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segunda-feira

O mundo dos escroques e seus truques

Por que somos tão suscetíveis a golpes e fraudes?


O livro é um olhar fascinante na psicologia por trás dos estratagemas para ganhar dinheiro por meios desonestos 

As pessoas, a princípio, são confiáveis, uma qualidade importante no momento em que o progresso exige cooperação e, por esse motivo, mais confiança em seus pares. Os países com níveis mais altos de confiabilidade crescem com mais rapidez e têm instituições públicas mais estáveis. Cidadãos confiáveis são mais saudáveis, mais felizes e têm uma probabilidade maior de iniciar seu próprio negócio. 

Algumas pessoas agem de má-fé, mas, em última análise, poucas são desleais. Essa é uma ótima notícia para a humanidade e para os vigaristas.

Existem pessoas com um talento especial para inspirar confiança, como os “aristocratas do crime” descritos por Maria Konnikova em seu livro The Confidence Game: The Psychology of the Con and Why We Fall for It Every Time, um olhar fascinante na psicologia por trás dos estratagemas para ganhar dinheiro por meios desonestos, desde o esquema Ponzi de Bernie Madoff ao golpe clássico do jogo dos três copos e uma bola.

Os vigaristas mais talentosos têm um dom de persuasão especial: as vítimas são enganadas por livre e espontânea vontade e muitas não descobrem que foram ludibriadas.

As histórias do livro são muito interessantes. Bem antes de Madoff, William Franklin Miller, um homem com uma aparência de um colegial, convenceu alguns amigos em 1889 que suas “informações privilegiadas” na Bolsa de Valores de Nova York garantiriam um retorno semanal de 10% no mercado de ações.

A notícia espalhou-se com rapidez. No final do ano, Miller tinha quase US$1,2 milhão em depósitos de mais de 12 mil investidores.

Mesmo depois que os jornais questionaram sua sorte nos negócios, novos investidores lhe enviaram cartas com dinheiro dentro dos envelopes. Só após o julgamento a extensão de seu esquema fraudulento foi desvendada.

Miller não era um comerciante, mas sim um homem que descobrira que não era difícil vender uma história boa demais para ser verdade.

As pessoas iludem-se com histórias que apelam para a emoção em vez da razão. Estudos mostram que os juízes são com frequência mais influenciados por narrativas convincentes do que por provas concretas.

E os escroques sabem disso. Maria Konnikova relata histórias de vendedores ambulantes fingindo-se de médicos, membros da realeza ou pessoas importantes, todos dotados de uma imaginação fértil, uma lábia incrível e um enorme poder de sedução.

Os aristocratas do crime, como tão bem descreve a autora de The Confidence Game, também sabem que as pessoas gostam de ouvir que são especiais, que têm sorte e são inteligentes, ou que estão destinadas a grandes realizações na vida. Com um pouco de intuição é possível tocar nos pontos sensíveis das esperanças e sonhos de uma pessoa e convencê-la a acreditar em quase tudo.

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