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quarta-feira

Funesto mês do desgosto

O misticismo consagrou agosto como o mês do desgosto, de acontecimentos funestos - quadra do cachorro louco. Puro folclore, gerado pela superstição - não encontra sustentação na ciência tampouco nos fatos da história. Pero hay algo extraño en agosto dicen las brujas - y los aprendices de magos. Os políticos em geral, presidentes da República em particular, temem o oitavo mês do ano. E não é pra menos. Por coincidência - ou não - em agosto de 1954 Getúlio Vargas se suicidou, em 1961, Jânio Quadros renunciou ao cargo, em 1976, Juscelino Kubitschek morreu em um acidente na Via Dutra. Para ilustrar, lembrando dois acontecimentos sinistros no cenário internacional: o início das duas grandes guerras mundiais (em 1914 e 1939) também foi em agosto, as bombas atômicas que arrasaram em Hiroshima e Nagasaki, idem. Desconsiderando a crendice popular e os acasos, ainda assim deve-se atentar ao sincronismo inerente aos três acontecimentos que impactaram na vida do Brasil - a morte de Vargas e de Juscelino, a renúncia de Jânio. Pois não é que os fatos parecem conspirar para mais uma ocorrência marcante na história brasileira, justamente em agosto. Quais? Alguns deles, apenas, pois são inúmeros. A oposição, capitaneada pelo PSDB, já fala abertamente no impeachment da presidente Dilma Rousseff, por conta das denúncias de corrupção e das "pedaladas fiscais". O Tribunal de Contas da União e o Superior Tribunal Eleitoral estão atentos aos desdobramentos desses temas. A grande mídia, liderada pelo maior conglomerado midiático do país, se mostra interessada na queda da administração petista, os "donos do capital" igualmente... A situação política e socioeconômica, a crise de governabilidade, a incompetência da presidente e de seu ministério, o rasgo irrecuperável na credibilidade, na honestidade e na seriedade do governo são lenha alimentando a fogueira. Essa conjuntura irá desaguar em agosto - mês do desgosto -, aliando-se ao reinício dos trabalhos parlamentares após o recesso de julho, e às manifestações populares marcadas para o dia 16 do próximo mês. Não bastasse, o oceano de lama da Operação Lava Jato se aproxima paulatina e progressivamente das portas do Palácio do Planalto, altas figuras de ontem e de hoje estão na iminência de serem tragadas pelo tsunami. Somando tudo isso com o Imponderável se tem um quadro bastante claro, evidenciando que agosto pode significar o fim de um ciclo, ensejando o início de outro, não se sabe a que preço, sobretudo à democracia e aos reais interesses da sociedade.
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Reforma política fajuta será votada hoje, em segundo turno, na Câmara dos Deputados. Fim da reeleição,FINANCIAMENTOhttp://cdncache-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png privado de campanhas com doações de empresas a partidos, cinco anos de mandato para ocupantes de todos os cargos eletivos, mudança na data de posse de governadores e presidente da República fazem parte do cardápio corporativista do Parlamento.
Prudência
Em tempos de fartura todo e qualquer governo que se preze deve ser prudente com despesas relacionadas à propaganda e a eventos, certo? Em época de crise financeira os gastos do erário exigem parcimônia e cuidados redobrados, correto? Logo, é contraproducente e perigoso utilizar o dinheiro público em superficialidades, copiou? O alerta vale para quem administra aqui, lá e acolá - sem distinção de poderes.
No limite
Na próxima terça-feira se encerra o prazo de 30 dias para a presidente Dilma Rousseff defender-se da acusação de maquiar os números de 2014 - as chamadas "pedaladas fiscais". Caso a presidente não apresente argumentos convincentes, o TCU pode rejeitar as contas do governo, abrindo caminho para a perda do mandato por meio de decisão do Congresso. Ao Parlamento cabe a última palavra sobre o assunto...
Recesso
Após um "exaustivo" semestre de trabalho em "prol dos interesses da sociedade", os parlamentares brasileiros entram recesso - ninguém é de ferro. A "parada" se inicia semana que vem e se prolonga até 3 de agosto. Em Pelotas, os vereadores vão resolver a pendência sobre a reforma administrativa antes ou depois das "férias" de julho? Prefeitura aguarda decisões do Legislativo. Três secretarias atuam sob suspensão.
Estatuto
Presidente Dilma Rousseff sancionou ontem a lei que estabelece o Estatuto da Pessoa com Deficiência. O objetivo é assegurar os direitos das pessoas com deficiência, promover a equiparação de oportunidades, dar autonomia a elas e garantir-lhes acessibilidade. A matéria foi aprovada em junho pelo Senado.


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