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domingo

Falando de lá e de cá


Governado com mão de ferro por um ditador de opereta, pomboca e pongó, que se vale interna e externamente de uma verônica hostil de cunho postiço, a Coreia do Norte, ao contrário da sua rival, a Coreia do Sul, é um país pobre.
 Fotos de satélite patenteiam grandes centros urbanos norte-coreanos às escuras, condição que se exacerba na longa temporada de inverno. Esse é o móvel pelo qual os testes atômicos norte-coreanos são sempre efetivados no início do ano.
Exibir cogumelos nas telas da TV estatal pode ser um bálsamo baratucho para a falta de aquecimento e de gêneros alimentícios básicos nos lares dos concidadãos de Kim Jong-un. A atração reservada pelo déspota para este janeiro de 2016 é um novo tipo de artefato: a bomba H.
Verdade ou não, a notícia sobre o teste realizado "com sucesso" com uma bomba de hidrogênio caiu como um petardo sobre o planeta já assombrado pelo piripaque das bolsas chinesas e pelas guerras do Oriente Médio.
A bomba H, sabe-se, utiliza a fusão do átomo em cadeia e causa uma explosão mais potente que a nominada bomba atômica, chimpada em Hiroxima e Nagasaki, que se vale da fissão nuclear. Pelo sim pelo não, caro amigo, o mundo civilizado precisa ingressar em estado de alerta.
Do lado de cá, em solo tupiniquim, após encontro da presidente Rousseff com o padrinho e chefe político, em Brasília, o ministro Jaques Weber, autoinstalado também no papel de porta-voz oficioso desde a virada do ano, entendeu por bem notificar que o governo do PT "não tem coelho na cartola". E mais. Diz que o governo, ao contrário do que dizem por aí, vai persistir na busca do equilíbrio macroeconômico e fiscal. Tudo bem. Vou fingir que acredito.
Wagner adita ainda que o Palácio do Planalto não opera com "soluções mágicas" para a economia e se alguém alimentar essa expectativa "vai quebrar a cara". "Muita gente", diz o ministro, "fica perguntando quando sairá a grande notícia. Nós não estamos mais em tempos de pacotes e grandes notícias". Cabe dizer que foi o próprio Palácio do Planalto que deixou escapulir a intenção de adotar medidas para "dar um gás" à economia, supostamente debilitada pelo excesso de foco no ajuste fiscal do ex-ministro Levy.
E isso que se afirmava que Jaques Wagner era o "homem de Lula" no ministério. Da reunião entre a presidente e Lula, o que se ficou sabendo é que o ex-presidente teria sim pedido, exatamente, "medidas concretas" para acoroçoar a economia nacional. O ministro concluiu que os colegas da Fazenda e do Planejamento cuidam das ações para a retomada da economia, mas insistiu que não haverá nada "bombástico".
O discurso de Jaques Wagner - recentemente citado na Lava Jato! - é correto. Mágicas sem lastro, a essa altura do campeonato, fariam mais mal do que bem ao país. A questão é se o novo porta-voz discursa para a plateia ou fala a verdade.
Esse será o primeiro jogo que o Planalto precisará vencer na tentativa de soerguer a economia e recuperar a credibilidade perdida. A fase interativa do ministro já começou com uma admissão de erros. Melhor assim!
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