I made this widget at MyFlashFetish.com.

segunda-feira

Número de homicídios cometidos por menores de idade cresce no Rio Grande do Sul

Falta de investimentos em educação é apontada como uma das principais causas.
Na semana em que a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos foi aprovada pela Câmara dos Deputados, um levantamento feito pelo Diário Popular e pela Delegacia de Homicídios e Desaparecidos mostra que dos 70 homicídios que aconteceram em 2014, 11 foram cometidos por jovens entre 15 e 17 anos.

O perfil socioeconômico do infrator indica que é morador da periferia
 e a família, em média composta por cinco pessoas, sobrevive com cerca de R$ 500,00 mensais. Os crimes representam 15% do total de assassinatos cometidos no ano passado, um ato infracional por mês. Em 70% dos casos, de acordo o delegado Félix Rafanhim, os menores envolvidos nos homicídios têm ligação com o tráfico de drogas.

 "Por vender a ilusão de poder e de ascensão social, o tráfico de drogas é um dos maiores responsáveis pelo envolvimento de crianças e jovens com práticas criminosas", disse.
Se comparar os índices do primeiro semestre de 2014 até o início de junho deste ano, os números não mudam, ficam em torno de cinco assassinatos mensais. O que muda são as idades dos menores envolvidos. Em fevereiro e março, dois desses atos infracionais foram cometidos por adolescentes com idades entre 13 e 12 anos que trocaram a liberdade de jogar futebol na rua pela pelada no pátio do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case). Estima-se que 11 jovens estejam internados no Case Pelotas por homicídio.

No Estado, o número de adolescentes envolvidos em homicídios aumentou. Enquanto que no primeiro trimestre de 2014 o índice de menores apreendidos por esse tipo de delito girava em torno de 148, nos três primeiros meses de 2015 esse número pulou para 181, segundo dados da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul (Fase).

O professor do curso de pós-graduação em Política Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Antônio Chies, avalia que o sistema socioeducativo, assim como o carcerário, já está em seu limite e aponta como reflexo desse cenário a falta de investimentos em políticas sociais. "Faltam oportunidades e investimento em educação para esses jovens das camadas menos favorecidas", comentou.

Para o delegado Félix Rafanhim, os números não são insignificantes mas também não podem ser comparados aos números de homicídios cometidos por adultos - que representam sua maioria. Ele lembra que os índices de menores que cumprem algum tipo de medida socioeducativa no país são pequenos em comparação ao total de adultos presos, mas reconhece que tem havido um aumento do envolvimento de menores com o mundo do crime nos últimos anos.

Estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indica que apenas cerca de 1% dos homicídios registrados no país é cometido por adolescentes entre 15 e 17 anos. Em números absolutos, isso equivaleria a algo em torno de 500 casos por ano - o total de homicídios registrados no país em 2012, ano base das estimativas, foi de 56.337.
Como adultos, os maiores de 16 anos que cometerem crimes hediondos (como latrocínio e estupro), homicídio doloso (com intenção de matar), lesão corporal grave, lesão corporal seguida de morte e roubo qualificado.
Comente este artigo.


Nenhum comentário: