhamos, não há louco que deseje essa herança maldita que aí está. Aguardemos os próximos capítulos.  


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As Olimpíadas do Espírito

Em 1896, o Rei Jorge I, da Grécia, abria em Atenas a moderna fase das Olimpíadas. O imperador romano Teodósio I encerrara, em 393 da chamada Era Cristã, o primeiro período dos famosos jogos que imortalizaram Olímpia, cidade situada na parte ocidental da península do Peloponeso. Considerou-os pagãos. Pelo espaço de 1.500 anos a ideia ficou adormecida, até que o Barão Pierre de Coubertin, em 1892, para uma nova época nos esportes, iniciou as providências que, em 1894, levaram ao “Congresso pelo restabelecimento dos Jogos Olímpicos”, o que se deu em 1896 na milenar capital helênica. Milhares de pessoas viram a competição entre treze países em nove modalidades: atletismo, natação, ciclismo, luta, halterofilismo, tênis, ginástica, esgrima e tiro. Participaram 285 atletas. No princípio quase ninguém acreditava na retomada dos jogos. Em Paris, 1900, houve a primeira participação das mulheres: seis concorreram nas provas de tênis. O Brasil ingressou nas competições somente em 1920, em Antuérpia, Bélgica. De lá trouxe a sua primeira medalha de ouro: Guilherme Paraense, pistola automática, na prova de tiro.
Conta a mitologia grega que da luta entre Zeus e Cronos pela posse da Terra nasceram os Jogos Olímpicos, que ao longo de toda a Antiguidade observaram caráter religioso. Em 776 AD, fixaram-se em Olímpia que, também de quatro em quatro anos, promovia uma “reunião de Paz, Fraternidade, cooperação e amizade entre os povos”. Sob a mesma invocação, De Coubertin resgatou aquelas empolgantes disputas para os nossos dias. É dele esta consideração que se tornou conceito máximo das Olimpíadas: “O importante não é vencer, mas competir”.
Equação Espírito-matéria – As Olimpíadas são importantes, porque levam ao respeito do corpo, além de confraternizar povos que antigamente viviam digladiando-se. Mas tudo isso é prefácio do muito que tem de ser feito, no sentido de efetuar-se a equação que harmonize matéria e Espírito. A LBV, suscitando tais assuntos, abre caminhos novos para a Humanidade.
Para que isto aconteça, não basta ao ser humano ter o corpo são. É necessário possuir o Espírito, sua parte eterna, também sadio. Equivocam-se os governantes de nações que insistem unicamente no aperfeiçoamento atlético e intelectual dos seus compatriotas. Menosprezam o precípuo: a indispensável formação espiritual do povo, de preferência firmada no Mandamento Novo do Cristo: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. (…) Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos (…) Porquanto da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor. (…) Quem cumpre o meu Novo Mandamento não morrerá mais: já passou da morte para a vida, pois todo aquele que crê em mim, jamais morrerá”. (Evangelho de Jesus, segundoJoão, 13:34 e 35, 15:12 e 13, 15:9, 5:24 e 11:26.) Eis a indispensável lei de solidariedade mundial. Sem isto, a criatura é fatalmente levada às desilusões, aos erros e às frustrações, declaradamente ou não. É quando a mocidade se entrega aos vícios mais terríveis. O maior sofrimento é a ausência de Amor. (…)
Não repetir o passado – Hoje, deve haver o cuidado que é de todos, para que não se venha a repetir agora, no mundo, o que se deu nos tempos antigos – “os jogos cresciam em importância e a corrupção acompanhava o ritmo”. Mais tarde, com a tomada da Hélade pelos romanos, total foi o prejuízo para a competição, em consequência da visão distorcida que os conquistadores tinham do esporte. Segundo relatos antigos, a situação chegou a tal ponto que, no ano 68, Nero (37-68), competindo sozinho, tornou-se “vencedor” – vejam só! – de uma corrida de cavalos, sem que ao menos alcançasse a linha de chegada, pois os corcéis haviam rompido as rédeas.
Olimpíadas do Espírito – A lição ficou, de modo que a Chama Olímpica jamais volte a apagar-se. Pelo contrário, que afaste dos passos humanos a escuridão. Senão, o que veremos? O trágico fim de um ideal que avança além do campo dos esportes, lastimavelmente transformado em olim – piadas… Certamente, o esforço de De Coubertin e de outros idealistas seguirá caminho luminoso pela História, juntando, lá adiante, às notáveis competições do corpo as do Espírito. Com frequência, os pensadores confundem Espírito com mente. Não falo aqui desta, mas da Energia Divina Racional que a ilumina e que sobrevive à matéria, obedecendo a leis universais que, com sabedoria, a regem desde a criação dos mundos. Sem respeitá-la, o Homem-corpo é mais ou menos aleijado; sem ela, é simplesmente o cadáver. Corpo e Espírito esclarecido são partes inseparáveis para o surgimento da verdadeira civilização na Terra. Um viva! às Olimpíadas dos músculos, mas também um vibrante salve! às Olimpíadas do Espírito.
De fato, o Esporte não surgiu para extravasar o ódio do ser humano. Daí a campanha que lancei na LBV, no fim da década de 1970: Esporte é vida, não violência!

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sexta-feira

Minha Casa Minha Vida: que efeitos ele traz ao mercado imobiliário?

Quando foi criado, em 2009, o Minha Casa Minha Vida do governo federal foi um dos responsáveis por aquecer o mercado imobiliário. Ele reforçou o setor de construção civil e abriu espaço para construção de moradias para setores de baixa renda (famílias que ganham entre 3 a 10 salários mínimos) que, até então, recebiam pouca atenção do mercado.
Você provavelmente conhece o programa, mas não custa nada relembrar: eram PPPs (a sigla das parcerias público-privadas) que construíam moradias com a participação dos bancos estatais via financiamento, envolvendo um ecossistema de municípios, estados, entidades sem fins lucrativos, construtoras e imobiliárias.
De acordo com o governo, até o final de 2018, o programa vai chegar a 6,7 milhões de moradias construídas. Resta saber se a movimentação de corte de gastos não vai influenciar às expectativas de crescimento do Minha Casa Minha Vida.
Só se enquadram no programa famílias com renda mensal máxima de R$ 5 mil. São três categorias. Na primeira faixa, a renda mensal vai até R$1,6 mil e o governo paga no máximo 96% do valor do imóvel para quem mora numa cidade de até 50 mil habitantes. O financiamento dura até 10 anos e as parcelas nunca passam de 5% da renda familiar. Como o governo financia mais, o valor da entrada acaba reduzido. Vale lembrar que os beneficiados não poderão negociar a unidade até quitar as parcelas do financiamento.
Quem se encontra na segunda faixa do programa, com renda entre R$ 1,6 mil e R$ 3,275 mil, tem a entrada facilitada e ainda consegue ter descontos no seguro e pagar uma taxa de juros menor nos bancos estatais do que as cobradas pelos bancos concorrentes.
Na última faixa, com renda familiar entre R$ 3,275 mil e R$ 5 mil, o beneficiado não recebe subsídio para pagar o valor da entrada. Em contrapartida, ele ganha descontos no seguro do financiamento e uma taxa especial de juros, ou seja, mais baixa do que de outros bancos.
Para se cadastrar no programa, é preciso se dirigir à prefeitura da sua cidade e comprovar a renda familiar. Além disso, a família não pode ter nenhum imóvel registrado em seu nome. Assim que aprovado, o beneficiado assina o contrato do financiamento e tem até 30 dias para se mudar de casa. Para não perder o direito da casa própria, a pessoa ainda precisa pagar as parcelas do financiamento em dia, o IPTU e as contas de energia e água.
Assim como os benefícios, o valor dos imóveis também varia (aqui, conforme o número de habitantes). Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, uma unidade fica na faixa de R$ 190 mil. Em cidades com até 1 milhão de habitantes, o valor cai para R$ 170 mil. Nos municípios com população inferior a 50 mil pessoas, ficam os imóveis de menor valor: até R$ 90 mil.
Hoje, seis anos depois, o Minha Casa Minha Vida ajudou a atacar o déficit habitacional com investimento de R$ 244,2 bilhões para construir e entregar 2 milhões de unidades, em áreas urbanas e rurais. Ainda assim, o problema continua sério. De acordo com o Ministério das Cidades, o déficit chega a 7 milhões de unidades, sendo 85% em áreas urbanas.
O programa mudou a face do financiamento imobiliário no Brasil. Ele foi um dos principais responsáveis pelo crescimento das contratações de crédito imobiliário. Para se ter uma ideia, logo no primeiro ano, o volume de crédito saltou de R$ 23,3 bilhões, em 2008, para R$ 47,05 bilhões em 2009 na Caixa Econômica Federal, um avanço de 102%. No ano passado, o montante ficou em R$ 128,8 bilhões.
Com a oferta de crédito facilitada, o Minha Casa Minha Vida acabou ajudando a fomentar o avanço dos preços no mercado imobiliário. Além disso, o programa gerou aumento na procura de lotes, o que fez os preços de terrenos e, consequentemente, dos imóveis inflacionarem.

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quinta-feira

Água, um bem natural

A água é um elemento que é constituído por dois compostos, uma parte de átomos de oxigênio (O) e duas de hidrogênio (H), formando uma molécula de H2O. É um recurso mais abundante em nosso planeta e pode encontrar-se em três estados físicos: sólido (geleiras e calotas polares); líquido (rios e oceanos) e gasoso (vapor de água na atmosfera).
A água é um recurso essencial à vida terrestre, sem ela não sobreviveríamos e a humanidade não teria como suprir suas necessidades. Segundo pesquisadores, a água tratada é essencial para a saúde dos seres vivos. Ela é considerada o ¹solvente universal, e criando o hábito de ingerir, auxilia na prevenção de doenças (como infecção de urina, cálculo renal, etc.).
Entretanto, há um grande desperdício desse recurso natural, pois a maioria é usada em atividades econômicas. A poluição hídrica também é um fator agravante, os rios são poluídos pelos esgotos (pois em muitos lugares não há tratamento de água), agrotóxicos, produtos hospitalares, entre outros. Sem falar nos cemitérios não planejados, onde não há caixa de gordura para que esses resíduos sejam tratados e não poluam os lençóis freáticos.
A preservação dessas águas tem sido preocupação constante para os profissionais em biologia e ambientalistas. Nos cemitérios mais antigos o subsolo é bastante vulnerável, já que não existia uma legislação para isso. Segundo estudos recentes, constataram que no solo e nas proximidades dos cemitérios analisados, há contaminação da água por vírus, bactérias, ²necrochorume, nitrato e íons cloreto.
Portanto, se não houver uma ação coletiva para preservar a água e o meio ambiente, por questão de saúde das populações próximas, não teremos mais água potável para consumo humano. Tal assunto deveria ser tratado com atenção pelo poder público. Já que eles têm obrigação de fiscalizar novos aterros sanitários, lixões clandestinos e cemitérios irregulares.
¹Solvente: substância líquida que tem a propriedade de solver ou dissolver outras; o mesmo que dissolvente.
²Necrochorume: o líquido que escorre dos corpos mortos em decomposição nos cemitérios.

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terça-feira

Por que os jovens saem às ruas para protestar?

As correntes ideológicas que permeiam os discursos nos manifestos Brasil a fora são iguais àquelas dos partidos políticos da antiga esquerda, hoje a atual direita, que está perdida às voltas com uma confusão jurídica prenotada nos tribunais pela extravagância dos seus líderes partidários que almejavam subtrair todas as riquezas dos cofres das Estatais.
Parece-me que essas doutrinas salvadoras, que prometem mundos e fundos para os pobres, vão além da distribuição de renda, partem rumo ao direito de viverem no ócio. E, são extraídas do princípio milenar das escritas socialistas, que fracassaram em todas as nações, mas como sempre o terceiro mundo quer experimentar todas as experiências do primeiro.
Até mesmo o fracasso, a depressão monetária, a decadência de valores culturais. O novo, mesmo que seja velho para o primeiro mundo, nos interessa. E, de experiência em experiência, vamos tocando a política sem pé nem cabeça por aqui. Coisas do terceiro mundo!
Porém, os movimentos não tomam formas, ficam apenas nos conhecidos verbos declamados com a poética de antigos jovens da década de 60 do século passado. Faltando uma Leila Diniz, um Caetano, Gilberto Gil, Chico Buarque, Belchior, Geraldo Vandré e tantas outras figuras pagas pelo movimento democrático brasileiro.
E, com bandeiras em punho, faltam os estudantes com seus líderes empunhando o martelo e a foice, também, a bandeira com a face de Che Guevara, gravada em nanquim. E, com barbas e macacões faltaram os homens de musculatura aparente, que simbolizam os operários. Até os nossos rótulos dos movimentos das lutas de classe já não há em estoque.
Hoje, os jovens encerram-se nos quartos e discutem política com seus amigos de Face. Falam de mudanças políticas, enquanto seus pais trabalham para trazer o sustento para dentro de suas casas. Não diferente dos outros movimentos da década de 60, em que os filhinhos de papai faziam passeatas e se organizavam para confrontar o exército para eles próprios se verem na televisão, que, naquele momento, era o que tinham de mais moderno em tecnologia.
O Brasil em imagens via satélite, vivia o momento de mostrar a cara da nação na TV. E, os jovens queriam se mostrar como verdadeiras celebridades, na voz do grande Cid Moreira, a maioria importava os movimentos da Rússia, França e USA. Atualmente trocamos a TV pelo Facebook. Mudaram apenas as moscas!
Movimento de verdade se faz nas urnas, de forma silenciosa e consciente, basta querer de fato. Aqui já não há o Estado Democrático De Direito?

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segunda-feira

Por que não é dado o esquecimento?

Ah, o esquecimento! Esse desabafo me faz lembrar Olavo Bilac…
“Negra lembrança do passado! Lento
Martírio, lento e atroz! Por que não há de
Ser dado a toda mágoa o esquecimento?”
Refletiu bem o nosso príncipe dos poetas! Quantas vezes o esquecimento das mágoas, lembranças, contrariedades me trouxe reparos, conforto, perdão?
Lembro-me de quantas vezes eu me metia em brigas, encrencas, inimizades e, passados alguns dias, reencontrava os adversários e voltava a conversar com eles normalmente, sem me lembrar do desentendimento de dias anteriores?
Só lembrava quando os “desafetos” revelavam alguma estranheza comigo. Batia na lembrança o atrito que tivera, e eu, então, brincava ou continuava passando por distraído, e a embroma conciliava, fazendo a conversa fluir, normal.
Não sei se é virtude, ou se esquecimento, não levo a sério discussões, entreveros, desentendimentos com pessoa alguma. Sei que esses comportamentos existem na vida de todos, então, jamais lhes dei importância alguma.
Fosse qual fosse a discussão, o motivo do desentendimento, terminada a briga eu me retirava, talvez, até, depois de escalpelar o contendor, verbalmente, ou dar-lhe um tranco na cara, mas o fazia, nervoso talvez só no momento, minutos depois, nada de mágoa.
Nos dias posteriores, completamente esquecido do entrevero, eu me colocava, inclusive, em risco de ser agredido por algum desafeto, na rua, por não ter guardado ressentimentos, sem lembrar que o inimigo poderia atacar.
Certa vez, eu discutia com um amigo e ele falava alto. Nisto, um rapaz do tamanho de um cavalo surgiu não sei de onde e me empurrou com o pé no ombro que eu caí num canteiro.
Chamei o colega que estava comigo, dizendo-lhe:
— Vamos daqui, que o idiota que me atingiu com essa patada está bêbado.
Era filho da pessoa com quem eu discutia. No outro dia, nem mais me lembrava da infeliz ocorrência quando me encontro com o amigo que estava na discussão tão recente, e ele me disse:
— Você sabe que ontem, depois que saímos do local da “pezada” que você levou, o agressor ficou com tanto medo que, juntamente com um colega, entrou no carro e, armados, foram lhe procurar?
— Mesmo? Exclamei surpreso.
— Dizem que ele achou que você fora buscar uma arma e ficou a noite toda sem dormir com medo de lhe encontrar.
Enquanto o amigo Júlio me contava esta, eu ria de achar bom, porque, na verdade, não lembrava quem era o cara. O que sei é que era um idiota do tamanho de uma jamanta. Até hoje o desconheço pessoalmente. Só sei que é um odontólogo. Devo ter passado por ele várias vezes. Mas como todo jumento tem a mesma cara…
De outra vez estava eu trabalhando quando meu mano mais velho Osair chegou à redação da Rádio, onde eu escrevia um programa de humor, me entregou uma Bereta, e me chamou para ajudá-lo a enfrentar quatro rapazes que pretendiam pegá-lo. Tudo por causa de política. O mano tomou as dores do nosso pai e arranjou esses inimigos. Entramos numa camioneta e o Osair foi ao encontro dos caras. Ao encontrá-los, os quatro desceram de um fusca e caminharam em nossa direção, confiantes, todos altos (meu irmão também), de nanico, apenas eu. Acho que, por isso, todos os quatro “adversários” me ignoraram totalmente, caminhando em direção ao mano Osair, quais cowboys de cinema, com armas na cintura. Quando vi que iam fazer besteira mesmo, tentei evitar, dizendo a todos:
— Quem de vocês der mais um passo, eu “casco” fogo!
Foi aí que deram pela minha presença, entretanto, ainda assim, não ligaram.
Olhei se não vinha gente atrás deles e tirei a Bereta do bolso e disparei o berro, só para intimidá-los. Os quatro cowboys sumiram num carreirão que — juro! — até hoje nunca mais os vi. O mano e eu, igualmente, raspamos dali quando o Sr. José Feres gritou: “corram, que a polícia está chegando!”
No dia seguinte estava eu pelas ruas da cidade, no meu percurso habitual, quando um conhecido me disse:
— Mas, rapaz! Você não tem medo de ser atacado por aí?
— Uai, mas por quem?
— Pelos quatro homens de ontem!
Eu, de alma tranquila e coração lavado, respondi com a verdade:
— Não. Não conheço nenhum deles!
— Mas eles o conhecem.
— Que bom que me conhecem — expliquei — assim, lembrarão que nunca os vi antes nem tenho motivo de guardar mágoa deles nem eles de mim.
Podem acreditar… Até hoje não sei quem são.
Ainda naquele tempo fui ver uma feira de artesanato na Praça Bom Jesus. Olhava os trabalhos de madeira onde havia o nome do artista: Moneró.
Pensei: “Moneró… Será aquele colega de rádio, que era a cara do Ronaldo Golias, e filho do Sr. Henrique, o tenor que sempre vai a São Paulo, a meu pedido?”
Procurei o dono da banca. Era um senhor de cabelo branco tragando um pito de palha.
— Quem é o Moneró? Perguntei. Ao que o atendente respondeu, de cigarro na boca:
— Às ordens! Respondeu. “Somos” a gente…
Era o Edilberto Moneró. A última vez que o vira fora num centro espírita, há muito tempo.
— Moneró! Falei surpreso e feliz. Você reapareceu! Por que sumiu? Seu pai encontro sempre. De vez em quando vai a São Paulo comprar peça de máquina gráfica para o Lar da Criança!
— É, meu pai me fala mesmo e bronqueia comigo…
— Bronqueia, por quê?
— Porque ele me chama pra ir onde você está e eu não vou… — e continuava lascando uma peça de madeira com um canivete, e pitando.
— E por que você não vai? Indaguei.
— Porque fiquei de mal com você… — disse.
— Mesmo? Quando foi isso?
— Ah, deve ter uns 15 anos…
— Por quê?
— Foi quando o Uranio e eu estávamos fazendo bagunça na sessão espírita e você nos mandou calar o bico e nos chamou de moleques!
Então lembrei… Foi mesmo. Só que, no outro dia, eu me encontrara com o Uranio e ele estava normal comigo e, quanto ao Moneró, nunca mais o encontrei. Havia se melindrado…
— Foi aí que você ficara de mal, Moneró?
— Foi.
— Você devia ter me avisado!
Daquele dia em diante Edilberto Moneró voltou a ser amigo e, logo, trabalhamos juntos fazendo comerciais de televisão, os melhores da localidade à época, porque, além de muito habilidoso, ele era um grande ator e humorista. Está memorizado em alguns VTs, embora tenha partido para a outra vida, precocemente, traído pelo coração.
Tem gente que pergunta… Por que a gente não se lembra das vidas passadas? Se há pessoas que carregam tormentos no coração por erros e mágoas na vida atual e não se dão ao perdão nem ao esquecimento, já pensaram se se lembrassem dos erros e crimes que cometeram em vidas pretéritas?
Mas a misericórdia de Deus é tão grande que nos é dado o esquecimento do passado na existência de agora, já pensaram se nos lembrássemos dos crimes que cometemos em vidas pretéritas?
O esquecimento gera o perdão e o perdão, o esquecimento.
Reconforta-nos o gênio de Olavo Bilac:
“Negra lembrança do passado! Lento
Martírio, lento e atroz! Por que não há de
Ser dado a toda mágoa o esquecimento?”
Por quê?

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domingo

Empréstimo pessoal: ajuda ou pesadelo?

A princípio, uma grande e valiosa ajuda, mas que pode se tornar um pesadelo para quem tomar este tipo de recurso de forma precipitada
Em tempos de incertezas econômicas e instabilidade no mercado de trabalho, um problema indesejado pode rondar parte da população brasileira: a escassez de recursos financeiros. E quando o orçamento começa a ficar mais apertado, logo vem à mente a possibilidade de recorrer a recursos extras como limites de cartões de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais. “Por mais que sempre procuremos planejar a nossa vida financeira, todos nós podemos passar, eventualmente, por algum imprevisto: é um gasto inesperado devido a alguma enfermidade, um corte de pessoal no ambiente de trabalho, despesas extras dentro de casa, dentre outros. No entanto, o que poderia ser uma grande e valiosa ajuda, pode se tornar um pesadelo para quem não souber usar estas linhas de crédito de maneira consciente”, explica o diretor de Marketing e Relacionamento da Sorocred, Wilson Justo.
De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros cobrados do consumidor em linhas de crédito, em janeiro de 2015, foram os maiores em três anos. A taxa média no período foi de 6,39% ao mês (110,29% ao ano), sendo a maior registrada desde janeiro de 2012, quando os juros mensais médios chegaram a 6,4% (110,52% anuais).
Ainda segundo a Anefac, a taxa média mensal do cheque especial, em janeiro, foi de 9,14% ao mês (185,63% ao ano). Já a cobrada no crédito rotativo dos cartões de crédito ficou estável: 11,22% mensais (258,20% anuais). No empréstimo pessoal, no mercado algumas linhas chegam a custar até 7,4% mensais (135,53% anuais). “Quando precisamos recorrer a qualquer uma destas modalidades e sentimos no bolso o quanto pesa estas despesas extras, é que percebemos como faz falta a educação financeira, que nos permite planejar antes de gastar. Como disse anteriormente, imprevistos acontecem. O que não podemos é nos exceder e deixar uma dívida virar uma bola de neve”, contemporiza Wilson.

SAIBA MAIS
E para quem está pensando em tomar um empréstimo pessoal, o executivo dá algumas dicas
1 – Organize suas finanças: Antes de contratar um empréstimo, analise a sua situação financeira para saber qual o valor que é realmente imprescindível para solucionar o problema e se as parcelas realmente cabem no bolso. Pergunte para si mesmo: “Qual é o valor que posso pagar mensalmente para honrá-lo, sem entrar novamente no vermelho?”. Leve em consideração, o quanto você ganha e o quanto gasta e se, couber na sua projeção, poderá reservar uma quantia como uma poupança mensal

2 – Pesquise: Compare preços e condições em diversos lugares. Lembre-se: as taxas de juros variam de instituição para instituição e é importante que o valor da parcela a ser paga mensalmente esteja dentro do seu orçamento

3 – Empréstimos facilitados: Cuidado com o crédito fácil. Antes de tomá-lo, analise a idoneidade da instituição, a taxa que corrigirá o empréstimo, as garantias solicitadas e qual o valor final da operação
4 – Considere o Custo Efetivo Total (CET): Para quem não sabe do que se trata, o Custo Efetivo Total (CET) é o responsável por consolidar todos os custos relacionados aos empréstimos. Isto inclui os juros, todas as taxas envolvidas e também os tributos. Lembre-se dele ao comparar as opções.

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sexta-feira

E-mails com vírus levam 82 segundos para dar resultado

Induzir as pessoas a abrir e-mails com mensagens falsas permite aos hackers roubar senhas que dão a eles acesso a redes e dados que podem ser roubados.
Ladrões cibernéticos levam apenas 82 segundos para enganar a primeira vítima com novas mensagens fraudulentas pela internet, segundo um relatório. Elaborado pela empresa de telecomunicações americana Verizon, o documento analisa cerca de 80 mil incidentes que atingiram milhares de companhias em 2014.
A pesquisa descobriu que cerca de 25% das pessoas que recebem um e-mail fraudulento – num golpe também conhecido como phishing – tendem a abri-lo. “Treinar seus empregados é um elemento crítico para combater essa ameaça”, disse Bob Rudis, que liderou o relatório.
Induzir as pessoas a abrir e-mails com mensagens falsas permite aos hackers roubar senhas que dão a eles acesso a redes e dados que podem ser roubados, segundo o relatório. “Eles não precisam usar softwares exploradores complexos, porque frequentemente conseguem ter acesso a senhas legítimas”, disse Rudis.
Análises de brechas em redes de dados descobriram que, em muitos casos, novos e-mails com armadilhas levaram menos de dois minutos para fazer suas primeiras vítimas. Segundo Rudis, metade das vítimas abriu as mensagens cerca de uma hora após recebê-las.
Enquanto os hackers conseguem atacar suas vítimas rapidamente, as empresas levam muito mais tempo para perceber que sua segurança foi comprometida. A pesquisa descobriu ainda que as companhias poderiam adotar medidas práticas para se proteger de e-mails elaborados para convencer os destinatários a abrir documentos anexados.
Ensinar os funcionários a identificar mensagens falsas poderia reduzir a proporção de pessoas que abrem e-mails com vírus de uma em cada quatro para uma em cada 20, de acordo com Rudis.
Mostrar aos empregados os sinais de um e-mail malicioso pode ser encarado como uma forma de defesa adicional – que poderia bloquear as mensagens falsas que conseguem passar pelos sistemas de detecção automática.
“Os funcionários deveriam ser tratados como ferramentas na luta (contra os hackers) e não como cordeiros a caminho do abatedouro”, disse Rudis. Além dos e-mails falsos, os criminosos cibernéticos exploram uma outra fraqueza nas redes das empresas: o uso de softwares desatualizados.
De acordo com Rudis, em 99% dos casos de ataques, as falhas de segurança em redes de dados eram conhecidas havia mais de um ano. Algumas delas existiam há quase uma década. “Há algumas vulnerabilidades que persistem”, disse ele.
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quarta-feira

Inflação recorde deve ser combatida com educação financeira

Dados recentes referentes à inflação estão causando grande preocupação. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, em março deste ano, tivemos uma alta de preços de 1,32%, sendo a maior taxa mensal desde fevereiro de 2003. Nos últimos 12 meses, esse índice acumulado é de 8,13%.
Mas a primeira coisa que é importante ter em mente é que ainda não há motivo para desespero; não deve ocorrer como no passado, quando se tinha índices elevadíssimos de inflação. A equipe econômica do governo está atenta e tem capacidade para controlar a taxa inflacionária contra um disparo. Contudo, as notícias mostram que este índice não está adormecido, que tem impacto na população e, por isso, todo cuidado é pouco. Não é necessário uma corrida às compras para armazenar produtos, isso só ocasionará um cenário no qual a inflação será ainda maior, sem contar que não é hora de gastos excessivos, e sim de planejar e poupar.
A saída é a educação financeira, fazendo com que a pessoa considere o fator inflacionário na hora de seu planejamento financeiro. Tenha em mente que uma inflação na faixa atual pode - e vai - comprometer o seu poder de compra e o desempenho dos seus investimentos, se não houver cuidado. É preciso proteger o seu dinheiro e, para isso, o principal caminho é definir os sonhos de curto, médio e longo prazos que deseja realizar e, a partir daí, investir o dinheiro, pois o rendimento anulará a inflação.
O índice inflacionário não poupa ninguém. Ele pode comprometer os ganhos de qualquer tipo de aplicação financeira. Por isso, vale acompanhar os índices inflacionários. O IPCA é o indicador utilizado na política de metas inflacionárias do governo. No entanto, quando o assunto é finanças pessoais, também é importante acompanhar o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). O IGP-M é utilizado porque afeta mais diretamente o bolso do consumidor. Esse indicador inflacionário serve, por exemplo, para contratos de aluguel, reajustes de tarifas públicas e planos ou seguros de saúde.
Sobre a relação da inflação com o consumo, uma ideia bastante comum é a de parcelar compras com prestações fixas. Realmente, essa opção é tentadora, mas é fundamental que se tenha a percepção que terá que arcar com esses valores mensalmente, portanto, se esse valor não estiver em seu orçamento, poderá ocasionar complicações futuras e até mesmo a inadimplência. Em relação ao armazenamento de produtos, outro ponto importante é que comprar em quantidades excessivas faz com que se gere um desperdício muito grande e os prejuízos financeiros passarão a ser ainda maiores.
Mas o mais importante nesse período é evitar deixar o dinheiro parado, sem aplicações; dinheiro sem direcionamento será rapidamente desvalorizado. Pesquise e veja quais são as linhas de aplicação financeira que mais respondem aos seus interesses, sempre lembrando de dividir os sonhos em curto, médio e longo prazos.
Por fim, por mais que as notícias sobre a inflação sejam assustadoras, reforço que é hora de manter a calma. É muito difícil que retomemos as taxas inflacionárias que tínhamos há 20 anos, então, mais do que nunca, é hora de pensar na educação financeira, pois esta, com certeza, fará com que os impactos sejam muito menores no seu dia a dia.
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segunda-feira

Tabuleiro do poder no Brasil

O Brasil anda sem comando. Em 2014, o povo elegeu Dilma Rousseff para o segundo mandato na presidência. Entretanto, a petista se mostra omissa. Fala pouco e pouco contribui. Parece estar se escondendo da grave realidade que assola o País, em diversos segmentos, sobretudo o econômico. O custo de vida disparou, subsistir está saindo muito caro. Quem sente é o trabalhador, cujo dinheiro enxugou no enfrentamento aos preços.

Mas o problema está também na política. Neste momento, é preciso conviver com o descompasso do Governo Federal e Congresso Nacional. Na Câmara, o ex-ministro da Educação, Cid Gomes, indicou que oposição precisa atuar como oposição e situação precisa atuar como situação. Falou uma verdade que foi condenada pelos nossos ilustres parlamentares. A coragem custou seu cargo, por meio de um pedido de demissão. A solicitação foi acatada de imediato por Dilma.

Pepe Vargas, ex-ministro da Secretaria de Relações Institucionais, foi outra peça movimentada no tabuleiro do poder. Agora ele assume a Secretaria de Direitos Humanos. O vice-presidente da República, Michel Temer, cuidará da articulação política. Caberá a ele intermediar as enfraquecidas relações do Governo. Nesse sentido, é possível haver um jogo de futebol honesto quando o árbitro favorece um dos lados? O PMDB vai ser o time vencedor.

Nesse sentido, os protestos pelo Brasil tendem a ficar mais recorrentes. Os manifestantes, em suma, carregam a mesma bandeira: a ojeriza nutrida contra o atual sistema. As pessoas vão às ruas para manter uma posição, mostrar seu desconforto. A tão sonhada República Brasileira mereceu sonhos mais promissores quando em sua concepção. Há tantos problemas diferentes, tantos dramas por serem corrigidos. E a classe política atiça o povo perigosamente com suas decisões impertinentes. A paciência acabou.

Mas afinal, quem manda no Brasil? Um partido, um empresário, um presidente? Talvez um vice-presidente? Em minha opinião, ninguém. O sistema de governo se fragmentou em inúmeros pedaços. O País está à deriva. Não há voz confiável que dê esperanças de um futuro melhor à nação. Os encargos são muitos, os direitos se esfacelam, os serviços não funcionam. Essa realidade, entretanto, está distante demais para os verborrágicos personagens de terninho. Para mudar alguma coisa, vai levar muito tempo.


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sábado

A arte de governar a república

A arte de governar, mesmo com toda sorte de controles oficiais, não funciona, a contento, sem o controle externo constituído, pela sociedade contribuinte. Quando você vota o faz por dever, de igual forma, quando paga tributos exercita o dever de cidadão, esses deveres lhes dão o direito de controlar, fiscalizar as ações dos gestores públicos. 
Naquele tempo antigo, começo da primeira república, a princípio, havia turbulências, muitas falhas, na arte de governar, como aconteceu com a assembléia dos trinta tiranos, a que sentenciou Sócrates a beber cicuta, colocando a república, em perigo. Coube ao estratego Sólon, dotado de grande sabedoria, elaborar leis, aprimorar a constituição, criando entre outros dispositivos, salvaguardas, a Eclésia, Assembléia dos cidadãos. 
Foram esses dispositivos, e, mais tarde, outros levados a cabo, por Péricles, estratego da grande geração, que viveu Atenas, por ocasião da guerra do Peloponeso, que consolidaram a República, coube a Péricles proclamar, pela primeira vez na historia, a igualdade de todos perante a lei, individualidade política, individualidade esta, ainda hoje, pisoteada pelos cateis, transformando os eleitos, em marionetes deles. Contudo, a assembléia, Eclésia, controlando a Boulè, consolidou a república, marcando a história, legando as gerações atuais, exemplo sobejo de governo, de dar água na boca, como se pode constatar, mesmo, as ditaduras colocam, no seu frontispício, o nome de república. 
Atenas era Cidade Estado, com pouco mais de duzentos mil habitantes, no entanto, não votavam, mulheres, escravos, estrangeiros, tão pouco jovens com menos de 25 anos. Isto reduzia a 40 mil o número de cidadãos votantes que controlavam a Boulè, que vem a ser o Congresso de hoje. 
O inolvidável, na república, é que todo governante, desde aquela época aos dias de hoje, passou a ser contratado e, ao mesmo tempo, dispensado, de forma pacífica, por meio de eleições livres. Avançando no tempo, Império Romano, o cidadão podia perder, em parte, ou no todo a cidadania, neste caso, virava escravo, no outro, perdia parte dela. 
Em nossa era, com a corrupção endêmica, poder-se-ia promover estudos do processo antigo, adaptando-o a atualidade, punindo, de forma razoável, os corruptos, inimigos viscerais da república. A reforma política, sem a correspondente reforma moral, ética na política, não passará de mais um engodo, o poder, pura e simplesmente, pelo poder. 
O partido dos trabalhadores (PT) tinha tudo para propor uma reforma política de, como a república grega, dar água na boca, no entanto, perdeu o bonde da história ao abraçar de corpo e alma o atual processo corruptivo dominante. Reuniu a sua cúpula partidária, para anunciar ao país que não era exclusivista, na arte de superfaturar, fraudar o erário público, realmente todo o povo brasileiro sabe que essa prática hedionda é comum, no seio de todos partidos, partidos rotos, inimigos do sistema democrático, as penalidades da lei deveriam ser severas com eles, no entanto, o corporativismo dominante, nas instituições oficiais controladoras faz ouvido mouco, em especial, a justiça eleitoral, esta a razão, pela qual a sociedade contribuinte tem que acordar do sono hibernal, sono este, provocado mais pelo atraso, em cultura política, desde os primórdios.
 Todo sistema de governo onde predomina a liberdade de escolher, sociedade aberta, só funciona de forma legal, salutar, com a sociedade eleitora cutucando, com vara curta, os gestores contratados pelo voto. Não basta votar, alias, o vota é, como dito, passaporte para este direito, o de fiscalizar os atos deles, como não são fiscalizados, por falta da inusitada cultura política, no lugar de exercitar a política como a arte de promover o bem estar, felicidade do povo, corrente universal, verdadeira, clássica, aristotélica, passa a praticar a outra, a de Maquiavel, a arte da velhacaria, tapear, à semelhança do lobo em pele de cordeiro, “Homo homini Lupus”. 
Esse mal leproso de corromper o estado, surrupiar os impostos pagos, a duras penas, por todos brasileiros, do mais pobre ao mais abastado, os tributos estão embutidos em tudo que se produz e consome, não tem como se escapar dele, vem de longe, no entanto, na atual conjuntura ela, corrupção, se tornou, mais do que endêmica, epidêmica, no município, estado e União, o atual descalabro, orgia, leva-me a pensar: penso, logo existo, plagiando Descartes, filósofo Francês, no regime anterior, enquanto outros mamavam nas tetas da nação, ela, a geração do muda Brasil chupava os dedos, então, pelo que se observa, no panorama público atual, o desejo maior dos atuais ocupantes do poder era alcançar as tetas generosas do estado de direito, que virou sem querer querendo, estado torto de direito, basta você ler trechos dos discursos de campanha, para sentir, na alma, a contradição, alma penada, com tantos desatinos praticados, em nome desse estado de direito, da raposa e o leão contra a lebre, fábula de Sófocles, pensador da grande geração, já mencionada. 
Faltou a cúpula do partido dos trabalhadores que avançou, com tanta sede ao pote, pote de mel e de ouro, entender o espanto filosófico, se é que existe filosofia neste processo de roubalheira, meditar sobre o pensamento de Aristóteles, no tocante ao espanto, que aludia Platão, pois, a perplexidade, com o tamanho da ignorância, neste processo de tomada de decisão, mostrando luz, onde predominava trevas poderia ser dissipada, pelo conhecimento, bastava para tanto, consultar, como fazia os gregos, na antiguidade aos seus oráculos, hoje,os doutos em sabedoria política, antes de mergulhar, sem chance de retorno, no maior escândalo corruptivo do país, creio eu, do mundo, traindo a pátria, com a desculpa da colaboração.Fosse a nossa sociedade contribuinte, eleitora, espectadora engajada estaria, com jactância, construindo a sua própria história controlando os governantes revertendo a conjuntura atual, no lugar de dançar segundo a música sem rítimo deles, reverteria o processo fazendo-os dançar segundo sua música ritimada, pelo seu controle, afinal, é ela que paga as contas de todos governantes.
 A primeira vista confunde-se com pesadelo, assistir de camarote, a arte de governar, a mais sublime delas, se chegar ao fundo do poço, banalizar-se, justamente por aqueles que clamavam, pela abertura democrática. O que estará sentindo a cantora Fafá de Belém, cantando, na ocasião, de viva voz, em praças publicas superlotadas de patrícios, de boa fé, o hino Nacional?Hino este, que vem sendo soberbamente desvirtuado, por quase todos os gestores públicos, desde os sete anões, em cadeia, à conjuntura politiqueira atual, encimada pelo escânda-lo do Petrolão. 
Em meio a toda sorte de malabarismo, na arte de governar, onde, o instinto vem cavalgando a razão, o correto, na esfera pública, seria a razão cavalgar o instinto, paixão, ao longe começa a aparecer luz, luz, lá no final do túnel, que é a segunda manifestação cívica, deste ano, ordeira, creio pacífica, participe leitor, com todo ardor, dela, no próximo dia 12 de abril, repudiando a orgia desenfreada com o dinheiro arrecadado dos contribuintes.

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