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terça-feira

Estudar com muito prazer!

 “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” Paulo Freire.

Senti Paulo Freire falando com pais e mães aí nesta frase. Ele diz que somos criadores de possibilidades para o conhecimento, isto é, somos os facilitadores da educação. É a partir de nós que a vida escolar começa. E ela pode começar bem, desde que saibamos oferecer condições adequadas.

Imagino uma boa conversa logo de manhã com quem se prepara para ir à escola. Nesta conversa, que pode ser trivial, estão os ingredientes do amor. Conversar vem do latim cum (com) e versare (dar voltas com) e sugere uma dança, uma troca, um ritual de linguagem que educa. Dar voltas com os filhos e filhas antes da aula facilita a consciência de que se é importante para alguém, logo de manhã.

Para Maturana o futuro depende dos adultos que cuidam das crianças. As crianças crescem e se desenvolvem com inteligência se os adultos mostrarem que nos constituímos como pessoas na medida em que vemos o outro. O outro nos constitui e essa concepção as crianças aprendem em casa, no exercício da linguagem.

Não devemos economizar o que é tão fácil e fundamental para o desenvolvimento dos nossos filhos e filhas. Eles necessitam falar sobre tudo e esperam a nossa atenção para a importância do que dizem, mesmo que o papo seja a respeito do cabelo que não se ajeita, do celular que deve ser levado ou não, do peso da mochila, por que é no quotidiano que residem os significados da vida. Privar as crianças da nossa atenção é privá-las da prontidão para o aprendizado.

Crianças que interagem em casa, que têm oportunidade de falar de si, que têm adultos interessados, estão preparadas para aprender. Elas certamente não foram aterrorizadas com a ideia de que devem passar de ano, de que se não estudarem e passarem de ano não terão futuro. Por certo não terão sobre si a ameaça de perder a bicicleta por um mês, o celular por uma semana, os games e os passeios e a televisão por tempo determinado.

Crianças valorizadas estão preparadas para a troca de conhecimentos na escola, onde há centenas de pessoas com quem interagir. Elas chegam fortalecidas, com autoestima preservada, com a certeza de que, assim como em casa, há pessoas interessadas em vê-las. Crianças preparadas para a escola enfrentam os conflitos inevitáveis ao ato de conviver. Elas sabem que em qualquer circunstância terão apoio e ajuda.

Com este espírito o ato de aprender os conteúdos formais acontece naturalmente. Uma criança que conversa é curiosa e está pronta a desvendar os mistérios do mundo. Crianças cujos pais leram para elas sempre que podiam têm prontidão para o exercício da criatividade, por que terá coragem de ousar, por não temer críticas.

Imagino que o sonho dos professores e professoras seja receber todas as crianças preparadas para transcenderem os muros da escola. Imagino que os desafios da educação seriam enfrentados sem “obrigação”, sem os fantasmas da falta de emprego lá no futuro.

Juntos os pais e professores são motivadores por excelência. Ninguém os substitui nem tira deles a prerrogativa de abrir às crianças a magia das experiências transformadoras a que têm direito. Acolher e amar nós podemos fazer!


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