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sábado

Escocês encontra homem idêntico a ele em voo para a Escócia

Surpreendidos, os dois fizeram uma foto para registrar o momento

Neil Douglas, de 31 anos, estava procurando por seu assento no avião quando encontrou por acaso o britânico Robert Stirling, que era idêntico a ele. O episódio aconteceu nesta quinta-feira, 29, em um voo para a Escócia. “Eu pedi a ele que se afastasse um pouco, quando ele se virou eu exclamei assutado: ele é igual a mim”, relatou Douglas
Chamados de gêmeos, os dois homens se divertiram com a situação e postaram nas redes sobre o encontro inusitado.
Uma conhecida de um dos “gêmeos”, Lee Beattie, relatou: “O homem da direita é marido da minha amiga. O da esquerda é um desconhecido que ele conheceu em um voo na noite passada. Não consigo parar de olhar. Eles são o mesmo homem”, disse.

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sexta-feira

Diga-me com quem andas e te direi quem é

Buscando a perfeição

De onde advém está assertiva frase ou dito popular? Alguns a atribuem a um trecho da Bíblia, outros ao próprio Jesus Cristo; enfim, muitas frases podem tê-la originado: em Provérbio 13, 20, está: “Quem anda com sábios será sábio; mas o companheiro dos tolos sofre aflição.” E Salmos 1, 1-6 assim fala em seu primeiro versículo: “Bem-aventurado o homem que não seguindo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”
Eu sempre procurei andar com os sábios para não sofrer a aflição de ser tolo, mas em muitas circunstâncias ainda o sou, principalmente na contínua tentativa de acreditar nas pessoas e procurar ver nelas o lado bom. O negativo, às vezes, procuramos não enxergá-lo, mas ao percebê-lo, o aconselhável é que o evitemos e, quando necessário, até o repudiemos.
Não seguir o conselho daqueles que não respeitam os valores morais, torna-se complicado em certas situações, pois há os malandros que zombam de nossa boa-fé e nos colocam em situações muito desagradáveis. Aqui, posso justificar o porquê de muitas vezes mudar abruptamente de direção, opinião e sugestões.
Ainda filosofando: uma professora, a quem respeito profundamente pelo conhecimento e com quem tenho minhas divergências naturais e aceitáveis no campo profissional, ligou-me dias atrás e disse que gostaria de saber quem eu era.
Pois bem, professora! Sócrates, na essência de sua frase: “Conhece-te a ti mesmo”, induz-nos a uma autotranscedência para sabermos modificar ou aprimorar a relação conosco, com os outros e com o mundo.
Não sei se me conheço tanto ao ponto de me definir. O que posso dizer é que me assemelho a muita gente: vou de zero a 100 facilmente (tomo até remédio). Mudo de opinião. Volto atrás. Tento reconhecer meus erros e devaneios (tarefa difícil). Reconheço a capacidade e a importância de meus oponentes (nem sempre). E procuro, dentro de minha fé espírita, procurar uma contínua reforma íntima – aqui é que vejo o quanto tenho que melhorar, pois perfeição de mim passa longe.
Portanto, professora, o seu questionamento me levou a fazer a releitura do poema de Carlos Drummond de Andrade: “O homem; As viagens” … forcei-me a fazer a dificílima, dangerosíssima viagem de mim a mim mesmo, colocando o pé no chão, no meu coração; e experimentei (por algum tempo) colonizar, civilizar, humanizar a mim mesmo… Certíssimo está o poeta: O homem, realmente é um bicho da Terra muito pequeno, que constantemente se chateia com ela, mais até, que com a miséria e a pouca diversão.
Para tudo há um motivo. Para tudo existe um porquê. Muitas vezes, podem nos interpretar e julgar erroneamente, ou, quem sabe, sabiamente, pois a nossa vida é uma contínua transformação, cujos atropelos, decepções, desencontros e incônditas revoltas, fazem com que o excesso de nossa vontade, vaidade e descontrole machuquem algumas pessoas que não merecem ou despertem outras de suas tentativas burlescas de mascarar uma realidade, evidenciadas em seus próprios atos.
Mas a grande verdade é que devemos lutar contra o que não julgamos correto. Devemos retroceder-nos diante de muitas coisas, mas jamais nos dissociarmos das nossas razões. Aproximando-se dos meus cinquenta anos, percebo o quanto já fui tolo, o quanto sou tolo mas, acima de tudo, o quanto é necessário ser honesto em minhas ações.
A vida nos leva a maquiarmos certas situações. A sermos tolerantes pela “educação” com algumas pessoas. A engolir sapos, jias, pererecas e toda a turma dos anfíbios. A bater. A confiar em quem não merece. A servirmos de cabo de chicote, quando usam nossas “secretas” interpretações e avaliações (compreensível e “aceitável”, não é meu mensageiro?). Enfim, tem hora que é chato demais conviver.
Em alguns artigos tenho recebido e-mails indagando-me por que razão não digo logo o nome de quem delineio. Respondo: porque o lado bom é vê-los vestindo a carapuça e esperando o que ainda está por vir. Alguns familiares me aconselham: melhor você ligar, xingar, esbravejar, brigar… Eu rechaço: para quê? Sei que de nada adiantará e talvez seja isto o que tanto querem. Nada melhor do que evidenciá-los com os contornos de suas errôneas atitudes e imbecilidades.
Não sou vingativo, porém não tolero falsidade. Para mim, a pior mazela do ser humano é ser falso. É tentar ludibriar as pessoas, valendo-se da sua boa-fé; ajuda; colaboração; compaixão; respeito; amizade; tolerância. Expor e desmantelar no seu merecido tempo, as ardilosas articulações, torna-se algo aprazível de quem se sente injustiçado. Não podemos chamar isto de vingança, sendo tal atitude um revide a mentira e a falsidade.
Quando às vezes nos distanciamos, evitamos ou repudiamos, podemos voltar a frase inicial deste ínfimo artigo, se é que posso assim chamá-lo. Não quero andar e nem estar ao lado de quem serpenteia nas articulações, posando de vítima após os seus despautérios.
Por hoje é a segunda parte do prometido. Depois? Ainda não sei! A quem? Ah, estes sabem!
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O lugar da política é a escola



Há 32 anos sou professor de História. Quando comecei, no distante ano de 1983, os brasileiros haviam acabado de votar para governador e a emoção foi assim, parecida com um beijo. Votar é voltar ao sonho de se sentir cidadão, partícipe, condômino da grande e confusa nação brasileira.
 E eu, jovem e exultante, na sala de aula, dividia com meus alunos e alunas o entusiasmo desse testemunho diário de um país em transformação.

Vieram as grandes manifestações, e cada esquina era um palanque, cada grupo de três era um partido com ideias, propostas, sonhos, querendo arrebentar a película cada vez mais fina da impossibilidade. Um entusiasmo só. Na escola, as aulas de História aproveitavam os Tiradentes, os Deodoros, os Getúlios, os Juscelinos e, ainda, os Luiz Gama, os Andrades (não o José, mas Mário e Oswald), os Astrogildos, os Franciscos (Julião e Buarque) para falar em projetos e concretudes, desejos e realidades, em um carnaval de política.

Sim, política. A escola virava uma ágora. Sim, uma ágora, aquele lugar no qual os atenienses soltavam a voz em busca do consenso que é o resultado da voz, da fala, do discurso, do argumento, do bom combate, da aceitação, da recusa, da construção de um fim comum que, de resto, guarda um pouco de mim, de você, do outro que não conheço, mas que - aleluia! - é algo de todos e sim, assinarei e passarei a defender com a alegria do "nós", tão mais rico e profundo que a solidão do "eu".

E então veio a morte do velho político e o governo do velhaco, a crise econômica, as decepções, a corrupção, o sopro do arrependimento, as sereias com seus cantos autoritários, e tudo isso foi para a sala de aula.
Outras crises vieram à tona nos debates com alunos, outras experiências com suas permanências e mudanças, quantos aprendizados as manchetes dos jornais, os debates das tribunas, as críticas dos comentaristas traziam para aqueles jovens que, depois de décadas de ditadura, tentavam, afoitos e sem fôlego, na neblina e sem mapa, se orientar naqueles tempos novos e turbulentos.

Eu, como professor, era voz e ouvido. A escola, termômetro e pulsação. Os alunos, protagonistas desorientados. E o passado era o conselheiro de reflexões e atitudes. 

E veio a Constituição cidadã, as eleições para presidente, com as torcidas e debates, mentiras e expectativas, as sereias do medo ecoando em tantos ouvidos, a ignorância como muralha para tantos, e nós, professores de História, faróis tortos lançando luzes baças e inseguras.
Foi o tempo de aprendizado de que ser professor é buscar a multiperspectividade, a problematização permanente, a coragem de que a sua opinião não é a resposta que o aluno quer ouvir, mas a resposta que ele quer ouvir é o conhecimento consistente que o ajude a ter a própria opinião.

E veio o impeachment, e as salas de aula ferveram novamente, e o aprendizado aprimorou-se. O passado do Brasil, do mundo, como mapa de referência; os olhares para a economia, a sociedade, a cultura, a Constituição, febris em busca de orientação. O futuro era a urgência do momento. O que fazer? Como esse professor pode me ajudar? E a profissão que escolhi para mim dava-me grandeza e exigia sobriedade e envolvimento. E como foi empolgante e recompensador!

E assim foram os anos de FHC, Lula e Dilma. E assim é até hoje. A escola como o lugar da política, a escola como espaço público e como formação para os demais espaços públicos. A escola como lugar de aprendizado, a escola como lugar de troca. A discussão democrática, o debate respeitoso, o ardor e a frustração como partes do processo da construção do consenso, que é a única saída, a última saída.

Sem a escola, a política não avança. Sem a política, a escola perde parte importante de sua função. 

Só as sereias com seus cantos autoritários dizem o contrário, atraindo os incautos para as rochas . E só a escola e suas aulas de História são capazes de ensinar o que são, realmente, as sereias.


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quinta-feira

Garoto de 7 anos se enfurece e destrói sala dos professores

Funcionários ficam confusos quanto à medida a ser tomada e optam por acionar a polícia


Uma funcionária, que não foi identificada, filmou o momento em que um garoto de sete anos destrói a sala dos professores. O menino arremessa pequenos objetos e cadeiras ao chão. O episódio aconteceu em uma escola do Rio de Janeiro.
Durante a narração do vídeo a mulher pede que não toquem no menino, já que não podem agredi-lo ou mesmo segura-lo. Ao fim da gravação a polícia é acionada por uma das testemunhas.

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SUS, a dor que não passa


São chocantes as cenas que se repetem ao longo dos anos em pelo menos 71 prontos-socorros da cidade de São Paulo. A maioria tem pacientes em macas pelos corredores, não se consegue a transferência de doentes e as equipes médicas são incompletas. O quadro dramático se agrava com falta de materiais e de estrutura nas salas de emergência.
Algumas consultas podem levar meses, os exames são marcados para muito depois. As filas para atendimento ajudam a compor este quadro desumano. Este conjunto de problemas é o triste cenário da saúde pública na décima cidade mais rica do mundo, segundo estudo do Conselho Regional de Medicina em São Paulo. A dor da parcela carente da população brasileira é tão antiga quanto as discussões sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e do financiamento da saúde pública. O governo federal não cumpre com seu dever nesta área. E nos últimos anos vem reduzindo a sua participação, deixando a conta para ser paga pelos estados e municípios.
O que o governo paga ao SUS jamais cobriu os custos reais com o atendimento. Em São Paulo e em todo o país o número de leitos vem diminuindo e cada vez menos médicos se arriscam a enfrentar a falta de infraestrutura dos hospitais e salários precários.
O atendimento à saúde é uma equação que não fecha. Nos governos Lula e Dilma a tabela do SUS foi reajustada abaixo da inflação. Há ainda de se levar em conta as fraudes e a corrupção, além da falta de gestão competente, denunciadas pelo do Conselho Federal de Medicina. No curto prazo não há remédio que cure o desgoverno nesta área. O descaso com a saúde dos brasileiros é vergonhoso, apesar dos discursos de palanque sobre a assistência aos pobres. Enquanto isso, as filas só aumentam. E a população continua pagando a conta para não ter atendimento de qualidade.

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segunda-feira

A sublime importância de se fazer o que gosta


Quebre esse paradigma de uma vez por todas executando aquilo que lhe apraz com pura exultação, bom-humor, gozo e jovialidade.




Pablo Neruda sagazmente disse: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.” Seguramente, o poeta chileno quis dizer que cada ser humano possui uma responsabilidade tremenda no universo, de sorte que uma simples opção é capaz de mudar todo o curso da história para sempre.
Pegando um gancho nessa poderosa explanação, tenho notado que muitas pessoas deixam para viver apenas no expirar de suas vidas, isto é, elas não buscam um grande amor (desses que fazem a gente suspirar), não param para apreciar o som da natureza e das árvores se comunicando, não se regalam quando encontram algo jocoso e raro, não permitem que seus corpos sejam entregues aos cenários ousados e as atmosferas tipicamente desafiadoras e tampouco valorizam com toda alma, coração, força e entendimento as criaturas que desesperadamente as amam.
Por isso, são vazias, ocas, frias e absolutamente desprovidas de inteligência, dado que perderam a maior de todas qualidades humanas, a saber: a magnificente alegria de servir.
No mercado de trabalho, as coisas funcionam da mesma forma: um profissional de ponta não conseguirá produzir o máximo de suas potencialidades se não realizar atividades que lhe trazem felicidade e conforto pessoal. Então, o primeiro passo é alinhar a profissão ao propósito existencial para posteriormente encontrar uma atividade que possa fundir inteligentemente tais variáveis.
Aprendi com um velho amigo de infância a longos anos atrás que trabalhar é simplesmente colocar em prática o que acreditamos fielmente, ou seja, é mostrar para os outros indivíduos que somos comprometidos com os nossos princípios e valores, instituindo ideias que complementem não só a missão empresarial, mas principalmente as nossas estimadas e elevadas insígnias interiores.
Portanto, essa clássica indagação de que um colaborador precisa executar tão somente o que gosta não é uma mera questão opcional, pelo contrário, é uma condição fundamental para tal sujeito alcançar a suprema excelência em suas estrondosas ações, porquanto nenhum individuo conseguirá ser ascendente no que quer que seja sem antes crer rigorosamente nas exteriorizações que rondam sua galáxia moral e filosófica.
Autoconhecimento: o ás dos ases
Se uma pessoa se conhece, ela sabe exatamente onde quer chegar (foco), tem total domínio de sua personalidade (autocontrole), conhece as fraquezas e fortalezas de seu núcleo (mapa próprio) e discerne suas necessidades e desejos (hobby).
Quando um sujeito se sobressai nesse campo (“autognose”) e se depara com uma tarefa complexa onde possui vasta resistência para encará-la, ele prospera infinitamente: alcançando um quilate elevado por ostentar faculdades milimetricamente diferenciadas. Michael Jackson, Charles Chaplin, Franz Beckenbauer, Victor Hugo, Massami Kurumada, Kiichiro Toyoda, Pablo Picasso, Pitágoras, todos esses geniais seres foram excepcionais em seus ofícios, pois uniram o dom natural ao veemente preparo. Assim, se tornaram deuses de suas eras por estamparem uma pujança intelectual muito acima dos demais.
Existe ainda um outro ingrediente imprescindível para que essas positividades sejam atingidas: o entusiasmo, visto que de nada adianta reunir numerosas competências e habilidades se o leão que mora dentro de você ficar adormecido nas profundezas enlameadas de um entendimento superficial e raso.
Para explicar com mais clareza essa reflexão, irei ilustrá-la com um episódio do anime “Os Cavaleiros do Zodíaco”, no qual um dos personagens áureos da trama se depara coincidentemente com a referida esfera. Shiryu - cavaleiro de bronze de dragão -, conheceu essa fatídica veracidade em pleno solo de batalha: após perder sua visão em uma sangrenta luta contra o cavaleiro de prata Algol de Perseu, o sereno guerreiro de cabelos longos e face serena simplesmente aniquilou da mente a vontade de guerrear, sofrendo por duradouros meses em que desejara a morte mais do que tudo em sua essência (em razão de sua refratária e tempestuosa cegueira).
E no meio dessa angústia incontrolavelmente infernal, o pupilo mais querido do Mestre Ancião (seu mentor) reencontrou um parceiro de pelejas que não via a muitas primaveras e verões: seu nome era Okko e ele pertencia a intrépida constelação de Tigre.
Conhecendo o dragão e sua original garra como poucos, o ex companheiro de treinamentos de Shiryu se surpreendeu rapidamente ao vislumbrar a sorumbática tristeza nos punhos do bravo soldado e prontamente procurou alertá-lo: dizendo que a chama de suas pupilas havia se apagado e que o belo farol que outrora se fazia inextinguível agora não passara de um fosco e desbotado candelabro. Naquele dia, o lendário herói percebeu que sua energia estava muito além da intensidade física e do sólido vigor técnico de seus golpes. Ele compreendeu que não havia nada mais importante do que a determinação de persistir perante os aspectos negativos e hipoteticamente inversos que apareciam a sua volta.
E depois de absorver essas notáveis racionalizações, ele rompeu colossalmente os arquétipos que o oprimiam e venceu seu adversário com folgas, transformando uma pilha de malignidades em formosos templos de luz. Dessarte, o problema ocular que o afligia noutro momento foi drasticamente trocado por uma ideia mais valorosa e rochosa, a saber: a divina arte de abraçar a perseverança com furor e acérrimo independentemente dos opostos fluxos instituídos.
Trazendo essa deliciosa lição para a nossa jubilosa realidade, devemos mesclar afoiteza e autoanálise para que as nossas armaduras interiores se tornem intransponíveis, insuperáveis e irretocáveis, como foram titanicamente as do beligerante e tenaz combatente de pulsos raivosos e encapelados.
Trabalho e satisfação: duas bolas que nem sempre se conectam
É utópico pensar que uma empresa vai pagar para os seus colaboradores terem seus sonhos profissionais concretizados ante as tarefas cotidianas, pois essas organizações foram geradas para darem lucro para os seus instituidores e alcançar longevidade (nada mais).
Ora, nenhum líder vai montar um projeto que agrade individualmente seus funcionários. Isso seria cômico demais. Pense em Jobs reunindo sua equipe e dizendo: “A partir de amanhã, iniciaremos um novo protótipo: o colaborador no topo, onde trabalharemos exaustivamente para deleitar cada integrante do nosso ninho corporativo com coisas que todos amam e perseguem. Logo, como âncora dessa organização, eu vos peço humildemente e imediatamente: esqueçam a inovação, a concorrência, os alvos futuros, o marketing, o planejamento estratégico, enfim tudo o que edificamos até agora, porque o que vale a partir de hoje é tão somente o contentamento do grupo e de seu inoxidável e duradouro bem-estar.”
E a Apple (que mudaria sua nomenclatura para Staff Smile) seria o grande jardim de infância dos fracassados, com direito a carrossel, roda gigante e algodão doce, no qual homens adultos trocariam suas vidas maduras por um ingresso de vinte e quatro horas na pele de uma criança ingênua e desaforada.
Com certeza, essa masoquista loucura somente se realizaria em um fantasioso desenho da Disney, desses bem espantosos e irreais, onde monstros se casam com princesas, bonecos de madeira viram gente e soldadinhos de chumbo atacam e tomam soberanamente a cidade cardinal.
Lendo esses quatro parágrafos sob alicerce de uma ótica autossabotante e banal, você só poderá concluir o seguinte: estou inevitavelmente fadado a ter um destino fétido e infeliz, onde trabalharei em uma função que odiarei eternamente e serei sufocado por ela até morrer de tédio, afogo e monotonia até não aguentar mais, certo senhor Pablo? Errado, besouro alienado, não foi isso que eu quis dizer.
Seus pés podem transitar em duas trilhas: uma é a do empreendedorismo, que é um percurso de idealizações excêntricas e pessoais que consiste em ser dono de um negócio especialmente seu, de forma que tudo sairá de sua consciência particular - liberdade plena do espírito -, a outra é a edificação de uma carreira subordinada que nada mais é do que uma senda em que seus braços e pernas estarão constantemente amarrados, mas que poderão ser completamente soltos a longo prazo (com muita paciência e denodo), permitindo sua aura gozar de uma independência colossalmente nobre e titanicamente assertória. Em ambas as situações, é possível ter êxito, todavia a segunda exige que você se destaque dos demais por intermédio de atributos formidáveis e caracteristicamente regeneradores. Em outras palavras, ou você cria um planeta exclusivo (sendo empresário) ou faz as pessoas se encantarem por suas singulares virtudes (sendo um funcionário insuperável).
O mago supremo de Atenas acertadamente externou: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.” Como Aristóteles primorosamente defendeu, quem anseia prosperar e ter júbilo na profissão deve iniciar uma perpétua busca pela impecabilidade, de sorte que todas as instâncias de tal cosmo percorram os imaculados ventos da superioridade, magistralidade e totalidade até que essa pedra bruta se torne um lindo diamante, reluzindo no céu estrelado do dourado firmamento para cintilantemente resplandecer.
Oh raios, um homem bem sucedido não é o que mais popularidade e riqueza acumulou, até porque essas primazias podem ser apanhadas por qualquer ente que tenha um pouquinho de conhecimento técnico aliado a leves pitadas de esforço e perseverança. Contudo, atingir uma realização sempar, fazendo tal entidade se orgulhar ao contemplar seu reflexo pessoal no espelho é tarefa para raríssimas criaturas (e é exatamente aí que entra a excelência tão defendida por Aristóteles na antiga Grécia).
Por conseguinte, se for para ser um padeiro, se apaixone pelas receitas, namore as massas e faça tudo com muito amor e gratidão, se for para ser um vendedor, trate os clientes com empatia e simpatia, procurando ouvi-los, respeitá-los e estima-los, se for um estudante, persiga as melhores notas, ouça os mestres que merecem seu tímpano e atenção, se aproxime corajosamente da prática e jamais deixe de se atualizar, se for um presidente corporativo, olhe para o chão de fábrica do mesmo modo que olha para o gabinete dos principados, se for um médico, não herde a pífia substância de um caça-níquel: colocando a saúde dos pacientes em segundo plano para usar astutas estratégias de enriquecimento, em suma, não se contente em ser mais um na multidão - busque ter uma mentalidade grandiosa em tudo que se propor a fazer para que suas representações tenham uma consistência construtiva seguida de preclaras e salutares materializações.
Sem dúvidas, as categorias que enobrecem a casta humana são as da humildade, do zelo, da honra, da competência, da retidão, da candura e da austeridade. Com isso, em todos os seguimentos presentes a verdade é uma só: sucesso e reconhecimento são restritos a temperamentos sinceros, leais e íntegros, de modo que todos que se encontram fora desse aparatoso arraial estão automaticamente impossibilitados de desfrutarem de tão eminentes preciosidades.
Destarte, entre nesse mar desconhecido e aprenda a transmudar a vida alheia, formando atividades que sirvam de prazer e simultaneamente tragam valores para o próximo. Creia nisto e serás mais feliz que a rosa adamascada, a noite ensolarada e a fragrância delicada, como um excelso ser de inigualáveis e inenarráveis formosuras.  

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O presente que a segunda-feira traz



Era uma vez um funcionário de uma empresa que acordava todas as segundas-feiras de mau humor. Ele já começava a sentir a agonia no domingo à noite, quando ouvia a música do Fantástico. E ia dormir com aquela sensação de que o dia seguinte seria puxado.
E a noite já era ruim. Ele dormia tenso dos pés à cabeça. Tinha sonhos terríveis. Ou melhor, pesadelos. E acordava com os nervos à flor da pele. Não tomava café da manhã direito, não dava bom dia para a esposa, despejava a filha na escola correndo para chegar logo no escritório. E quando chegava lá, sorria para o chefe. Era aquele sorriso falso, mecânico.
Aquele homem sofria internamente. Trabalhava de sol a sol e dizia que era para dar o melhor para a família. Mas a família não tinha seu melhor. Quem tinha seu melhor era seu chefe, que tinha sorrisos (mesmo falsos), tinha presença. Sua família convivia com um carrasco.
Com um homem que chegava à noite de mau humor porque coisas tinham acontecido em seu trabalho. E ia dormir cansado.
Sua família estava cada dia mais longe. Não o tinham, de fato. Nem suportavam seu mau humor e sua presença.
O chefe, que sabia das coisas, logo sacava que o funcionário era um puxa-saco. Mas dava lucro para a empresa, porque fazia tudo que ele queria, na hora que queria, mesmo sem gostar. Então, passavam as semanas, os meses, os anos. E assim, passava uma vida.
A vida de muitos que hoje estão lendo este texto, sem se darem conta do presente que a segunda-feira nos traz. Da oportunidade de rever tudo que se quer para a vida, para o dia, para a semana. E, se estiver num trabalho que não gosta, procure verificar internamente se é o trabalho que está ruim, ou você que está insuportável.
Na maioria das vezes, somos nós que criamos nossa realidade. Não damos limites para o chefe, mas colocamos travas no coração para não receber o abraço da nossa família. Somos coniventes com uma série de coisas que não gostamos para manter as aparências. Somos políticos.
Entenda o dia de hoje como uma oportunidade de se reinventar, de perceber como está agindo com as pessoas que amam você e rodeiam você. De desfrutar momentos que devem ser desfrutados, porque eles passam. E a única coisa que não podemos parar é o tempo. Este, sim, deve ser valorizado.
O tempo com a família, o tempo com quem amamos. O tempo com nós mesmos. E se é tempo de mudanças, que saibamos agir com sabedoria para que ela chegue de uma maneira suave para nós. Essa é a dica para que você comece sua segunda-feira.

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sábado

Planeta Terra, uma casa em reformas

Espiritualidade e a noção do tempo

Como todos espiritualistas sabem, Emmanuel – que foi o espírito mentor de Chico Xavier – atualmente está reencarnado, na condição de adolescente, em uma cidade no interior do estado de São Paulo. Entretanto, cerca de 30 antes de reencarnar, por volta de 1972, ele deixou-nos um interessante relato sobre a situação do planeta Terra, que já naquele tempo se apresentava como hoje, com a mesma desordem de uma casa em reformas. Vale a pena relembrar:
Calamidades , flagelos, conflitos, lutas, provas!… Os quadros do mundo moderno, porém, não expressam um retorno ao primitivismo ou exaltação da animalidade. Achamo-nos em plena via de burilamento e progresso. A Terra assemelha-se hoje a casa em reformas. Tudo ou quase tudo aparentemente desajustado para a justa rearmonização. Na altura atual dos conhecimentos humanos não será recomendável uma revisão de valores por parte homem, considerando-se o homem na sua condição de espírito imperecível?
Conceitos enunciados pela civilização cristã, em vinte séculos, são agora testados, acordando as criaturas para a responsabilidade de viver nos padrões da imortalidade que nos é própria. Desnível espiritual na família, criando perturbações, compelem aqueles que a integram para a conscientização da regra de ouro. Abre-se mais amplamente a escola da experiência, a fim de que aprendamos a respeitar os entes queridos, tanto quanto anelamos ser respeitados. Desentendimentos aqui e além requisitam a presença de construtores da segurança geral.
Matriculemo-nos na concorrência ao título de pacificadores. Incompreensões se alongam em todos os caminhos, com acusações recíprocas entre grupos e pessoas.  Salienta-se o ensejo de mecanizarmos o perdão, imunizando-nos contra revide ou ressentimento. A felicidade e a paz nos processos de vivência comum reclamam a abnegação de quantos se declaram a favor do mundo melhor.
Surpreendemos nisso expressivo concurso de valores pessoais, lançado aos cultivadores do bem, na base da legenda evangélica: “Quem deseja ser o maior que se faça o servidor de todos”. Ergamo-nos para a vida sustentando a luz da esperança. Evidentemente não temos a moradia planetária sob sentença de extermínio. Continuamos todos resguardados pelo equilíbrio das leis universais. O que existe presentemente na Terra é o chamamento cada vez mais vivo ao testemunho individual de compreensão e aperfeiçoamento, com multiplicadas oportunidades de trabalho em louvor de nossa própria renovação. (Do livro Chico Xavier pede Licença, cap. 27, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.)
Ressaltemos, porém, que do ponto de vista espiritual, a noção de tempo é bem diferente da nossa. Como diz a Bíblia, “no tempo do Senhor um dia tem mil anos e mil anos tem um dia”. A grave crise que nos acomete deve ser encarada como um chamamento vivo ao testemunho individual de compreensão e aprimoramento, com vistas à nossa própria renovação, visto que na vida tudo passa, tudo é transitório, tudo tem um objetivo. E nós sabemos exatamente qual ele é: aprendizagem, resgate de erros cometidos nesta ou em outras vidas, perdão incondicional, evolução constante e sobretudo muito amor crístico.
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A ideia da descriminalização

Posicionamento diante do consumo

Debates sobre a descriminalização do uso de drogas na Europa e nos Estados Unidos têm chegado também ao Brasil, onde – apesar de todas as diferenças que envolvem os padrões de consumo – algumas semelhanças alimentam a necessidade de posicionamentos ante o consumo – já que sua limitação está fora do alcance.
O modelo proibicionista adotado no Brasil aponta graves consequências como, por exemplo, o aumento do consumo que demonstra falhas nas políticas de repressão; o fortalecimento do crime organizado vinculado ao narcotráfico, ao contrabando de armas e ao sistema financeiro internacional, encarregado da lavagem do dinheiro de procedência suspeita; a descentralização da economia mundial pelo crescimento do poder econômico de sistemas comerciais e financeiros paralegais; o aumento da violência e da população carcerária, acarretando altos custos sociais, além da sobrecarga do sistema penal e judiciário; o aumento da atração pelo fruto proibido e pela transgressão das regras vigentes etc.
Os idealizadores da descriminalização, ao contrário de promover a libertinagem, têm como objetivo procurar soluções mais eficientes e menos onerosas para enfrentar tanto a drogadição e suas consequências quanto os sistemas mercantis que lhes oferecem produtos e suportes.
A ideia antiproibicionista se opõe à política baseada na intolerância repressiva, já que esta ataca somente o produto, não se mostrando suficiente, tendo em vista três coisas: o consumo moderno de drogas não se deixa abordar isoladamente dos contextos geopolítico e geoeconômico; ele representa um enredo social complexo; de nada adianta querer combatê-lo em apenas uma de suas esferas.
Um dos carros-chefes da política criminal brasileira é a repressão ao tráfico de entorpecentes. Isso fortalece “a crença ilusória do direito penal” de que o processo de repressão representa um instrumento eficaz para o controle e a erradicação do uso de drogas.
O discurso da descriminalização levanta resistências, causando espanto e indignação. Os argumentos contrários a essa ideia defendem que a disponibilidade e a aceitação social dos produtos acarretariam o aumento do seu consumo, propagando-se então indiscriminadamente, como ocorreu com o álcool. 
É fato que não se pode excluir que tal situação aconteça no caso de uma legalização repentina, embora os dados internacionais dos países que descriminalizaram sejam positivos; de qualquer forma, não se devem impor mudanças repentinas sem se prevenir através de ações de informação, de sensibilização e de educação preventiva em longo prazo. Trata-se de uma questão profunda e fundamental, pois, se proibição realmente resolvesse, não teríamos hoje todos os problemas que estamos vivenciando. Se friamente observarmos, a guerra às drogas tem resultados piores que o próprio consumo: é muito maior o número de pessoas que morrem por causa dessa guerra do que pelo próprio uso.
As drogas têm ocupado o cenário criminalizado, porém é necessário buscar soluções eficazes, independente de lemes pessoais e religiosos, sem terrorismos, para ajudar as próximas gerações a não viver as terríveis consequências que a dependência química pode gerar.

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sexta-feira

Quando a mediocridade impera



Difícil missão colocada na prática da agenda política do País. Parto deste raciocínio, visando fugir da banalidade com que se debatem questões que dizem respeito às aspirações comuns de uma população de mais de duzentos milhões de cidadãos. Da irresponsabilidade dos que detêm postos de comando e se envolvem em um tipo de vaidade peculiar, a bem da verdade, completamente ridícula.
Incompreensível lógica esta da retórica perante câmaras e microfones, da enganação permanente, no momento em que são abordados conceitos exemplares – moral, republicanismo, justiça, enquanto relegamos a um segundo plano a compreensão da palavra “respeito”. Perdeu-se o respeito! Francamente, quem acredita no exercício pleno de democracia sem o mínimo de respeito?
Os recentes trinta anos de redemocratização brasileira, após a superação do triste período ditatorial, parecem ainda não ser suficientes para afirmar que deixamos de ser uma republiqueta. Por aqui, a grande contradição é assimilar que mesmo com tanto sacrifício, nosso forte não reside na manutenção da estabilidade democrática.
Quando a mediocridade impera, quando se perde a credibilidade nos agentes políticos, em razão de seus próprios mandos e desmandos, não há avanços. O círculo vicioso deste grande esquemão corrupto nos empurra para o abismo.
A falta de visão nos mantém confinados no fundo do poço. O resultado disso é a grande crise de valores morais que, a cada dia, desmotiva o povo brasileiro. Como amar a pátria enquanto somos obrigados a aplaudir um circo decadente?
Eis o compromisso. Retomar a confiança, através de uma nova atitude. Jamais foi tão evidente a necessidade de quebra de paradigmas. De iniciar uma nova forma de comunicação entre representantes e representados. Esses dias, ouvi, em uma música, um trecho que diz, “se o país não for pra cada um, pode estar certo não vai ser pra nenhum”.
Que assim seja, pois enquanto perdurar a injustiça, a mentira, a irresponsabilidade política e o jogo de faz de contas, enquanto a mediocridade de espíritos destrutivos falar mais alto, duvido que sejamos a grande potência que podemos ser.

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quinta-feira

Mulher mata o namorado e a filha para evitar que vampiros tomassem o mundo

Os corpos foram encontrados pela polícia dias depois, na casa da família

Shelley Christopher, de 36 anos, matou seu namorado, Richard Brown, e sua própria filha, de apenas 4 anos, porque tentava impedir que vampiros tomassem conta do mundo. O caso ocorreu na Inglaterra.
A mulher esfaqueou o namorado 29 vezes e sua filha seis vezes, antes de inserir objetos de madeira em seus corpos. Ela estava mentalmente doente quando o fato aconteceu e ainda atacou outra criança, mas apesar de vários ferimentos a menina sobreviveu.
Segundo Shelley, ela teria recebido um sinal de uma lâmpada no teto de casa, é só os matou para evitar que o mundo fosse tomado por vampiros. Ela já havia sido tratada em ma clínica de saúde mental, onde disse aos médicos que estava sofrendo uma perseguição. Porém, deixou o tratamento mesmo com apelo dos médicos.
De acordo com um psiquiatra, a mulher sofria de uma doença psicótica, provavelmente esquizofrenia.
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terça-feira

Atos e consequências



Esta semana vi o vídeo de uma mãe, que mostrou chorando o bilhete deixado pelo filho antes de se suicidar. Ela conta sobre a perseguição que ele sofreu desde pequeno, por ser diferente e mais sensível do que o comum, mais preocupado com o bem estar dos outros, atencioso e gentil. Fiquei imaginando a dor dessa família, o que, provavelmente, nunca vai passar. 

Mas imaginei também qual o sentimento de quem, de forma indireta, matou esse menino. Quem o perseguiu sistematicamente debochando e desqualificando, percebeu que as gracinhas sem consequências foram o estopim para a perpetração de um ato de por fim à vida. Fiquei com pena também dos torturadores, por que, se ainda forem gente, hão de fazer uma avaliação do que a tortura significa.
Mas há uma cultura de que criança tem que aprender a se defender e que, antigamente, a crueldade infantil não significava o que significa agora. Engana-se quem pensa assim. É só conversar com adultos e perguntar a eles se sofreram algum tipo de perseguição.
 Hoje uma pessoa cai na rede social e é violada por muita gente e em pouco tempo. Uma foto postada pode acionar uma rede de crueldade, a exemplo daqueles casos tão conhecidos de namorados que postam fotos íntimas de suas namoradas.
Imaginei também qual o perfil dos que usam as redes sociais, atentos aos deslizes dos outros. Conclui que são pessoas de quinta categoria e que sua atuação está prestes a ter fim, por que ninguém mais aguenta isso.
Conhecemos alguém pela sua conduta, especialmente quando a crueldade fica tão explícita a ponto de percebermos que não há sutilezas, não há indiretas, mas diretas perceptíveis a olho nu. E, pior, quando outros estimulam a prática, curtindo, comentando, rindo e dando força a quem é igual a si.
Quando lemos uma reportagem e nos atrevemos a ler os comentários temos a nítida sensação de que vivemos o fim do mundo civilizado. As entranhas da internet revelam um submundo público, onde tudo é permitido, onde o anonimato ou a distância dão o tom da covardia, da perversidade, da distorção de valores.
Ontem assisti a um filme “Para sempre Alice” com os protagonistas Jullianne Moore e Alec Baldwin. Trata-se da história de uma mulher muito inteligente, acadêmica bem sucedida, que tinha a comunicação como seu forte. Dava palestras pelo mundo e construiu uma vida familiar composta por um marido amoroso, um filho e duas filhas. Aos poucos ela percebeu umas panes de memória, um cansaço exagerado, a ponto de procurar um neurologista, que logo percebeu tratar-se de uma doença degenerativa.
Essa mulher de cinquenta anos estava com Mal de Alzheimer precoce e sua derrocada cognitiva foi muito acelerada. Antes de sair completamente do que ela era, a mulher deixou vídeos gravados, instruindo-se a cometer suicídio. Falou no vídeo onde estaria o remédio que conseguiria matá-la. O final dá conta de que ela morre de qualquer jeito, por que, apesar de continuar sendo Alice, não sobrou nada do que ela foi.
Meu intuito é compreender por que nosso comportamento é tão destrutivo, quando sabemos que amanhã uma desgraça pode bater à nossa porta. Não conseguimos controlar nada.
 Vivemos dias de chuvas intensas, com flagelados e mortes bem ali na nossa vizinhança. Sabemos de tantas doenças e tragédias incontroláveis, que dizimam todos os dias o equivalente aos mortos em uma guerra e mesmo assim nos detemos em detalhes da vida pessoal das pessoas que deveríamos cuidar.
É imperdoável sermos covardes aproveitando-nos das facilidades de vidas expostas na rede, que veio para facilitar nossas vidas. Espero que tenhamos o bom senso de avaliarmos nossa atuação em um lugar público, onde devemos ter um comportamento compatível com o que aprendemos em casa, na escola, na igreja, com os amigos.
 Somos fruto do que aprendemos, por isso devemos combater as distorções que comprometem vidas. Há suicídios em demasia, que não precisariam acontecer, caso houvesse compaixão em maior número do que intenções sádicas de destruição.
Acredito que estamos no fim da era da impunidade na internet, por que, percebo o fim da tolerância e da paciência de quem compartilha dela. A internet nada mais é do que uma rede que se realimenta de nós, portanto, podemos reverter a tendência bélica que transparece num simples toque de botões.

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Vaidade na terceira idade

Mulheres com 60, 70, 80 e 90 anos são incentivadas a cuidar da aparência como forma de manter qualidade de vida.

Quem pensa que apenas os jovens, no auge da idade, estão preocupados com a aparência, se engana. As mulheres de 60, 70, 80 e 90 anos querem ficar bonitas também. Cuidar-se significa manter a própria dignidade. Com foco nisso, o Complexo Gerontológico Sagrada Família – uma das unidades da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) – montou há nove meses um salão de beleza que atende, de segunda à sexta-feira, moradoras da Instituição de Longa Permanência, das Casas Lares e do Centro Dia.
E o espaço tem sido uma prova de que não existe idade para manter a vaidade. Responsável pelo atendimento, a cabeleireira Luciana Rodrigues dos Santos, revela que nas segundas-feiras é comum ouvir suas clientes dizerem que o final de semana demorou a passar e que elas não viam a hora de arrumar as unhas e os cabelos. “Elas se sentem importantes e respeitadas ao escolherem a cor de um esmalte, um corte ou uma tonalização para os cabelos,” conta. Com o secador e uma escova nas mãos.
 Luciana revela que se diverte enquanto ouve pacientemente cada uma de suas clientes. Todas têm uma história para contar. “Elas são umas figuras!,” diz.
Entre as clientes de Luciana está Antônia Luisa Gouveia, de 66 anos. Portadora do Mal de Parkinson, ela depende de uma cadeira de rodas para se locomover. Sorridente, conta que foi morar no Complexo Gerontológico há mais de 20 anos e que fica na porta do salão, quase todos os dias, esperando para ser a primeira atendida. Ela não gosta de maquiagens, mas adora um esmalte vermelho e os cabelos escovados. 
“A idade vai chegando e a gente tem que se cuidar, tem que se gostar,” diz.
Aos 82 anos Maria Benedita Miranda ama sapatos, pulseiras e anéis. Quando perguntada sobre se pode tirar uma foto, ela logo responde: “espera, tenho que ajeitar os meus cabelos.” Os fios estão totalmente brancos. Para evitar que fiquem amarelados e sem brilho, dona Benedita conta com a ajuda da cabeleireira Luciana e de um shampoo neutralizador. 
Quanto a esmaltes, nas mãos e pés, nada de “basiquinho.” Ela gosta mesmo de cores fortes, como o vermelho-beterraba. Maria Benedita já foi manicure e afirma que “as mãos são o cartão de visita de uma mulher”. E assume: “Eu não fico sem creme. Quem é mais feliz tem mais ânimo para ser vaidosa, e quem é vaidosa é mais feliz. O importante é se gostar.”
Vaidade e saúde
A vaidade é tão importante para a saúde na terceira idade quanto exames periódicos e exercícios físicos, dizem especialistas. Andréia de Souza Readaelly, psicóloga do Complexo Gerontológico Sagrada Família, diz que o cuidado com a aparência é fundamental para a saúde dos idosos porque está associado à saúde psicológica. Ao cuidar-se, a pessoa com mais de 60 anos lembra que ainda está no mundo. “Trabalhar a vaidade, a estética e a higiene traz reflexos diretos na autoestima e isso é um recurso terapêutico,” diz. 
Andréia lembra ainda que quando um idoso não quer se cuidar pode ser um alerta, pois corre o risco de ser um dos sintomas de depressão. “Nessa faixa etária, ela tende a ser mais grave, e muitas vezes até fatal.”
Andréia comenta que a implantação do salão de beleza no Complexo traz uma dose de carinho à rotina dos moradores da Instituição de Longa Permanência, das Casas Lares e do Centro Dia. As que estão acamadas e não podem se locomover recebem, no quarto, a visita e os cuidados da cabeleira Luciana, que por já ter sido instrutora de cursos profissionalizantes da área da beleza tem um jeito diferenciado para lidar com um público tão especial.
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