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segunda-feira

Violência e insegurança na pátria educadora

Para que o lema se transforme em realidade

O belo slogan “Brasil, Pátria Educadora” foi anunciado com a promessa de que a educação seria a “prioridade das prioridades” nesse mandato presidencial, infelizmente, parece que ficou somente no discurso. 
Sem metas, faltam estruturas capazes de superar os desafios existentes como: a universalização do ensino; a alfabetização na idade certa e a reformulação do ensino médio. No discurso de posse, a presidente (a) identificou problemas e apontou soluções para garantir o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação para todos os segmentos da população – dos marginalizados, dos negros, das mulheres e de todos os brasileiros. 
Comprometeu-se a disponibilizar recursos mais expressivos à educação, tendo inclusive apontados as possíveis fontes.  Porém, com o governo comprometido em outras questões, a prioridade deixou de ser as propostas contidas no “Brasil, Pátria Educadora”, apesar de muitas delas serem de responsabilidade dos estados e municípios, que gerem as redes de educação básica, se o Governo Federal não repassar mais verbas para a educação aos Estados e Municípios, estes terão poucas condições de contribuírem para o alcance dos objetivos. 
Citando uma parte de um pronunciamento bastante comentado: “…nós não vamos estabelecer a meta…”, não sei em qual ocasião foi dita, mas, é sabido que para chegar a um objetivo é necessário que metas sejam estabelecidas e conquistadas uma de cada vez.
Além dos escândalos de cada dia (desde sempre neste país), dos problemas estruturais de saneamentos, da falta de atenção básica na saúde, da crescente população de aedes aegypti e outras pragas, a população brasileira sofre com o aumento da insegurança e elevado número de violência como nunca visto. 
A origem de tamanha insegurança e violência encontra-se na falta de uma boa educação. A boa educação deve começar em casa, conforme um velho ditado: “É de menino que se torce o pepino.” Nossa gente não precisa de paternalismo, ela precisa aprender a pescar e não de ganhar o peixe; precisa produzir no mínimo o suficiente para seu sustento e o de sua família.
 Uma população sem oportunidade de aprendizado e emprego corre riscos de procurar outros caminhos, por isso, cresce a criminalidade. 
Provocados pela insegurança, falta de oportunidades e fugindo da violência, muitos habitantes das zonas urbanas, superpovoadas, realizam um fenômeno contrário ao ocorrido no século passado, agora o êxodo é urbano, o que é bom, pois, assim teremos mais mão de obra produtiva na zona rural.
 Sem estímulos, nossos jovens se decepcionam com a vida escolar e o calendário de aulas semanais, poucas aulas são ministradas e a culpa não é dos professores nem dos gestores dos colégios públicos, que geralmente se ocupam na busca de professores substitutos.
Faltam responsabilidades governamentais e mais comprometimento com a educação, está muito longe de sermos merecedores do título de pátria educadora. 
A educação pública está em situação crítica, dá a impressão de ser interessante para os maiores políticos, que as aulas não sejam ministradas e o conhecimento não chegue à população. Talvez seja uma forma de manutenção do poder, pois, no futuro teremos uma mão de obra farta e desqualificada, fácil de ser manipulada e que receberá feliz da vida, de braços abertos o pão e o circo por eles pregados.
 Pior é pensar que para muitos dos nossos políticos e para a mídia marrom, que lucra com violência e morte é mais fácil construir cadeias, aumentar a violência e até criar projetos sobre reduzir a maioridade penal e etc., que simplesmente investir em educação e cultura. 
É bom lembrar que, com a redução da maioridade penal, já graduado no crime, se o jovem vai pra cadeia, a violência e insegurança só aumentam, pois, poderá ser pós-graduado onde aprenderá mais sobre a prática criminosa, e agora maior de idade, poderá sair mais qualificado para o universo em que se encontra.
E assim se inicia o ciclo da criminalidade, aumentando a violência e colocando cada vez mais gente nas cadeias. É preciso procurar entender que educação é necessária para que o Brasil alcance outro patamar de desenvolvimento e a partir da resposta, compreendermos o custo/benefício e como cada ente federado pode contribuir.
“Brasil, pátria educadora”, temos que transformar essa consciência em ação, para que o lema se transforme em realidade, tudo isso depende muito da participação e pressão social. Pode não ser fácil, mas, a Lei precisa ser aplicada com justiça, e quando ela for ineficaz precisa passar por reformas.
Sem nenhuma intenção de entrar na discussão sobre a maioridade penal, lembrando as palavras de Jesus: “Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem”, em nossas orações podemos acrescentar a súplica: “Livrai-nos das maldades e das violências dos insanos inconsequentes que não sabem ou sabem o que fazem”.
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O mundo dos escroques e seus truques

Por que somos tão suscetíveis a golpes e fraudes?


O livro é um olhar fascinante na psicologia por trás dos estratagemas para ganhar dinheiro por meios desonestos 

As pessoas, a princípio, são confiáveis, uma qualidade importante no momento em que o progresso exige cooperação e, por esse motivo, mais confiança em seus pares. Os países com níveis mais altos de confiabilidade crescem com mais rapidez e têm instituições públicas mais estáveis. Cidadãos confiáveis são mais saudáveis, mais felizes e têm uma probabilidade maior de iniciar seu próprio negócio. 

Algumas pessoas agem de má-fé, mas, em última análise, poucas são desleais. Essa é uma ótima notícia para a humanidade e para os vigaristas.

Existem pessoas com um talento especial para inspirar confiança, como os “aristocratas do crime” descritos por Maria Konnikova em seu livro The Confidence Game: The Psychology of the Con and Why We Fall for It Every Time, um olhar fascinante na psicologia por trás dos estratagemas para ganhar dinheiro por meios desonestos, desde o esquema Ponzi de Bernie Madoff ao golpe clássico do jogo dos três copos e uma bola.

Os vigaristas mais talentosos têm um dom de persuasão especial: as vítimas são enganadas por livre e espontânea vontade e muitas não descobrem que foram ludibriadas.

As histórias do livro são muito interessantes. Bem antes de Madoff, William Franklin Miller, um homem com uma aparência de um colegial, convenceu alguns amigos em 1889 que suas “informações privilegiadas” na Bolsa de Valores de Nova York garantiriam um retorno semanal de 10% no mercado de ações.

A notícia espalhou-se com rapidez. No final do ano, Miller tinha quase US$1,2 milhão em depósitos de mais de 12 mil investidores.

Mesmo depois que os jornais questionaram sua sorte nos negócios, novos investidores lhe enviaram cartas com dinheiro dentro dos envelopes. Só após o julgamento a extensão de seu esquema fraudulento foi desvendada.

Miller não era um comerciante, mas sim um homem que descobrira que não era difícil vender uma história boa demais para ser verdade.

As pessoas iludem-se com histórias que apelam para a emoção em vez da razão. Estudos mostram que os juízes são com frequência mais influenciados por narrativas convincentes do que por provas concretas.

E os escroques sabem disso. Maria Konnikova relata histórias de vendedores ambulantes fingindo-se de médicos, membros da realeza ou pessoas importantes, todos dotados de uma imaginação fértil, uma lábia incrível e um enorme poder de sedução.

Os aristocratas do crime, como tão bem descreve a autora de The Confidence Game, também sabem que as pessoas gostam de ouvir que são especiais, que têm sorte e são inteligentes, ou que estão destinadas a grandes realizações na vida. Com um pouco de intuição é possível tocar nos pontos sensíveis das esperanças e sonhos de uma pessoa e convencê-la a acreditar em quase tudo.

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domingo

Tróia: história ou mito?



Em “História”, Heródoto escreve: “Até então não houvera de uma parte e de outra mais do que raptos; depois do acontecido, porém, os gregos, julgando-se ofendidos em sua honra, fizeram guerra à Ásia, antes que os asiáticos a declarassem à Europa. Ora, conquanto lícito não seja raptar mulheres, dizem os persas, é loucura vingar-se de um rapto. Manda o bom senso não fazer caso disso, pois sem o próprio consentimento delas decerto não teriam as mulheres sido raptadas”.
Pois é. A história de Helena de Troia, relatada na Ilíada de Homero, e até hoje sujeita a interpretações fantasiosas, agora mais cinematográficas que poéticas. Homero escreveu a Ilíada cerca de cinco séculos depois dos fatos então narrados. Por isso, naqueles tempos não se precisava de muito mais imaginação para aceitar Helena como filha de Zeus do que para, hoje, admitir Brad Pitt como o heroico Aquiles.
Já se tentou explicar as causas da guerra, com duração de cerca de 10 anos, com base em elementos econômicos e políticos. Tudo bem. Mas em verdade suas causas permanecem envoltas em mistério. Talvez existam motivos ideológicos, mais do que objetivos pragmáticos de conquista ou comércio.
Embora os escribas não tenham poupado palavras para exaltar o coragem de Agamenon, a bravura de Aquiles, o patriotismo de Heitor, a formosura de Helena, as aventuras de Ulisses, a fúria de Menelau e as intervenções dos deuses do Olimpo aqui e ali, o conto da guerra dispensa repetições.
Oitenta anos após o fim da guerra troiana, conforme sugere a história, as terras da maioria dos gregos que nela lutaram foram devastadas por invasores dórios. Transpor os mares e conquistar terras alheias das quais pouco se sabe, por motivos também obscuros, não é base para quem fica em casa.
O que se sabe, graças às descobertas arqueológicas de Heinrich Schliemann, em fins do século 19, é que Troia realmente existiu. Situava-se na atual Anatólia, ao sul de Istambul, em algum lugar próximo à cidade de Hisarlik. Após três anos de escavações, Schliemann descobriu mais de oito mil objetos que comprovam a veracidade da existência da cidade destruída por incêndio - talvez em 1180 a.C.,! -, provavelmente por invasores gregos, depois de existir durante pelo menos cinco séculos.
Em suas memórias, o arqueólogo escreveu: “Assim que eu aprendi a falar, meu pai narrou-me os grandes feitos dos heróis homéricos. Eu amava aquelas histórias; elas me fascinavam e me transportavam com o mais alto entusiasmo.
 As primeiras impressões que uma criança recebe nela perduram durante toda a vida; e embora meu destino fosse, aos 14 anos, tornar-me aprendiz no depósito de Ludwig Holtz, na cidadezinha de Furstenberg, em Mecklenburg, em vez de seguir a carreira científica para a qual eu sentia extraordinária predisposição, sempre preservei o mesmo amor pelos homens famosos da Antiguidade que desenvolvi na primeira infância”.
 
História ou mito? Ao caro leitor, deixo as conclusões.

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A questão é gestão!?




“De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se de justiça e ter vergonha de ser honesto”. Rui Barbosa.
Sou consciente de minhas limitações e não tenho a pretensão de ser melhor ou pior do que outro ser, ou de ter sempre razão, mas fico estarrecida que, em pleno século 21, com toda a revolução industrial, inovações tecnológicas, desenvolvimento da inteligência intelectual e emocional, com todas as possibilidades de desenvolvimento educacional, qualificações, títulos, haja profissionais que se escondem em um “pano de fundo”, em diferentes cenários, e se intitulam “Deuses” em função de suas posições hierárquicas que ocupam na sociedade e dentro de um organograma de empresa pública ou privada.
Em síntese, sofrem de miopia e surdez, pois, colocam tampões nos ouvidos para não serem questionados, vendam os olhos para não enxergarem o obvio e, em contrapartida, alimentam de forma exagerada o “ego” que cresce, de forma desproporcional, em relação ao sistema como um todo.
Gestor com esse perfil, que tripudia, humilha, sonega, que, tira vantagem do seu status de poder efêmero deveria ser banido da linha de frente de cargos públicos ou privados, pois compromete o desenvolvimento, a ética, a transparência e o respeito pelo próximo, bem como serve de desalento para aqueles que labutam e estudam que buscam, através do bem comum de uma sociedade, ter caráter, crescer com dignidade e preservar a ética social.
Apesar de todo o contexto que acompanhamos em nosso País, nestes últimos dois anos, em um cenário onde o infrator de colarinho branco está respondendo por seus erros e escolhas equivocadas, alguns profissionais, ainda, persistem na maldade humana, pautada na falta de competência, acreditando ingenuamente que irão se perpetuar.
No entanto, acredito que “o homem, que não tem virtude, acaba por ser escravo” e, acima de tudo, continuo tendo orgulho de ser honesto e o de ser livre.
O povo brasileiro precisa retomar as rédeas do crescimento da nação e voltar acreditar em seus ideais, nas leis que regem o País e na justiça, e punir, de fato e em tempo real, aqueles que utilizam o poder e a boa-fé das pessoas de forma leviana e sem respeito algum, pela integridade e sentimento dos seus pares.


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quinta-feira

Armas, o fogo no pavio curto do cotidiano


As relações das indústrias de armas e as políticas de armamento da população

Dois caras se estranham em um bar, se olham de um jeito desafiador, cospem no chão e caminham pra fora do estabelecimento. O motivo foi que não agradaram da postura um do outro. Fora do bar, ficam se encarando sacam suas armas e atiram quase que ao mesmo tempo. Os dois no no chão, fim de uma história do velho oeste.
Mas a questão é que tais histórias não ocorrem só nos filmes de bang-bang. Pessoas cometem assassinatos por motivos fúteis (briga, ciúme, conflito entre vizinhos, desavença, discussão, violência doméstica e trânsito)  todos os dias, coisas comuns, só que com a posse de uma arma de fogo pode virar uma tragédia.
Na maior cidade do Brasil, São Paulo, mais de 80% dos assassinatos são por motivos fúteis e por impulso. Essa é uma tendência do país, na maior parte dos estados pelo menos metade dos homicídios são crimes por motivo fútil. Alguns passam e muito da metade, como no Pará, onde esse número chega a mais de 90%. No total esses crimes ficam com mais de 50% do total de homicídios do país.
Apesar desses números muitas pessoas defendem o porte de arma para a população com o argumento de se proteger da violência. Inclusive muitos políticos defendem a revogação do estatuto do desarmamento. Ainda usa-se aquela comum frase “Só o bandido pode ter arma, o cidadão de bem não pode”. É, “cidadão de bem” também mata, pelo que mostra os dados.
Os nossos nobres representantes entram a favor do armamento por motivos extremos de interesse pessoal. A bancada da bala faz pressão no sentido de armar a população, mas porquê?
Deputados receberam doações eleitorais da indústria de armas e munições e pressionaram os líderes de seus partidos para assumirem as vagas na comissão especial do desarmamento. Dos 54 membros do colegiado, onze receberam doações deste tipo.

Quem ganha com o armamento do povo? A resposta é Taurus International Manufacturing , uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo inteiro. Como ela mesma informa em seu site “A Taurus Armas e Acessórios é uma das três maiores fabricantes de armas leves do mundo. A empresa produz uma vasta gama de modelos de armas e acessórios, incluindo coldres,revólveres, pistolas, metralhadoras e armas longas, utilizadas tanto para os mercados das forças militares e policiais como também para o mercado civil”.
No Brasil ela é a número um. Inclusive todos os anos a Taurus injeta dinheiro em campanhas e políticos para garantir o futuro  dos negócios, doações essas que legalizadas, porém os candidatos que recebem esse dinheiro não falam sobre o assunto. Um dos cados é do deputado federal pelo DEM da Paraíba, Efraim de Araújo Morais Filho,que recebeu R$ 50 mil da Taurus na última eleição. Na época a empresa disse por escrito que “não se pronunciaria sobre o assunto”.
A crítica feita pelo cientista político Marcello Baird, que estuda sobre lobby (ação de grupos de interesse sobre os políticos), é que, com as doações a indústria de armas e munições “compra acesso aos (futuros) congressistas, que farão projetos de lei que beneficiem o setor, seja ampliando o direito de portar armas, seja reduzindo os impostos que incidem sobre esse tipo de negócio.”

Samuel Colt, o inventor do revólver



Aqui uma parte da história de como os revólveres foram desenvolvidos. As chamadas pistolas da época, antes da invenção do americano Samuel Colt, não passavam de “canhões de mão”, onde deveria ser colocada o estopim, a pólvora e o projétil no cano da arma.
Ele sempre gostou do poder de fogo, em 1829 Colt inicia os trabalhos com seu pai em uma fábrica têxtil, lá ele teve acesso a ferramentas que possibilitaram a montagem de seu primeiro explosivo.
Inspirado na roda de um navio Colt tem a idéia mais importante de sua vida, o revólver. Voltando aos estados unidos Colt, com financiamento de seu pai, constrói suas duas primeiras armas. A primeira delas rompeu no momento do disparo, a segunda, não disparava. Com 18 anos, Colt resolve voltar ao projeto do revolver e dessa vez obtém sucesso. Ele vai para Inglaterra e cria sua primeira patente. Assim passa a existir uma arma de disparo confiável, fácil de recarregar e portar.
Colt criou depois uma companhia de fabricação de armas, tanto militares quanto civis, a CMC. Sua produção mais famosa é o “Colt 45”, que se refere a duas armas diferentes, a primeira delas é a Single Action Army 1873, a arma mais usada no velho oeste.
Uma cena de cinema que envolve uma colt que é extremamente marcante é do filme “Quem quer ser um milionário?”, uma produção indiana. Um garoto de uns 14 anos aponta a arma pro irmão e diz “O homem com a colt 45 mandou você ir embora”. É uma boa cena, simbólica, ilustra bem o poder que as pessoas pensam adquirir portando armas de fogo.


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quarta-feira

Ser ou não ser

Dois mundos: o físico e o metafísico, o imanente e o transcendente

Ser ou não ser, é o desafio (shakespeariano) que me faço ao concluir estes escritos. Trata-se de uma questão polêmica. A vida é ambígua e nos desafia como a esfinge egípcia: decifra-me ou devoro-te.
Desde cedo, me coloquei entre dois mundos: o físico e o metafísico, entre o imanente (energia interna) e o transcendente (força superior), entre a matéria e o espírito, entre o finito e o infinito, que, em suma, eu chamaria de terrenidade e espiritualidade.
Assim também nas dimensões do tempo, em que a gente se coloca entre o passado e o futuro, apesar de muitos admitirem que só existe o momento presente. Já que o presente existe e o tempo passa, o presente vem do passado e o futuro vem do presente. Tanto que medimos o tempo que passou e prevemos o que virá. Entre o finito do tempo (ou do espaço), a matéria que aí existe é também energia viva e, portanto, infinita, como na física quântica de Einstein.
A existência do ser é perene, diferente da existência do não-ser (a matéria), que é efêmera. Tudo que é matéria acaba um dia, já o afirmou Beltrand Russell. O espírito é o ser que transcende e não acaba com a morte: passa do plano da terrenidade para o da espiritualidade.
Não se trata de religião. Trata-se de ser ou não ser. A vida é, não apenas acontece. O que só existe como não-ser, acaba ou transforma-se. O que existe como ser, não morre, não acaba. Antes de Einstein, já afirmava Lavoisier, que na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Se no mundo dos fenômenos naturais é assim, não seria diferente no mundo dos fenômenos sobrenaturais.
Fiz essa digressão para chegar ao tema central da questão. Para tanto, vou contar duas historinhas ilustrativas.
Primeira historinha
Tinha eu ficado viúvo e sofria ao fazer o inventário dos bens em comum com minha esposa. Há sempre divergência entre os familiares quando se trata de dividir a herança. Ou quando, por trás disso, há mágoas subjacentes. Um dia, ou melhor, certa noite, entre a faca e a espada, invoquei o espírito puro daquela que fazia parte da minha essência, rogando-lhe, como diria Camões – se vires que pode merecer-te alguma coisa, a dor que me ficou da mágoa sem remédio de perder-te – Camões pedia a intercessão da amada para que Deus o levasse a vê-la, eu só pedia para que não me deixasse cometer, naquele transe, nenhum erro, nenhuma maldade, nenhuma injustiça.
No dia seguinte, ao chegar à universidade, onde eu ministrava aulas de literatura, deparei com uma aluna que me trazia um presente, como havia prometido. Abri o envoltório e arrebatou-me uma surpresa, não só pela dedicatória – para ter a certeza da eternidade – mas sobretudo pelo estampado título da obra: O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Associei de imediato o livro ao meu drama íntimo. Devorei-o de um fôlego, assim que cheguei em casa. Poucos dias depois, surgiu um inusitado acordo no inventário. Como queria Cristo – vendo os dois lados da moeda – a Deus o que é de Deus, a César o que é de César.
Segunda historinha
Eu participava de um congresso de italianistas na cidade de Cachoeira, na Bahia. Tinha levado, como dizem, um cobertor de orelha. No hotel em que fomos hospedados, dominava o ar refrigerado. Eu, alérgico. Recorri ao gerente. Único jeito, se eu quisesse, era me transferir para um único quarto, chamado quarto escuro, sem conforto, um tanto isolado, no plano superior. Por que não? Lá me instalei com a musa gentil daqueles dias (e daquelas noites).
Alta madrugada, acordei sobressaltado. Acordei não – acordou-me alguém, puxando-me pelo pé. Acendi a luz, não vi nada. Voltei a deitar-me (a companheira dormia) e admiti que tinha apenas sofrido um pesadelo. Algum tempinho depois, novo puxão, um solavanco – alguém me empurrava para fora da cama. Acordei trêmulo. Acendi novamente a luz. Rezei. Passei o resto da noite em claro.
No dia seguinte, ao café da manhã, em volta da mesa, os colegas tinham tanto repertório quanto apetite, tantas curiosidades quanto guloseimas. Alguém me perguntou se tinha visitado o cemitério. – Cemitério? que pergunta estranha – Sim, aqui no hotel, que fora convento de freiras, tem um cemitério interno. Ali, ao longo daquele corredor fechado. Não indaguei nada: quis logo ir visitar os túmulos. Ficavam exatamente embaixo daquele quarto do sótão, onde me agasalhara. E a cama que me cederam pertencera a uma freira.
Eu, que tive formação católica, depois passei falaciosamente a ser ateu e comunista – como era moda entre os intelectuais de minha época – agora, fazer o quê? Como não acreditar nas manifestações dos espíritos? Daí para cá passei a acreditar que a morte é nossa realidade maior, no sentido de que é por meio dela que passamos para o plano da espiritualidade, já que não o vivemos plenamente na terrenidade. Hoje acredito na essência perceptiva e na ubiquidade dos espíritos: nossa ponte entre a terrenidade e a espiritualidade.
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terça-feira

Profissão optometrista,lamentável mudançal!


Esta especialidade médica, que serve o nosso País, não pode ser aviltada

Há anos que estão tentando formar uma categoria de profissionais que só receitem óculos. São optometristas.
Qual a vantagem e quais as desvantagens ?
Vantagem nenhuma. Desvantagens múltiplas.
Vejamos. Optometrista faz um curso de apenas 4 (quatro anos) – o médico oftalmologista que é, também, optometrista, faz um curso médico de 6 (seis) anos e mais 3 (três) de especialização para ter o direito de receitar óculos e cuidar de toda patologia ocular.
Nos países onde tal categoria existe, como nos Estados Unidos, só geram problemas. Numa das viagens que fiz a esse país, um professor da Retina Foundation perguntou-me se nós no Brasil tínhamos esses profissionais. Respondi que não. Apenas comentou: “estão de parabéns. Aqui só nos causam problemas”.
Outra grande diferença. Hoje somos no Brasil mais ou menos 30 (trinta) mil oftalmo-optometristas com uma população menor que a dos EUA. Lá são mais ou menos 16 (dezesseis) mil oftalmologistas para uma população bem maior.
O médico oftalmo-optometrista tem a obrigação de examinar o olho como um todo, ou seja, mede a pressão intraocular, se esta estiver acima do normal tem que tratar, já que é uma doença denominada glaucoma, que é uma das maiores causas de cegueira no mundo. Se o paciente é diabético, tem que ser feito um exame acurado de fundo de olho. E assim por diante. São muitas as circunstâncias a serem analisadas, que só o médico oftalmo-optometrista pode e deve executar.
Obrigação esta que o optometrista não tem e nem pode realizar.
Outra pergunta interessante:
Será que os óculos só ajudam a melhorar a visão?
Não. Primeiro, servem para o olho normal e sem patologia para melhorar a acuidade visual. É a função principal.
Segundo: são, com certeza, a melhor medicação para cefaleias, tonteiras, olhos que coçam, olhos que ardem, olhos vermelhos etc… Por quê? Porque a visão não é no olho, mas sim nas áreas 17, 18 e 19 de Brodmann no nosso cérebro. Este não recebendo a imagem perfeita dos dois olhos, gera um distúrbio neurovegetativo com todos os sintomas e sinais acima mencionados, que só os óculos bem receitados são suficientes para eliminá-los.
Está mais do que provado que os defeitos oculares pequenos só causam distúrbio neurovegetativo e as ametropias grandes causam baixa de visão.
Portanto, é preciso que a SBO, o CBO e nossos políticos não deixem que esta especialidade médica, que tão bem serve o nosso País, seja aviltada. Neste aspecto a população brasileira é privilegiada.
Não esquecer que óculos só servem para olhos bons e só o oftalmo-optometrista tem condições reais de receitá-los corretamente.
Será extremamente lamentável se tal procedimento oftalmológico for aprovado.
É um risco que não vale a pena.
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segunda-feira

“A vida é muito curta para ser pequena”


A sociedade vive presa as obrigações

O tempo passa e muitos de nós não desfrutamos ou vivemos o que poderíamos. Perdemos tempo e nos perdemos nele também. São tantas obrigações e afazeres que o tempo vai engolindo cada segundo.
O tempo vai nos devastando e perdemos detalhes únicos, e ele nunca mais voltará, como as águas que se vão pelo rio afora.
A vida é curta quando se pensa na imensidão de tudo que poderíamos fazer ou conquistar, com ou sem responsabilidade. Às vezes o “ter que ter” nos prende a algumas necessidades que se observarmos bem não precisaríamos delas.
Perdemos tempo em observar as razões ou os comportamentos do outro, enquanto as águas continuam a descer. Para a maioria da população o desemprego traz desespero, sem pensar na grande mudança que poderá ocorrer.
Porém, às vezes o desemprego traz a liberdade de observar como a vida pode ser diferente, de aproveitar a presença de quem se ama, de ver alguns detalhes que seriam perdidos e de buscar novas perspectivas antes não almejadas.
Somos a geração dos que vivem presos no trabalho e nas obrigações. Concordo com o título certeiro de um artigo que li, “rico é quem tem tempo”.
A expectativa de vida passou para 75 anos no Brasil, e se pensarmos que já tivemos uma expectativa de 45, é de se espantar. Ainda que seja 75 anos é pouco para desfrutarmos das bênçãos de Deus nessa nossa passagem terrestre, já que culturalmente temos o tempo certo para nos formar, nos casar e nos divertir.
Já biologicamente, temos o tempo certo para termos filhos e inclusive para termos doenças oriundas da idade.
A vida é muito curta para ser pequena, podemos ser sempre mais do que imaginamos e se tivermos coragem para mudar, seremos capazes de fazer qualquer coisa.
Por isso, torço para que melhoremos e vejamos o mundo, os fatos e as pessoas como deveríamos, torço para que possamos valorizar os acontecimentos e os detalhes e que os políticos possam dar valor à nossa vida, porque o nosso  tempo é agora, já que infelizmente a vida é muito curta para ser bem pequena.
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domingo

Tá tranquilo, tá favorável...então mãos a obra!!!



Enquanto se discute o “livro” da Cláudia Leitte, as declarações da ex-amante do FHC, o triplex e o sítio cuja propriedade é e não é do Lula, o mosquito-vilão que transmite a zika, dengue e a chikungunya... Enquanto rola o BBB, os campeonatos estaduais, a Libertadores, o Nordestão, a Sul-Minas e a Liga dos Campeões da Uefa, numa overdose de futebol capaz de derrubar elefante, o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro se compara a um “dos eleitos de Deus”, é demitido por defender a “cura-gay” e o substituto se diz adepto do “teste da farinha”... Enquanto se debate o número de crianças nascidas com microcefalia e se o culpado da doença é a “mosquita”, a caravana circula, os cães uivam e a banda passa cantando versos de amor à massa surda...
Enquanto foliões saudosos cantam marchinhas do Carnaval que passou, pacientes oncológicos clamam por medicamentos e atendimento digno, políticos e agentes públicos paulistas roubam a merenda das criancinhas...
Enquanto o Brasil se afunda de vez num mar de dejetos e a ética, a honradez, a tolerância o apego à verdade e o Estado a serviço do cidadão são peças de ficção, ao olhar além da superfície se enxerga o quê? O governo federal comprando consciências e eleições com cargos (vide a vitória do líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani).
A presidente Dilma Rousseff et caterva preparando terreno para tentar fazer a sociedade engolir - a seco - a nova CPMF e a reforma da Presidência... O Brasil varonil de falcatruas mil se solidificando como republiqueta e balcão de negócios escusos, o desemprego atingindo - em novembro de 2015 - a marca histórica de 9,1 milhões de trabalhadores...
E hoje, quantos estão alijados do mercado de trabalho por culpa de uma política econômica equivocada e desastrada? Dez milhões, 11 milhões? E amanhã? E em outubro, quando a eleição municipal chegar? Definitivamente, o contexto é caótico, desalentador.
Mas para aí! Só tem notícia ruim, o pessimismo tomou vitamina e nocauteou o otimismo?
 Calma, tá tranquilo, tá favorável. Há uma boa, excelente notícia: a sociedade está ligada, observando, avaliando, se politizando cada vez mais. E se conscientizando de que as mudanças necessárias - aqui, lá e acolá - dependem do povo - tão-somente. Mãos à obra!
Ou seja: expulse os maus políticos por intermédio do voto consciente. Antes que os cupins devorem o que resta do Brasil.
Gol
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, autorizou a soltura do senador Delcídio Amaral (PT-MT). Nem precisou recorrer à delação premiada. Amaral foi preso após denúncia de tramar a fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. O senador reassume o cargo esta semana, na maior cara de pau. Pizza. Calabresa!

Empate 
Pra ficar zero a zero, ministro Teori Zavascki mandou arquivar investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano respondia pela acusação de ter recebido R$ 300 mil do doleiro Alberto Youssef. Zavascki aceitou argumento da Procuradoria Geral da República, explicando que a imputação é inconsistente - feito gelatina líquida.
Desempate
Relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, acatou incriminação da Procuradoria Geral da República contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele é acusado de gatunagem na Petrobras. A matéria, agora, fica à disposição para ser julgada pelo plenário do tribunal. Há cheiro de fritura no ar.
Wo
Tal jogo de cartas marcadas, ministro do STF, Edson Fachin, não perdeu tempo e livrou a cara do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele é acusado de peculato por ter fraudado documentos e utilizado lobista de uma empreiteira para pagar pensão à filha gerada fora do casamento. A decisão de Fachin joga o assunto no ralo.
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sábado

Fotografia da depressão


A cintilografia de perfusão cerebral detecta doenças psicológicas e psiquiátricas

A cintilografia de perfusão cerebral é um método utilizado por clínicos médicos especializados em doenças relacionadas ao SNC (Sistema Nervoso Central) para detectar enfermidades que afetam a função do cérebro. E quando o assunto se refere à doenças neurológicas, o principal nome é a depressão.
O exame, conhecido também como spect, permite avaliar a função cerebral através do fluxo sanguíneo. Um radiofármaco, ou seja, uma substância químico-radioativa, é injetada na veia do paciente e permite que um aparelho radiográfico obtenha imagens coloridas do cérebro. O radiofármaco utilizado não provoca nenhum dano à saúde, mas esse exame não é recomendado para gestantes, visto que o feto fica exposto à radiação.
A pessoa que será examinada deve ficar sozinha e em repouso em uma sala fechada, com pouca iluminação, logo após ter recebido a aplicação do radiofármaco. Isso se dá porque o cérebro não pode receber estímulos, visto que o exame analisa o metabolismo cerebral. Se o paciente movimentar o braço, por exemplo, a região responsável pelo movimento será ativada e a irrigação sanguínea para os neurônios neuromotores será intensificada, prejudicando, assim, o resultado do exame. Outros estímulos também podem afetar um resultado, como os estímulos táteis, sonoros ou visuais, por isso é imprescindível que o paciente fique em repouso.
Logo após o repouso, que geralmente dura trinta minutos, tempo suficiente para que o radiofármaco circule por todas as regiões do cérebro, o paciente é conduzido até a sala de exames radiográficos para a aquisição dos fotogramas do cérebro. As imagens obtidas pelo aparelho indicarão quais regiões estão trabalhando menos do que o normal. Sabe-se que a depressão atinge mais os lobos frontais, ou seja, a região mais à frente do cérebro, que fica logo acima dos olhos. A partir dessa informação, o especialista é auxiliado pelos fotogramas na hora de diagnosticar o paciente.
Outro exame, também comum, é a cintilografia convencional, que analisa a estrutura do tecido. No entanto, esse exame pode não ser o ideal em certos casos, porque uma determinada região do cérebro pode estar com a estrutura física intacta, enquanto não recebe irrigação sanguínea e, por isso, não consegue trabalhar. O contrário também pode acontecer, uma região cerebral pode apresentar uma estrutura danificada enquanto funciona normalmente. É em casos como esses que a figura do clínico se prova tão importante.

Especialista no exame

“A clínica é soberana”, é o que diz o Dr. Whemberton Araújo, clínico especializado em medicina nuclear, numa entrevista concedida ao Diário da Manhã. “A cintilografia cerebral é um exame auxiliar, como qualquer outro tipo de exame, seja sanguíneo, radiográfico ou endoscópico. O único que pode diagnosticar é o médico, pois é este quem faz a leitura do exame, no caso da cintilografia, dos fotogramas, e através da sua interpretação ele chegará à conclusão sobre qual enfermidade sofre o paciente”, ele completa.
O Dr. Whemberton também fala sobre o uso do exame: “O emprego da cintilografia de perfusão cerebral se baseia no paralelismo que ocorre na grande maioria dos casos entre perfusão, metabolismo e função cerebral. A oferta de oxigênio e de glicose, através do fluxo sanguíneo no cérebro, para cada região é proporcional à necessidade metabólica. Esta, por sua vez, é determinada pela intensidade da atividade neuronal. Baseado num banco de dados, a cintilografia compara cérebros saudáveis de voluntários com o do paciente e, a partir disso, verifica-se qual região está funcionando normalmente e qual não está.”
Na maioria dos casos, o clínico já pode diagnosticar uma pessoa com depressão sem auxílio de qualquer exame. A cintilografia cerebral é usada em casos mais complexos, que podem gerar dúvidas quanto a que tipo de doença aquele indivíduo sofre. O Dr. Whemberton diz que “sintomas da depressão também estão presentes em demências que afetam os lobos temporais (parte do cérebro localizada nas regiões laterais), como a doença de Pick. Por isso a necessidade da cintilografia de perfusão como exame auxiliar ajuda, e muito, no diagnóstico.”
Dr. Whemberton também pontua que “a cintilografia de perfusão cerebral, além de auxiliar no diagnóstico da depressão, ela também pode detectar outras doenças, como o Alzheimer e transtornos de bipolaridade, além de identificar tumores cerebrais, confirmar mortes cerebrais, esquizofrenia, e de auxiliar no diagnóstico precoce de acidentes vasculares cerebrais, os terríveis AVCs”.

Depressão

A depressão, hoje, atinge ou já atingiu cerca de uma a cada quatro pessoas no mundo, e coloca a população mundial numa situação muito preocupante. Só no Brasil, segundo pesquisas relacionadas à doença, ela já atinge mais de 17 milhões de pessoas, ou seja, quase nove por cento dos habitantes. Embora seja uma doença muito séria, e as estatísticas apontando números alarmantes, a depressão ainda é bastante estigmatizada.
Muitas vezes é associada apenas como um distúrbio comportamental momentâneo, que pode ser facilmente superado, e que depende apenas do indivíduo se recuperar e levar uma vida normal. A depressão, nesse caso, é equivocadamente confundida com o sentimento de tristeza. A tristeza, sim, é um sentimento passageiro, mas a depressão é uma doença. Infelizmente, segundo a companhia farmacêutica Boehringer, mais de 75% dos indivíduos que sofrem de depressão não recebem tratamento devidamente adequado.
A depressão é também uma doença que apresenta traços hereditários. Cerca de 57% dos indivíduos que sofrem ou já sofreram com a doença possuem, no mínimo, um familiar que também já apresentou quadro de depressão, segundo uma pesquisa realizada pela OMS. Essa mesma pesquisa indica que 88% dos acometidos pela depressão são mulheres.
Outro agravante desse mal é a recorrência. As pessoas que já sofreram com a doença alguma vez correm 50% de risco de repetir o quadro. Se a pessoa sofreu duas vezes de depressão, a probabilidade de recidiva pode chegar a 90%, e se já sofreu três vezes, essa recidiva ultrapassa os 90%, segundo a OMS. Em um terço dos casos, a depressão também está associada a outras doenças. As principais são diabetes, AIDS, epilepsia, doença de Parkinson, doenças relacionadas à tireoide e câncer.
Casos leves ou moderados de depressão podem ser suficientemente controlados pela psicoterapia, pois o método oferece a vantagem teórica de não empregar medicamentos e diminuir o risco de recidiva do quadro. A grande desvantagem, no entanto, está na lentidão e imprevisibilidade da resposta, além de também não ser indicada como tratamento exclusivo nos casos graves. Em contrapartida, nos últimos anos, a tendência é o emprego de medicamentos para tratar quadros depressivos. Tudo dependendo da decisão do clínico que cuidará do caso.

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